Capacidade
Teórica Versus Realidade (ou ... por que a teoria na prática é outra?):
Para melhor compreender este artigo técnico, talvez requeira olhar para as partes anteriores. Eis aqui os links: Parte1, Parte 2
No mundo físico, 100% de eficiência nunca pode ser alcançado e, portanto, uma bateria nunca irá desempenhar 100% da capacidade teórica dos seus materiais ativos. De fato, a capacidade teórica de uma célula só se aplica para o caso de “corrente zero”. Assim que a corrente passa a ser demandada a partir de uma célula, ela perde "energia livre" (ΔG) e a sua capacidade real cai.
As taxas de descarga são dadas no formato:
Exemplos:
P/ descarga em 3 hs => C/3
p/ descarga em 20 minutos = 1/3 hs => C3
Para melhor compreender este artigo técnico, talvez requeira olhar para as partes anteriores. Eis aqui os links: Parte1, Parte 2
A
primeira coisa a considerar é que os números teóricos
anteriormente apresentados assumem que o metal de Lítio possa ser
convertidos com 100% de eficiência em íons e elétrons livres, em
uma reação química usando eletrodos fisicamente reais, eletrolitos
e os demais componentes de uma bateria real. Isso é um engano!
No mundo físico, 100% de eficiência nunca pode ser alcançado e, portanto, uma bateria nunca irá desempenhar 100% da capacidade teórica dos seus materiais ativos. De fato, a capacidade teórica de uma célula só se aplica para o caso de “corrente zero”. Assim que a corrente passa a ser demandada a partir de uma célula, ela perde "energia livre" (ΔG) e a sua capacidade real cai.
Onde: ΔG = A variação da energia livre de Gibbs;
n
= O número de elétrons por mol da substância;
F = A Constante de Faraday (Coulombs por mol);
E0 = A d.d.p. (diferença de potencial) entre os eletrodos da reação (em aberto).
Esta pequena equação é o elo fundamental entre a eletroquímica e a termodinâmica. Ela estabelece uma relação entre a diferença de potencial elétrico gerada na célula e a diferença de potencial químico entre produtos e reagentes, por unidade de reação. A equação significa que a quantidade de energia ΔG que
pode ser entregue por uma célula galvânica é igual a d.d.p. (Força Eletro Motriz) de
circuito aberto da célula de Lítio (E0) multiplicado
pela carga entregue (n.F), o sinal é
negativo para mostrar que as células liberam essa energia e assim
terminam com menos energia do que quando descarregado. Eº é a tensão da célula em
circuito aberto, ou seja, com zero de corrente, que automaticamente
cai, logo que a bateria é ligada para alimentar um consumidor (carga).
Fora
isso, um grande número de outros fatores intervem para reduzir
significativamente a capacidade teórica dos materiais ativos em uma
bateria, de modo que para as aplicações exigentes de condução de Veículos Elétricos (VEs), as baterias estão com eficiência entre 10% e 25%, para entregar
a energia puramente teórica que elas contêm.
Isto
significa que uma bateria de verdade irá precisar de cerca de 4 a 10
vezes mais material ativo (Lítio) por kW.h do que o mínimo teórico anteriormente calculado (ver Parte 2).
Se
olharmos para a energia específica teórica de uma bateria Li-íon,
os números amplamente citados são entre 400 e 450 W.h / kg.
Todavia, a energia específica real conseguida está entre 70 e 120
W.h / kg. Baterias íons de Lítio práticas, portanto, estão usando, pelo menos, umas quatro vezes mais Lítio por kW.h do que a quantidade
"teórica".
Os
principais fatores que afetam tal capacidade são:
- Taxa de descarga ou de entrega de potência;
- Material do anodo;
- Material do catodo;
- Eletrolito;
- Perda de capacidade relacionada ao ciclo;
- A velocidade da reação.
Além
disso, em uma bateria carregada e pronta para realizar trabalho,
apenas o Lítio que ora estiver armazenado no anodo fornece energia
para a carga, mas Lítio é usado também no eletrolito, bem como no
catodo da bateria. Assim, vai ficando patente a necessidade de alguma
quantidade de Lítio extra por kW.h, para além da quantidade teórica
de material ativo que compõe o kW.h de energia armazenada. As
baterias são um compromisso entre inúmeras variáveis.
