Motor Revolt RV-160 Pro e Controlador Kelly KEB Aplicados à Atualização de uma Motocicleta Zero DS ano 2010
A
princípio eu estranhei que a motocicleta Zero DS 2010 original empregasse
o controlador de motor Alltrax
AXE modelo 4855,
em vez do Alltrax
AXE modelo 7245.
Note que a principal (e maior) diferença entre esses dois modelos de
controladores está denotada nos números expressos em seus próprios
códigos. Os dois primeiros dígitos (48 ou 72) significam para
qual tensão máxima de pacote de bateria o controlador é
especificado.
Nestes casos, um é para pacote de bateria com tensão máxima de 48V
e o outro é para um pacote de bateria com tensão máxima de 72V.
Isso
não está no manual do proprietário da motocicleta, mas, a Tensão
Nominal do Pacote de Baterias
da Zero DS 2010 é 53,2 V. Todavia, quando ele é carregado ao
máximo, a tensão do pacote pode chegar quase a 60 V. Dai a
estranheza pela escolha do fabricante dessa motocicleta por um
controlador de motor que é especificado para tensão de 24 V até
48V (Alltrax
AXE 4855),
quando havia um modelo específico para tensão 24 V até 72 V
(Alltrax
AXE 7245),
ainda que controlador Alltrax de 48 V possa operar considerando 60 V
como máximo absoluto (será que o "segredo" da Zero Motorcycles com essa escolha foi a busca por
uma capacidade de fornecer corrente um pouco maior?).
Não obstante a isso, foi o motor Agni 95-R
(e não o seu controlador Alltrax AXE) a parte da motocicleta Zero DS
2010 original que apresentou problema, por duas ocasiões distintas,
enquanto a motocicleta se encontrava em operação. A queima do motor
Agni 95-R ocorreu de um tal modo que tornou, em ambas ocasiões,
principalmente o conjunto do porta escovas em algo irrecuperável,
além de afetar, também, por diminuir a vida útil do comutador
desse motor, que requereu ser restaurado.
Retomando
a partir do ponto em que nós paramos a narrativa na postagem
anterior, há, ainda, mais outros detalhes que precisamos considerar
e tratar sobre a entrada Micro_SW
do controlado de motor Kelly KEB, principalmente detalhes
relacionados ao fato de que o
sistema original da motocicleta Zero DS 2010 não emprega uma manopla
de acelerador dotado de uma micro-chave (nem de um sensor Hall)
para que ela possa ser ligada até essa entrada.
Isso
se deu, principalmente, porque no Controlador
de Motor Alltrax AXE 4855
(original da Motocicleta Zero DS 2010) não existe um comando externo
que seja provido para ele iniciar a Função
Regeneração. Porém,
no controlador de motor Kelly KEB há tal entrada,
apresar de seu emprego não ser obrigatório.
Desse
modo, no Alltrax AXE uma micro-chave
de manopla de acelerador
não tinha sequer onde / como ser ligada, de modo independente. Alias, fato é que o
controlador de motor original dessa motocicleta (como todos os
controladores da linha Alltrax
Model AXE)
tem uma quantidade bem menor recursos por meio de entradas de
controle, comparativamente
ao Kelly KEB.
Deveras, o Alltrax não possui sequer um conector
específico para sinais de controle diversos, tal como o Kelly
KEB o tem (o seu conector J2). Por isso, para efeito de controle do
motor ele não usa (não requer) ser informado por sinal de sensor
algum, exceto por um único sinal analógico que é a referência
para a intensidade da aceleração (que faz variar a aceleração),
que também vem da manopla do acelerador e é aplicado entre
os pinos 2 e 3 do Alltrax, assim como, obviamente, ser suprido da
devida tensão aplicada ao pino 1 (alimentação) Key
Switch (KSI) Voltage.
É
por isso, também, que o Controlador
Dedicado da Motocicleta
é um dispositivo muito importante (praticamente impossível de ser
descartado do Sistema da Motocicleta). Ele é o subsistema central
que, na versão
original
da Motocicleta Zero DS 2010 é
responsável por todas as Funções de Controle,
enquanto que o controlador do motor, na mesma versão original do
sistema, é apenas um "ator coadjuvante".
