A postagem de hoje, infelizmente, não é sobre tecnologias (da forma como eu sempre prefiro que seja) mas é sobre economia e política (fatores que afetam os empreendimentos e, conseguintemente, as tecnologias, seja para o bem, quando é para o bem ou seja para o mal, quando é para o mal).
Nem mesmo empresas multinacionais já instaladas aqui e detentoras de tecnologia, produzirão aqui para exportação, seja VEs, ou mesmo só baterias e nem mesmo apenas eletroeletrônica embarcada. Esquece isso! Estamos fora da rota de interesses.
De modo que, teremos simplesmente que, fazer o de sempre: esperar a boa vontade de alguma grande montadora que venha a ser a pioneira em VE no Brasil pois, toda a produção dos VEs nestes próximos primeiros anos, que será muito limitada (menor que a demanda reprimida), será toda, apenas para atender mercados do primeiro mundo (do qual nós estamos ainda muito longe de fazer parte). E, quando houver algum salto tecnológico, seja em baterias ou em carregadores embarcados, nós poderemos, se tivermos sorte, receber aqui um pouco dos rejeitos industriais do primeiro mundo.
Quem sabe até o dia que isso venha a acontecer, o governo brasileiro retire a sua mão absurdamente pesada em tributação contra os VEs e, assim, a gente consiga até mesmo adquirir alguns bons obsoletos. C'est lá vie, my friend! Dura ...
Se por um
lado o custo das baterias de íons de Lítio é um dos maiores
empecilhos para uma maior adoção de VEs, por outro, a baixa demanda
dos compradores destes carros poderá se tornar um fator que tenda a
atrasar a queda nos preços das baterias.
O
Departamento de Energia dos Estados Unidos estabeleceu a meta de
reduzir o custo do pacote de bateria para US$ 300 por quilowatt/hora
até 2014 mas, preços, não se podem ajustar apenas por desejo e
mesmo decretos de governo, só o podem fazer, por um tempo, debaixo
de forte contingência.
O
conjunto de bateria de 23 kW.h usado no Focus Electric, primeiro
carro elétrico da Ford a ser lançado, por exemplo, pode custar entre US$ 12 mil e
US$ 15 mil (preço para a montadora), afirmou o seu presidente-executivo, Alan
Mulally, em uma conferência em abril. Isso sugere que a Ford está
pagando até US$ 652 por quilowatt/hora.
Volumes
maiores de produção é o principal fator na queda dos preços das
baterias, afirmam os consultores da McKinsey. Os preços também
podem cair se os fabricantes de baterias aprimorarem seus processos
de manufatura e usarem equipamentos padronizados.
Os custos
das baterias também podem cair conforme a indústria de bens
eletrônicos de consumo continuam a fazer avanços no aumento da
carga e da potência das baterias de íon de lítio, segundo o
estudo.
Ao longo
do tempo, essas melhorias serão aproveitadas na indústria
automotiva, afirma o consultor John Newman, da McKinsey, que também
é autor da pesquisa. As baterias no setor de produtos eletrônicos
de consumo são disponíveis hoje em dia por cerca de US$ 300 o kW.h.
"É a indústria de eletrônicos de consumo que está empurrando
os custos para baixo", afirmou Newman.
De fato,
todos os fatores anteriormente mencionados, estarão ocontecendo de
forma concorente nos próximos 10 ou 12 anos, de modo que existe uma
forte expectativa de que, o custo das baterias de íons de Lítio
usadas em VEs possa cair em algo mais do que 70% até 2025, ainda que possa
vir a ter todos os seus parâmetros qualificativos melhorados, dobrados, até lá.
O
principal motivo propulsor disso: a realidade da economia mundial, no
que concerne a mobilidade, baseada em uma fonte não sustentável de
energia: economia baseadas em alta do preço do petróleo e os
padrões rigorosos de economia de combustível continuarão sendo o
principal incentivo para que as montadoras fabriquem mais carros com
a tecnologia, enquanto que os governos dos países que tem poder,
continuarão sustentando incentivos por um longo período (na verdade
investindo em mais poder no futuro).
As
questões ligadas a fabricação dessas baterias, em uma escala
maior, representará algo perto de um terço da potencial redução
de preço até 2025, afirma a empresa de pesquisa de mercado McKinsey
no estudo. A esperada entrada de mais e novas companhias no setor,
assim como a tecnologia nova herdada de fabricantes de produtos
eletrônicos como Apple também podem ajudar a reduzir o custo das
baterias de íon de lítio, acrescentou a consultoria.
"Baterias
mais baratas podem proporcionar uma maior adoção de veículos
elétricos, o que potencialmente afetará os setores de transporte,
energia e petróleo", declarou a McKinsey.
A
consultoria previu que o preço de um conjunto completo de bateria de
íon de lítio cairá de US$ 550 a US$ 650 por kW.h atuais para
cerca de US$ 200 em 2020 e US$ 160 até 2025.
Se o
preço da gasolina ficar em torno de US$ 3,50 por galão (3,8
litros), ou acima disso, montadoras que compram baterias por US$ 250
por kW.h poderão oferecer veículos elétricos a um custo muito mais
competitivo do que o que já é atual (e eu não estou falando de
Brasil, onde o preço atual é só uma fantasia uma vez que o mercado
é inexistente), significativamente mais baratos, o que tenderá a
acelerar o fim da era dos carros a combustível, entre 2025 e 2035.
Aqui no
Brasil, andaremos sempre bastante defasados, por que a legislação
brasileira não favorece carros elétricos. Não há nenhum incentivo
tributário à produção, comercialização e licenciamento de
veículos elétricos aqui, o que acontece em outros lugares do mundo
– graças ao conceito ambiental ligado aos carros elétricos, que
não prejudica tanto o meio ambiente.