Taxa
de Descarga (Taxa C):
Nem todos os fabricantes de baterias determinam a capacidade de seus produtos pelo mesmo método. Tais fabricantes tomam uma dada bateria cheia e a fazem descarregar em 3, 5, 7, 10 ou 20 hs. Variando-se o consumo, ou seja, a corrente elétrica que a carga (ou consumidor) demanda, consegue-se variar o tempo que levará para descarregar. Com o resultado deste teste determina-se, então, a capacidade, seja em kWatt.hora, ou ainda em Ampere.hora para aquela bateria.
Por exemplo: Se a uma bateria plenamente carregada mantém a sua capacidade de alimentar uma carga ao longo de 20 horas para uma corrente de alimentação de 2 Ampères, então a avaliação da capacidade seria rotulada em 2 x 20 = 40 Amp-hora.
No entanto, o problema é que esta relação não é linear pois, quanto mais rápido se descargar uma bateria, tanto menor será a sua capacidade efetiva. Se o método de avaliação da mesma bateria usada acima fosse feito feito para uma corrente de carga de 4 Ampères (o dobro de 2), de fato, a mesma carga completa da bateria não duraria 10 horas (metade de 20) mas, com toda certeza, duraria algo menos, o que faria resultar numa capacidade menor. Assim, a capacidade não é uma constante.
Por exemplo: Se a uma bateria plenamente carregada mantém a sua capacidade de alimentar uma carga ao longo de 20 horas para uma corrente de alimentação de 2 Ampères, então a avaliação da capacidade seria rotulada em 2 x 20 = 40 Amp-hora.
No entanto, o problema é que esta relação não é linear pois, quanto mais rápido se descargar uma bateria, tanto menor será a sua capacidade efetiva. Se o método de avaliação da mesma bateria usada acima fosse feito feito para uma corrente de carga de 4 Ampères (o dobro de 2), de fato, a mesma carga completa da bateria não duraria 10 horas (metade de 20) mas, com toda certeza, duraria algo menos, o que faria resultar numa capacidade menor. Assim, a capacidade não é uma constante.
A verdade é que a real capacidade de uma dada bateria não se mantém constante ao longo da variação das Taxas de Descarga (isto é, quando se emprega taxas de descarga diferentes no método de avaliação da capacidade de uma mesma bateria).
Quando falamos sobre a capacidade de uma bateria (Ampere-hora ou kilowatt-hora) esta é uma figura nominal definida para uma taxa de descarga especifica e, em geral, espertamente adotada para ser relativamente baixa: de C/20, por exemplo, o que significa que a avaliação foi feita considerando 20 horas para descarregar a bateria, enquanto que, na prática de uma dada aplicação (como alimentar o sistema de tração da motocicleta elétrica, por exemplo), poderá acontecer uma situação normal que a faça ela descarregar em apenas 1 h.
Então fique esperto você também: quanto mais lentamente uma bateria for descarregada, mais energia, no total, ela fornece, mas, ela está fornecendo uma quantidade relativamente pequena de energia por unidade de tempo, ou seja, a sua entrega de potência é baixa.
Inexoravelmente, quando uma bateria é descarregada rapidamente, a uma taxa elevada de descarga, a sua capacidade total de energia nominal cai. Em outras palavras, ela pode fornecer energia elevada, mas durante um período curto de tempo, e fornece uma energia total menor do que se fosse descarregada lentamente. Então, sempre ao depararmos com a informação capacidade de uma bateria, seja em Ampere-hora ou kilowatt-hora, precisamos perguntar: Para qual Taxa de Descarga isso foi avaliado?
As taxas de descarga são dadas no formato:
Exemplos:
P/ descarga em 3 hs => C/3
p/ descarga em 20 minutos = 1/3 hs => C3
A taxa de
descarga padrão geralmente utilizada para avaliar o desempenho de
uma bateria VE puro é C/3, o que significa que na taxa de descarga
"média" esperada para um VE puro, a bateria irá durar 3
horas.