Assim,
como no controlador Alltrax AXE 7245 (original da Motocicleta Zero S
/ DS 2010) não existe uma via para entrada de comando externo ao
controlador para iniciar a Função Regen (Frenagem Regenerativa), uma
micro-chave de acelerador (comumente denominada Foot
Switch)
também não se
encontra presente na manopla do acelerador original da motocicleta Zero DS 2010.
De
fato, os controladores
Alltrax da série AXE não operam Frenagem Regenerativa,
mas, sim, o que eles chamam de Plug Brake:
um tipo de frenagem dinâmica que não é usado durante as operações
normais de frenagem, mas, sim, pode ser realizada somente quando a
direção do motor é invertida, o que é causado por se aplicar
sinal ao pino 4 (entrada Reverse)
do
controlador Alltrax,
coisa que na motocicleta
Zero DS não é aplicável (tal pino de entrada não é ligado, pois, a motocicleta não anda em marcha a ré).
Assim,
nas operações normais de
frenagem ocorre apenas o bloqueio (corte do suprimento de energia) do
motor. O sistema original
da motocicleta Zero DS 2010 é bem simples: nele, a função
Bloqueio do Motor,
simplesmente deixando de entregar-lhe energia ele, é iniciada pelo
Controlador Dedicado da
Motocicleta, podendo ser,
de fato, realizada de duas formas distintas:
- Pela interferência do Controlador Dedicado da Motocicleta sobre a Referência de Aceleração (o sinal do Potenciômetro do Acelerador). Isso é possível, pois, o Controlador Dedicado da Motocicleta primeiro recebe o sinal do potenciômetro do acelerador para, só depois, repassa-lo para o controlador do Motor Alltrax AXE;
- Pela interferência do Controlador Dedicado da Motocicleta sobre o sinal Key Switch (KSI) Voltage (pino 1 do controlador Alltrax AXE, que é, de fato, a via pela qual os circuitos internos do Alltrax AXE são alimentados).
Desse
modo, um diagrama que é relativo a documentação do controlador
Autrax AXE (ver figura a seguir) sugere que, no caso de existir uma
chave associada à manopla do acelerador (Foot Switch),
seus contatos sejam ligados em um arranjo de associação em série
com os contatos da chave de segurança Kill Switch
e, também, em série com os contatos da chave de partida (Key
Switch), formando um
conjunto de condições que equivale a função lógica “E” (o
motor só entra em marcha se todas essas condições forem
concomitantemente satisfeitas, caso contrário, faz o controlador
bloquear o motor).
Repare que é sugerido que tal comando atue sobre duas
vertentes distintas (tal como é mostrado, em destaque, no diagrama a
seguir):
- na energização da bobina do Contator Principal (Main Contactor), além de atuar, também;
- na linha de alimentação do próprio controlador Alltrax (Key Switch (KSI) Voltage, pino 1), com corrente quiescente (ligado) < 75m A.
Contudo, esse diagrama mostrado acima não corresponde, exatamente, ao mesmo tipo de arranjo de ligações que foi adotado pelo projeto da motocicleta Zero DS 2010 original. Porque tal motocicleta elétrica é dotada de seu Controlador Dedicado, é esse dispositivo eletrônico que, em última instância, tem exclusividade para poder comandar o ligamento / desligamento do Contator Principal da motocicleta, bem como alimentar, ou não. o próprio controlador Alltrax.
Controlador Dedicado da Motocicleta (Main Motorcycle Control Module) Visão interna, apenas de um dos lados |
Algo
lamentável é que o fabricante da motocicleta Zero não fornece, em
seu Manual do Usuário da Motocicleta, nenhum diagrama
elétrico, seja do todo do sistema dela, ou seja de qualquer um dos seus
sub-conjuntos. Obviamente que, elaborar o diagrama completo da placa
eletrônica do Controlador Dedicado é algo que não tem
necessidade, mas, para poder realizar a tarefa de atualização da
motocicleta, com a adoção do novo conjunto motor / controlador,
evidentemente que isso implicou a necessidade que se fizesse o
levantamento (quase que 100% completo) do Diagrama Elétrico Geral do Sistema da Motocicleta, visando entender e poder adequar
todos os detalhes de circuito e de cabeamento, a fim de instalar o
novo controlador Kelly KEB, adequadamente.