Montadoras
como a Nissan, Renault, Mitsubishi e General Motors tentam pressionar
o governo brasileiro a conceder benefícios para os modelos elétricos
e híbridos, mas o que acontece é o absurdo de uma situação
completamente inversa: os elétricos pagam 25% de Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), porque nossa legislação não prevê
carros sem motores a pistão. O Brasil continua sendo o pais da
anedota criminosa: Isso significa que o governo enquadra o VE da
mesma forma que um superesportivo com motor V12. A legislação
brasileira compara os elétricos como ‘carros para ricos’.
A carga
tributária brasileira agregada ao preço final do produto é
desproporcional e torna inviável, por exemplo, a comercialização
do Nissan LEAF. O IPI de veículos elétricos é o mesmo dos veículos
mais poluidores a combustão: 25%. A contribuição ao Programa de
Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) é de 11,6%. O ICMS varia entre 18% e 19%
dependendo do estado, enquanto o IPVA, apesar da isenção em sete
estados, pode atingir até 4% em outros.
E ai, Tia
Dilma?? Pense, mulher: Eu mesmo seria o primeiro a comprar um carro elétrico, se ele estivesse ao meu alcance. Mas não deixo de pensar na coletividade e no meio ambiente, quando eu olho para o cenário no qual o contexto dos VEs está inserido no Brasil, por uma óticas conturbante, porém bem sincera:
- O Brasil possui uma alta capacidade de produção energética, tanto instalada como latente. Porém para construção de mais hidroelétricas, teríamos que invadir o eco sistema e prejudicar o meio ambiente. Por outro lado, quando falamos em emissão de gases poluentes, o carro elétrico fica de fora da culpa poluidora. A Petrobrás que não é boba, já deu passos largos para investimentos na produção alternativa de energia não poluidora, de olho no futuro do carro elétrico desembarcado aqui. Quando a política enxergar os fatos, já será tarde e, como sempre, vamos receber presentes de grego, ou seja: os carros elétricos quando aportarem por aqui, comercialmente viável, já estarão fora de moda nos países que saíram na frente 10 anos atrás (isso já aconteceu com outros produtos antes).
- Quanto à coletividade, sempre teremos os pobres babões com vontade de ter um carrão, à gasolina é óbvio: enquanto a minoria rica é subsidiada pelo governo em caminhonetes à diesel, circulando vazias nas cidades, poluindo e afrontando a burguesia, bem como atiçando a cobiça dos donos de ferrovelho, alimentando a indústria do crime de assaltos seguidos de mortes, cada vez mais frequentes nas super caminhonetas das cidades, que deveriam estar na roça trabalhando, já que foram financiadas com ajuda do governo para tal finalidade. Pode prestar atenção e me dizer, se não é assim que está o tal negócio. A coisa toda tá, continua "maus", como sempre foi!
- Pobre, que é o que nunca faltou no nosso país, tem carro à gasolina, em geral velho, que também pode rodar a gás de cozinha (adaptado com botijão junto ao motor), sem segurança, sem regulamentação e sujeito à apreensão, ou a explodir tudo a qualquer momento ou, então, ele tem uma moto de baixa cilindrada que vive derrubando-o no trânsito caótico das grandes cidades, quando não vai parar numa fila de espera eterna numa unidade do SUS que já está na UTI há décadas. E querem criar (não, recriar) mais um imposto pra mesma saúde, que eles, políticos corruptos EM MAIORIA, já deixaram em frangalhos com a mal aplicada, desviada e roubada CPMF. No que diz respeito a isso tudo, muitos de nós também vêm se tornando bastante favoráveis a uma outra máquina movida a energia elétrica, só que esta, sem rodas ou motor e, que deveria estar instalada em todas as unidades prisionais do Brasil, mesmo que até o presente momento não exista um poder executivo e judiciário com culhão o bastante, para colocar o público alvo a devidamente encarcerado ali.
Eu disse, e está dito! Só que tem um pequeno grande detalhe: Mesmo que o governo brasileiro deixasse de andar na contra mão e passasse a fizer a parte dele direito, mesmo assim, nós continuaríamos não tendo acesso aos VEs aqui pois, não há investidores nacionais REALMENTE disposto a produzi-los no pais, há um monte de "historinhas", algumas até que bem intencionadas mas, é só isso, nem mesmo para produzir baterias adequadas tem investidor aqui e as grandes montadoras detentora das tecnologias, por uma série de motivos, não se interessarão, tão cedo, em vir produzi-los aqui.
Nem mesmo empresas multinacionais já instaladas aqui e detentoras de tecnologia, produzirão aqui para exportação, seja VEs, ou mesmo só baterias e nem mesmo apenas eletroeletrônica embarcada. Esquece isso! Estamos fora da rota de interesses.
De modo que, teremos simplesmente que, fazer o de sempre: esperar a boa vontade de alguma grande montadora que venha a ser a pioneira em VE no Brasil pois, toda a produção dos VEs nestes próximos primeiros anos, que será muito limitada (menor que a demanda reprimida), será toda, apenas para atender mercados do primeiro mundo (do qual nós estamos ainda muito longe de fazer parte). E, quando houver algum salto tecnológico, seja em baterias ou em carregadores embarcados, nós poderemos, se tivermos sorte, receber aqui um pouco dos rejeitos industriais do primeiro mundo.
Quem sabe até o dia que isso venha a acontecer, o governo brasileiro retire a sua mão absurdamente pesada em tributação contra os VEs e, assim, a gente consiga até mesmo adquirir alguns bons obsoletos. C'est lá vie, my friend! Dura ...
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