Portanto,
por exemplo, para uma bateria de 32 kW.h, esperada para entregar a
faixa média de 3,125 milhas por kW.h, ou 100 milhas no total, sobre
as 3 horas, o que equivale a uma velocidade média de 33,3 mph (milha
por hora), com a bateria entregando a potência de cerca de 10 kW ao
longo desse período, variando a velocidade, temos dois possíveis
cenários:
- Se o carro vai mais rápido do que as 33,3 mph, a capacidade da bateria cairá com o aumento da entrega de potência e o alcance vai ficar abaixo das 100 milhas esperadas;
- Inversamente, se o carro vai mais lentamente do que 33,3 mph, ele poderá ao final ir mais longe do que 100 milhas, mas, obviamente, levará mais tempo para fazer isso.
Ora, isso
já era algo conhecido desde sempre pelos motoristas que usaram
veículos com armazenagem de energia em combustível líquido. Quando
se tem pouco combustível, busca-se andar mais devagar (modo
econômico), a fim de prolongar o alcance e poder chegar aonde se
precisava chegar. Eu mesmo já fiz isso, muitas vezes pois, eu sei que
efetivamente funciona.
O
problema é exacerbado quando o tamanho da bateria torna-se menor (como ocorre, drasticamente, no caso dos carros híbridos). A
potência necessária para conduzir o veículo em qualquer velocidade
continua a ser substancialmente a mesmo e, se a bateria é menor, a
taxa relativa em que a bateria está a ser descarregada aumenta.
Portanto, sua capacidade efetiva cairá ainda mais devido ao aumento
da taxa de descarga.
Assim,
para um veículo híbrido, com uma bateria de apenas 1,5 kW.h
nominal, nem mesmo um alcance de até 5 milhas pode ser conseguido
apenas com a bateria sozinha, porque a capacidade da bateria é muito
pequena comparado com a demanda de energia necessária para conduzir
o veículo: uma demanda de 10 kW (condução a 30 mph) é uma taxa de
descarga de 10 kW /
1,5 kW.h = 6,67, ou seja, cerca de C7 o que significa que a
bateria descarrega em 1/7 de uma hora ou, melhor dizendo, 9 minutos.
Assim, a
30 mph seria de esperar que uma faixa de 4 - 5 milhas. O problema é
que a capacidade nominal de 1,5 kW.h aplica-se a C/20 e não a C7. C7
é uma taxa de descarga 21 vezes mais rápido que a taxa de descarga
C/3 (padrão para avaliação de uma bateria de VE puro, que é muito maior, ex. de 32 kW.h) e, 140 vezes mais rápida do que C/20.
Assim, a
capacidade nominal de 1,5 kWh cai ainda mais sob esta maior taxa de
descarga e o veículo fornece apenas 1 quilômetro de alcance, e não
4 ou 5 como alguns poderiam esperar.
O
Diagrama de Ragone:
Estas
dinâmicas dependentes da Taxa de Descarga podem ser ilustradas com um diagrama conhecido como a
diagrama de Ragone, que é utilizado para mostrar como a capacidade
total de energia de uma bateria declina, tanto com o aumento da sua
taxa de descarga, quanto com o aumento da potência entregue.
O exemplo
de gráfico a seguir é para uma bateria de tecnologia de catodo em
Fosfato de Ferro Lítio (LFP) - LiFePO4 (revestido de
carbono), utilizando um material de fosfato em quatro diferentes densidades.
Por
conseguinte, os valores geralmente indicados para a capacidade do
material de LiFePO4 de 160 mA.h / g , são para taxas de
descarga baixas, de 0,1C ou menos, assim, este é um número teórico.
Olhando (no diagrama acima) para a taxa de descarga C/3 (0,33 C), que pode ocorrer em uma
bateria VE puro de grande porte, a capacidade cai para algo mais realista: apenas cerca
de 130 mA.h / g.