Assim, eu
posso afirmar que as condições que o Controlador Dedicado verifica,
a fim dele decidir se inibe
que a motocicleta seja conduzida
(bloqueando o motor), além de não constar
o emprego de uma Micro Chave (Throttle Switch ou Foot
Switch) na manopla do acelerador, isso é algo que inclui,
sim, além das condições dadas pela Key Switch (ou
Power Switch) e pela Kill Switch, também
outros elementos de intertravamento, tais como:
- o estado ativo (aberto) da micro chave que informa a condição do pezinho de descanso da motocicleta (que opera, de fato, em série com a Kill Switch), ou;
- o estado de falha relativa a informação do sensor de corrente de acionamento, ou;
- o estado de falha da tensão de alimentação de 12 V (que, na verdade, é de 13,5 V fornecida pelo Conversor CC/CC Sevicon, o qual, tal como o Carregador Embarcado, recebe alimentação para si, mesmo que o Contator principal não esteja atracado), ou;
- o estado de sobre-temperatura do motor;
Todas
estas são situações
que requerem inibir que a motocicleta seja conduzida
(bloqueando a passagem do sinal Throttle
desde o Potenciômetro do Acelerador para o Controlador do Motor, ou
simplesmente, cortando a alimentação do controlador do motor –
KSI
Voltage).
Em ambos os casos resulta em não entregar energia ao motor, mas
sem impedir o atracamento do Contator principal do sistema;
Outras
condições de falha, se verificadas, fazem com que o Controlador
Dedicado sequer energize, ou sequer mantenha energizado, o Contator
Principal do Sistema, tais como:
- a constatação da presença do cabo de força conectando o Carregador Embarcado à tomada da rede CA, ou;
- a que é informada pelo BMS (Battery Management System) dando conta de que o estado do pacote de bateria não está OK (o BMS emite, também, um sinal sonoro toda vez que se aciona a Key Switch da motocicleta, que pode ser de OK, ou de NÃO OK):
- se o pacote de bateria estiver vazio de carga, ou;
- se ele estiver muito quente, ou;
- se ele estiver com seus módulos do pacote de bateria com carga desbalanceadas.
As observações
feitas a seguir são baseadas no diagrama sugerido no manual de
operação para ligação padrão do cabeamento de potência e de
controle do Controlador Kelly KEB que é mostrado na figura que
seguirá mais a adiante, porém, confrontado com a necessidade
premente de se manter o Controlador Dedicado da Motocicleta
operante naquilo que ele é essencial:
O Contator Principal (Main Contactor) permite ligar / desligar o polo B+
da Bateria ao terminal de energia B+ do Controlador do Motor- Por outro lado, a ligação do polo B- da Bateria para o terminal B- do controlador (GND da potência para o acionamento do motor) só deve ser interrompido pela Chave Geral (que já é pré existente na versão original do sistema da motocicleta). Exceto pela existência da Chave Geral em seu percurso, o polo B- deve ser sempre conectado via um cabo direto, curto e grosso, desde o polo da bateria. Para segurança geral do equipamento, ao proceder a ligação, a do polo B- deve ser feita primeiro, enquanto a do polo B+ (via os contatos N.A. do contator principal e resistor de pré-carga) deve ser ligada depois;
- Entre os contatos do Contator Principal deve haver a ligação do Resistor de Pré-Carga, que é sugerido pela Kelly para ser 1 kΩ x 10 W. O emprego de um resistor de pré-carga é recomendado, também, pela documentação do controlador Alltrax AXE, entretanto (e eu não sei explicar o porquê) ao que tudo indica ele não foi empregado pelo projeto da Zero no sistema original da motocicleta (a menos que ele esteja embutido no Controlador Dedicado da Motocicleta, o que não me parece provável, pois, não é fácil ocultar um resistor de 10 Watts).