Para
fazermos um exercício de avaliação, vamos dar uma bateria de 16
kW.h para um PHEV (como é o caso do Chevy Volt) e assumir uma
velocidade máxima em “modo VE” de 60 mph e ainda assumir com
otimismo que nesta faixa de velocidade um rendimento de 2,19 milhas
por kW.h é obtida, ou seja, 35 milhas de alcance nominal até a
descarga completa.
Deste
modo, a descarga é feita em 35 minutos, ou seja, a uma taxa de 60mph/35mi , que corresponde a aproximadamente 1,7C.
Olhando
para o gráfico encontramos que a capacidade específica diminui para
algo entre 95 -110 mA.h / g. Vamos considerar a média, que é 102,5
mA.h / g: se 160 é o valor teórico, então 102,5 corresponde a
64% do valor teórico. Portanto, a capacidade disponível seria
apenas 16 kW.h x 0,64 = 10,25 kW.h. Nosso cálculo baseado apenas no
gráfico se aproxima bem do valor declarado pelo fabricante, que é
de 10,4 kW.h utilizável.
Assim
sendo, a bateria descarregaria após ter rodado apenas 22,4 milhas (e
não 35 milhas, como previa) e teria se passado apenas 22,4 minutos
até o fim da carga (e não 35 minutos) nesta taxa de descarga.
(Em uma
apresentação a Volkswagen assumiu uma exigência de energia
média para um Golf VE classe de 320 W.h / milha e energia necessária
de 20 kW.h para atingir 60 milhas de alcance, com uma bateria
completa 30 kW.h a uma velocidade "média". Portanto, o
nosso exemplo teórico acima foi bastante otimista).
O gráfico
de Ragone reflete o fato de que, quando o consumo de energia em uma
bateria aumenta, a tensão cai, análoga à pressão em um tanque de
água que cai mais rapidamente se a válvula está totalmente aberta.
À medida que a tensão cai, e a quantidade de carga armazenada
também cai enquanto a bateria se vai sendo descarregada, por
depender de ambos os fatores, a energia armazenada cai também,
exponencialmente.
Polarização:
A queda
na capacidade acima apresentada, é devido a um fenômeno que ocorre
com os elétrodos de todas as baterias conhecido como polarização
ou de sobretensão. Estas sobretensões ocorrem pois as reações nos
eletrodos não ocorrem perfeitamente numa bateria real ocasionando
quedas de tensão devido ao surgimento de uma resistência interna à
bateria que surgem em decorrência da cinética das reações
químicas. Tal queda de tensão é debitada da tensão de circuito
aberto nominal e faz reduzir a tensão de funcionamento da bateria –
isto é, a densidade de energia cai e as razões disso são três:
A
Polarização Ativa aciona a reação eletroquímica na
superfície dos elétrodos (isto é, Li → Li e- no anodo e Li e- →
Li no catodo): estes processos, em si só, consomem energia (a energia
de ativação das reações químicas, o coeficiente de atividade
iônica, etc). Em outras palavras, os átomos de Lítio no anodo não
pode ionizar sem um custo mas, consomem parte energia armazenada na
bateria para o fazer.
A
Polarização de Concentração é um outro efeito devido às
diferenças na concentração dos reagentes nas superfícies do
eletrodo que interferem com a difusão / migração dos íons. Quanto mais elevada a taxa de descarga, mais rápida é a reação
química nos produtos da bateria é exigido e existe menos tempo para os reagentes
se combinarem: um gradiente de concentração mais íngreme surge
definindo uma maior resistência interna, ou seja maior perda de
energia.
A queda de tensão I.Rint ou polarização de resistência interna (Rint) é causada pela passagem da corrente que é produzida pela bateria pela resistência
interna das suas próprias células. Isto provoca uma queda de tensão (queda I.Rint)
durante a operação que reflete em perda de energia na forma de
calor, que dissipado no corpo da própria bateria. Quando falamos em termos ideais costumamos desprezar (considerar igual a zero) a
Rint de uma dada fonte de energia elétrica (um gerador ou uma bateria) mas, na pratica, infelizmente, todas as fontes a tem e ela é alvo de preocupação, quando trata-se da questão da máxima transferência de potência, ou seja, máxima eficiência energética. No diagrama abaixo, considerou-se uma Rint = 0,8 Ohms, apenas como um exemplo, para demonstrar o efeito da perda que ocorre na resistência interna da bateria.