Tal resistor é
requerido para que, no momento da energizar o Controlador do
Motor, o Banco de Capacitores que há internamente a esse
controlador (e que é conetado ao barramento CC que irá prover,
internamente ao controlador, a energia de acionamento do motor) já
esteja previamente carregado (o que é realizado via o resistor
de pré-carga), antes mesmo de se proceder a ativação da Chave
de partida do sistema.
Uma vez que o
banco de capacitores já está previamente carregado, no momento de
ligar a energia (ativando a Chave de partida), os contatos do
contator principal que se fecham se sobreporão ao resistor de
pré-carga, e ele passa a não ter mais efeito.
Segundo a Kelly, a
falta de resistor de pré-carga pode danificar gravemente o
controlador do motor, no momento de ligar a energia, contudo, a
função dele é, também, a de evitar surtos violentos de corrente
sobre a bateria, além de evitar, também, alguma eventual falha do
próprio contator principal por motivo de “colagem” dos seus
contatos, por conta do eventual surto de corrente ao energizar o
controlador.
Note
que o manual do usuário da motocicleta Zero DS 2010, quando trata do
assunto Main
Power Indicator
(o sinalizador luminoso que há na parte superior direita do Painel
de Instrumentos da Motocicleta,
logo acima da coluna de barras que indica a energia presente no
pacote de baterias) menciona que esse indicador permanece apagado
(quando, de fato, ele permanece aceso), sempre que o sistema da
motocicleta está energizado e não há nenhuma falha detectada.
Havendo falha, este indicador pisca. Dentre os doze tipos de falhas
alistados, (que são indicados pelo Main Power Indicator
piscando) um se refere à
falha de pre-carga do controlador do motor.
Contudo, na versão original do sistema da motocicleta, se não há o tal resistor de pre-carga, então o procedimento de pre-carga não é realizado. Para garantir uma adequada adaptação do novo controlador Kelly KEB, a inserção do resistor de pre-carga (conforme especificado, 1 kΩ x 10 W), junto aos contatos do contator principal (veja foto da postagem anterior) é, certamente, requerida.
- Com a Chave Geral do sistema da motocicleta ativada, a tensão B+ da bateria já se encontra presente tanto para alimentar o Conversor CC/CC de 12 V (SEVICON), via o fusível F2, de 20 A (que está presente na tampa do Painel Elétrico Principal, anexo à caixa do pacote de baterias), quanto para alimentar o Carregador Embarcado (QUIQ), via o fusível F3, de 25 A, (também presente na tampa do mesmo painel). Entretanto, o Carregador Embarcado só pode efetivamente entrar em operação, mediante a habilitação dele, que é provida pelo BMS (Battery Management System).
- Durante um ciclo de recarga do Pacote de Bateria com as células devidamente balanceadas, normalmente é o Carregador Embarcado (e não a BMS) que detecta quando o Pacote de Bateria já está cheio, e termina o ciclo de carga, naturalmente;
- Entretanto, a fim de aumentar a proteção, evitando o sobreaquecimento do Pacote de Bateria, o BMS também realiza detecções, tanto da temperatura, quanto do estado de carga do pacote de bateria, de modo que ele pode, também, determinar (de modo redundante) o término de um carregamento. Assim, se o Carregador Embarcado não termina um ciclo de recarga tão logo quando ocorre do pacote de Bateria estar cheio, a BMS irá terminar o carregamento por si, desativando o Carregador Embarcado, para evitar danos ao Pacote de Bateria;
- Também é o BMS que desabilita o Carregador Embarcado, impedindo que o Pacote de Bateria seja normalmente recarregado, caso ocorra dele se descarregar em excesso, com alguma das tensões dos módulos do pacote de bateria indo abaixo de 2,5 V, uma situação infeliz que pode ocorrer, no caso da motocicleta ser deixada desligada, sem recarga do Pacote de Bateria, por um período de tempo muito longo. Isso ocorreu com todas as motocicletas elétricas Zero S / DS 2010 vendidas em leilões da Receita Federal no Brasil.