Neste exemplo exacerbado, quase 45% da energia é dissipada na resistência interna da própria bateria, em forma de calor.
As Polarizações e a queda de I.Rint serão desprezíveis apenas se a corrente de descarga for muito baixa. Com correntes menores, principalmente a parcela I.Rint se torna proporcionalmente menor e a célula pode, então, funcionar com tensão mais próxima da tensão de circuito aberto e entregar a maioria da energia armazenada teoricamente. Já, em taxas de descarga mais realistas, estes se tornam fatores importantes e provocam a alta taxa de perda de capacidade descrita.
As Polarizações e a queda de I.Rint serão desprezíveis apenas se a corrente de descarga for muito baixa. Com correntes menores, principalmente a parcela I.Rint se torna proporcionalmente menor e a célula pode, então, funcionar com tensão mais próxima da tensão de circuito aberto e entregar a maioria da energia armazenada teoricamente. Já, em taxas de descarga mais realistas, estes se tornam fatores importantes e provocam a alta taxa de perda de capacidade descrita.
Estes
efeitos de polarização causam perdas nos eletrodos que consomem
parte da energia e a dissipam na forma de calor. Portanto, nem toda a
energia teoricamente disponíveis na bateria será convertida em
energia útil.
Apesar de
considerar a queda de I.Rint, deve também ser lembrado
que as baterias LiFePO4 operam em voltagem mais baixa do
que baterias LiMnO2. A tensão em aberto cai a partir de
3,6 V para 3,3 V ou mesmo 3,2 V. Isto aumenta a quantidade teórica de
Lítio necessária por kW.h para este modelo de bateria, a partir de 73 g (conforme cálculo demonstrado no final da PARTE 2 deste artigo) para 80 g ou 82 g (cerca de 436 g
de carbonato de Lítio) e da quantidade real de pelo menos quatro
vezes mais do que isso (ou seja 1,74 kg de Carbonato de Lítio), estimado
apenas para o que deve ser envolvido na reação, íons
potencialmente migrados para o anodo durante o carregamento.
Condutividade
do Eletrolito Orgânico:
Um
eletrolito que contenha H2O, simplesmente não poderia ser
usado em conjunto com a tecnologia de íons de Lítio, uma vez que os íons Li+ iriam, naturalmente, reagir com o hidrogênio (H) contido nele para formar hidróxido
de Lítio. Assim, um eletrolito complexo orgânico de LiPF6
(Hexafluorofosfato de Lítio) dissolvido em um solvente orgânico é
o mais utilizado. Isto tem condutividade de 10 a 100 vezes menor do
que os eletrolitos aquosos como os utilizados em baterias de tecnologia convencional como NiMH, ZnAr ou PBA.
Por
conseguinte, em função disso, a resistência interna (Rint) da bateria de Li-íon tende a se tornar, relativamente, ainda mais elevada, em comparação com as das tecnologias concorrentes e isso, obviamente, leva a ainda maiores preocupações com perdas de energia, por
aumentar a queda de tenção I.Rint, ao mesmo
tempo em que a energia desperdiçada se transforma em indesejável calor nesta Rint da bateria. Assim, uma vez mais a "densidade de energia teórica" do par de
metal de Lítio, por si só, 3,6 V x 3800 mAh / g = 13.680 Wh / kg, encontra motivos para ser reduzida.
Um certo
número de pacotes de baterias de íons de lítio concebidos
para utilização em VEs utilizam arrefecimento líquido para
dissipar o calor gerado. Isto é incomum para qualquer uma das
baterias química aquosa tradicionais, para as quais o ar de
arrefecimento é suficiente. Esta geração de calor interno maior é
indicativo da maior resistência interna e das consequentes perdas de
energia mais elevadas, que se traduz em densidade de energia eficaz reduzida em relação ao que teoricamente poderia ser disponível.
Assim,
vão se apresentando uma série de fatores: Polarização ativa,
polarização de concentração, baixa condutividade do eletrolito, queda
I.Rint, todos apontando para aumento das perdas de energia nas baterias Li-íon e que acarretam, por um lado, para a necessidade de um sobredimensionamento da quantidade efetiva de Lítio a ser empregada e, por outro
lado, a possível necessidade de um sistema de arrefecimento para corrigir a indesejada elevação do aquecimento da bateria.
Então,
vamos precisar de ainda mais Lítio (carbonato de Lítio) para tentar compensar as perdas e, para estimá-lo, prosseguiremos o
este estudo na próxima postagem.
Nota Sobre a relação entre massa de Lítio e massa de Carbonato de Lítio:
Massa
atômica do Li = 6,941 u.m.a.
Massa
atômica do C = 12,0107 u.m.a.
Massa
atômica do O = 15,9994 u.m.a.
Massa
molecular do Carbonato de Lítio: Li2CO3
= (2 . 6,941) + (1 . 12,0107) + (3 . 15,9994) = 73,891 (u.m.a. => unidade de massa atômica)
Assim,
precisamos de 73,891 / (2 . 6,941) = 5,323 vezes em massa de Li2CO3 ,
a partir da massa de metal de Lítio que desejamos ter. Para conferir estes cálculos, existe uma Tabela Periódica de Elementos Químicos completa, na PARTE 1 desta postagem.
Outros Fatores Relativos ao Eletrolito:
Na figura ao lado, o eletrolito LiPF6 comumente empregado para baterias de íons de Lítio LiMn2O4 (LMO) e LiFePO4 (LFP), produzido pela MTI Corporation, em um recipiente de aço inoxidável de segurança contendo 1 kg (US$ 499 e em queda). Devido às propriedades químicas do LiPF6, ele deve ser operado no vácuo ou gás inerte seco para evitar a umidade.
Hasta la vista, baby!
Outros Fatores Relativos ao Eletrolito:
Além dos
processos dos eletrodos físicos que descrevemos anteriormente, o potencial de trabalho de uma célula de íon de Lítio é também é
afetada pelos processos da reação química no eletrolito.
O quanto
a tensão de uma célula (ou da bateria) cai devido a uma corrente
que é demandada, pode ser previsto pela famosa equação de Nernst,
cuja derivação não vamos apresentar aqui. Os estados de equações
que o potencial de trabalho efetivo de uma célula é reduzido por um
fator derivado da extensão da reação ou em que medida ela se
procedeu e a atividade dos reagentes.
O fato é
que quanto mais a reação se estende, mais ainda a tensão irá
cair. Interrelacionado com isto está a atividade dos reagentes.
Simplesmente porque os íons Li + passaram do anodo para o
eletrolito, isso não significa que todos eles vão se mover para o
cátodo para se recombinar. Em uma solução concentrada, os íons
tendem a interferir uns com os outros e reduzir a sua atividade
global, assim, a reação é abrandada.
Isto é
exacerbado pelo Número de Transporte baixo para os íons de
Lítio (assunto que trataremos também na próxima postagem), o que significa que eles tendem a se acumular, no
eletrolito, um pouco mais perto do anodo causando um aumento da
interferência uns sobre outros e do aumento da concentração de
íons de carga oposta de PF6, contidos no eletrolito
complexo orgânico de LiPF6.
É por
isso que vários solventes orgânicos são misturados, não apenas para buscar diminuir
a viscosidade do eletrolito e para aumentar da solubilidade dos sais
de lítio mas, para fazer aumentar a mobilidade dos íons de Lítio no
eletrolito, resultando em maior desempenho da bateria.
Na figura ao lado, o eletrolito LiPF6 comumente empregado para baterias de íons de Lítio LiMn2O4 (LMO) e LiFePO4 (LFP), produzido pela MTI Corporation, em um recipiente de aço inoxidável de segurança contendo 1 kg (US$ 499 e em queda). Devido às propriedades químicas do LiPF6, ele deve ser operado no vácuo ou gás inerte seco para evitar a umidade.
Hasta la vista, baby!
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