Também, com a
Chave Geral estando ativada, a tensão B+ da bateria já se
encontra presente, diretamente, a um dos terminais do contato do
Contator Principal e, por via do fusível F1 (Fused B+), de 10
A, a um dos terminais da Bobina de Comando desse
mesmo contator. Entretanto, o Contator Principal somente terá
a sua bobina energizada (e, portanto, irá atracar) mediante a
permissão que é concedida pelo Controlador Dedicado da
Motocicleta, que é feita, internamente a esse controlador, via
uma chave MOS-FET (2SK2504).
A tensão B+ da
bateria, após o fusível F1 (Fused B+) segue, via o pino 6 do
Conector J11 do Painel Elétrico Principal (conector
de 12 pinos machos alojado na tampa desse painel elétrico) para a
Power Switch (ou Key Switch, ou Chave de
Partida). Assim, a energização da bobina do contator principal só
pode ocorrer após a ativação da Chave de Partida (Key
Switch), desde que o Controlador Dedicado da Motocicleta
não detecte alguma eventual falha que o impeça de permitir que o
contator principal atraque. A Bobina
de Comando do Contator Principal é energizada a fim de,
efetivamente, conectar o polo B+ da Bateria ao terminal de entrada de
energia B+ do controlador do motor.
Vista Interna da Tampa do Painel Elétrico Principal |
Efeito Hall em malha aberta |
O Transdutor de Corrente empregado, o HASS 200-S, é basedo em tecnologia de Efeito Hall em malha aberta: o fluxo magnético criado pelo Corrente Primária é concentrada num circuito magnético e medido no intervalo de ar usando um dispositivo de Hall. O sinal de saída do dispositivo de Hall é, então, condicionado para fornecer uma representação exata da corrente primária na saída.
Com
a Chave de Partida (Key
Switch) ativada, isso
ainda não significa que a entrada PWR: Controller power
supply (Pino 1 do conector
J2 do Controlador Kelly KEB, a entrada por meio da qual é provida
alimentação para todo o circuito de controle interno a esse
controlador) esteja energizada. Tal alimentação só é efetivamente
provida mediante a liberação da passagem da alimentação B+ que
sai do contato do contator principal, e que chega ao pino 10 do
Controlador Dedicado da Motocicleta, por meio da ativação de uma
chave MOS-FET (IRFR3110, que existe internamente ao Controlador
Dedicado). Deste modo, o Controlador Dedicado da Motocicleta tem a
autoridade para permitir, ou para recusar, fornecer alimentação
para o Pino 1 do conector J2 do controlador Kelly, ainda que o
contator principal já esteja atracado.
- Temistor (Pino 4 do conector J2 do controlador Kelly KEB): É uma entrada analógica de padrão 0 ~ 5 V. Termistores são semicondutores sensíveis à temperatura que se prestam para operar como sensor para fins de proteção térmica, a fim de evitar sobreaquecimento (no caso, o sobreaquecimento do motor), limitando a corrente elétrica (no caso, desligando-a, tornando o motor inoperante, até que a temperatura baixe, retornando para um patamar seguro) quando uma determinada temperatura limite é alcançada nos enrolamentos do motor (local onde o termistor se encontra instalado, interno ao motor).
A proteção térmica provida pelo termistor é importante para
garantir preservar a integridade do motor diante de eventual
sobreaquecimento dele, porém, o uso dessa proteção não é
obrigatório para o funcionamento do controlador, mas altamente
recomendável. Caso o sistema não empregue um Termistor para
monitorar o limiar de temperatura operacional segura para o motor,
essa entrada pode ser reconfigurada para comportar, também, a função
High-Brake Sensor (ou seja, uma entrada de sensor de freio de
12V).
O tipo de termistor empregado no novo motor é uma informação que
deve ser fornecida ao novo controlador controlador Kelly
KEB durante o procedimento de ajustes de parâmetros, que é
realizado com tal controlador conectado (via um cabo de comunicação
serial padrão RS-232, mas que pode ser adaptada para USB) a um
computador onde esteja rodando o programa Kelly
KEB Controllers Configuration Program (que
atualmente está na versão 0406 e cuja interface é apresentada na
figura a seguir).
O termistor sugerido pela Kelly (e também o que a Revolt empregou no motor RV-160 Pro que nos forneceu) é o sensor de temperatura semicondutor KTY84/130. Caso seja empregado o termistor KTY84/130, ele tem variação de resistência com coeficiente positivo de temperatura (PTC), sendo esperado, tipicamente (segundo informações oferecidas em tabelas contidas nos datasheets de fabricantes), uma variação da resistência dentro da faixa de operação entre 359 Ω (para temperatura de -40 °C) e 2624 Ω (para 300 °C).
Ao conectar o termistor do motor para o controlador Kelly KEB, a
inclusão de um resistor externo extra, em série, em geral é
requerida, e deve ter seu valor definido de acordo com o modelo do
termistor. Por isso, é altamente recomendável conhecer qual o
modelo exato do termistor que foi empregado no fabrico do motor.
Deveras, a entrada para se ligar o termistor é apenas uma dentre um
conjunto de três entradas analógicas de padrão 0 ~ 5 V que existem
no conector J2 do controlador Kelly KEB. As outras duas entradas
analógicas são relativas, respectivamente, às funções do
acelerador e do freio (Analog Brake and Throttle Inputs, ambas
serão vistas mais adiante).
Uma questão importante envolvendo o Termistor empregado para Proteção Térmica do Motor é que, diferente do controlador Kelly KEB72121E, que tem uma entrada para Termistor, que o torna hábil a realizar o controle da função proteção térmica do motor, por sua vez, o controlador do motor original da motocicleta Zero S / DS 2010, o Alltrax AXE 7245 não tem uma entrada para Termistor e, portanto, ele não realiza o controle da função proteção térmica do motor Agni 95-R (motor original da motocicleta).
Uma questão importante envolvendo o Termistor empregado para Proteção Térmica do Motor é que, diferente do controlador Kelly KEB72121E, que tem uma entrada para Termistor, que o torna hábil a realizar o controle da função proteção térmica do motor, por sua vez, o controlador do motor original da motocicleta Zero S / DS 2010, o Alltrax AXE 7245 não tem uma entrada para Termistor e, portanto, ele não realiza o controle da função proteção térmica do motor Agni 95-R (motor original da motocicleta).
Dada a importância de se estabelecer um controle sobre a
proteção térmica do motor, o motor Agni 95-R que é empregado na
motocicleta Zero S / DS 2010 também é dotado de um termistor, de
modo que nessa motocicleta, originalmente, o controle da função da
proteção térmica é exercido pelo Controlador
Dedicado da Motocicleta. O
Controlador Dedicado da Motocicleta é um pequeno dispositivo
caixa-preta, um módulo eletrônico dotado de um único conector de 34
pinos, que existe em separado do controlador do motor, e que se
encontra alojado dentro do painel elétrico anexo ao pacote de
baterias (na parte traseira da caixa do pacote de baterias).
Assim, com a troca do
controlador original Alltrax
AXE 7245 pelo novo controlador Kelly
KEB72121E, o controle da função de proteção térmica do motor
deixa de ser realizado pelo Controlador Dedicado da Motocicleta, e
passar a ser realizado pelo próprio controlador Kelly KEB. a partir
do sinal de informação da temperatura proveniente do sensor de
temperatura semicondutor KTY84/130 (que já vem instalado integrado
ao motor Revolt RV-160 Pro), de moto que o motor continuará
termicamente protegido.
Contudo,
diferente do motor Revolt RV-160 Pro (que emprega o KTY84/130) o
motor Agni 95-R original da motocicleta Zero S / DS 2010 possui um
termistor de modelo bem diferente, que é do tipo NTC (cuja
resistência varia com coeficiente negativo de temperatura), com o
valor de sua resistência variando de 35 kΩ a 15 Ω na faixa de
temperatura ambiente de operação, e que atinge o valor de cerca de
2 kΩ à temperatura máxima aceitável para ser suportado pelo
material do coletor das escovas e porta escovas do motor Agni.
Caso
a entrada do Controlador Dedicado da Motocicleta onde antes se
conectava o Termistor (do motor Agni) fique, simplesmente, aberta,
isso equivale a esse controlador estar lendo nela uma informação de
resistência infinita, o que representa uma informação relativa à
uma temperatura do motor extremamente baixa (o que não seria
problema algum).
Porém,
não convém que tal entrada fique desconectada, para que ela não se
torne suscetível em receber ruido por interferência eletromagnética
induzida por fontes externas, de modo que convém que a essa entrada
seja ligada um resistor fixo, para “enganar” o Controlador
Dedicado da Motocicleta com uma falsa informação de temperatura do
motor, para que ele “pense” que está operando, sempre, com uma
temperatura segura no motor, o que corresponde a uma resistência R,
onde 2 kΩ ≤
R ≤
35 kΩ (no caso, nós optamos por empregar um resistor fixo de 15
kΩ).
Todavia,
não havendo na entrada Termistor do Controlador Dedicado da
Motocicleta uma informação real a respeito da temperatura do motor,
surge um inconveniente que é fato desse controlador não poder mais
comandar o acionamento da turbina do ar de arrefecimento do motor,
ligando-a e desligando-a, conforme se faz necessário, enquanto a temperatura varia (com um resistor
fixo de 15 kΩ no lugar do termistor a ventilação ficará permanentemente
desligada).
Outra
consequência é que o sinalizador luminoso “Warning”
(Indicador de "Aviso", que fica próximo e logo abaixo do Painel de Instrumentos de
leitura) não mais irá informar o piloto da motocicleta sobre os
estágios progressivos da ocorrência de sobretemperatura no
motor, uma função que existia versão original dos sistema da
motocicleta). Para que tais inconveniente não ocorram seria
preciso que o Motor Revolt RV 160-Pro viesse dotado de dois
termistores internos, um para informar o Controlador Kelly KEB e
outro do mesmo tipo daquele há no motor Agni 95-R, que serviria para
continuar informando o Controlador Dedicado da Motocicleta sobre a
temperatura da motor.
Entretanto,
vale lembrar que com o emprego do novo conjunto motor / controlador,
o motor irá operar com a proteção térmica provida pelo
controlador Kelly KEB, com uma faixa de temperatura para proteção
configurável via parametrização desse controlador (parâmetros
Controller Stop Output Temperature e Controller
Resume Output Temperature), enquanto que a ocorrência
sobretemperatura será apresentada no pelo código piscante do LED
vermelho do painel desse controlador (não mais no sinalizador
Warning).
Talvez
fosse algo bom, se o código piscante do LED vermelho do painel
controlador Kelly pudesse ser enviado para o sinalizador luminoso
“Warning” no painel da motocicleta. De fato, o LED que existe no
painel do Controlador do Motor é de difícil visualização por
parte do motociclista enquanto a motocicleta está em operação.
Entretanto isso não é possível de ser realizado sem abrir a caixa
(“a prova de água”) do controlador Kelly para se ligar,
internamente, fiação extra para isso, ao passo que, no conector J2
do controlador não existe nenhum pino livre, disponível, para se
enviar esse sinal.
Os
parâmetros Controller
Stop Output Temperature
e Controller
Resume Output Temperature
foram configurados, respectivamente, para os valores 160°C e 130°C.
Além
do mais, nós optamos por descartar o sub-sistema de ventilação do
motor original da motocicleta (o Z-Force
Air Induction System)
devido a excelente capacidade que Motor Revolt (um motor outrunner)
para operar em temperaturas bem elevadas, e adaptamos uma simples
ventoinha atachada à ponta traseira do eixo desse motor, cujas pás
coletam e forçam uma quantidade razoável de ar a entrar pelas
janelas da tampa traseira desse motor (e, consequentemente, saindo
pelas janelas da tampa dianteira), produzindo ventilação de
arrefecimento na direção axial do motor.