A China
lançou, no início deste mês de Outubro/2012, um plano para
estimular sua “subdesenvolvida indústria de veículos elétricos”,
com a meta de tornar a indústria mais competitiva no mercado global.
Essa é uma notícia que nos chega.
O plano
do governo central chinês pede a produção de 500 mil carros
elétricos e híbridos até 2015, com o volume de fabricação dos
dois tipos atingindo 2 milhões de unidades até 2020, informou o
site oficial do governo chinês. Com a implementação do plano, o
consumo médio de combustível por veículo de passageiros deve
diminuir para 6,9 litros de gasolina para cada 100 quilômetros até
2015, enquanto o uso de combustível por veículo de passageiros
específico com economia de energia cairá para menos de 5,9 litros
para cada 100 quilômetros. É o que eles almejam em previsão.
Já, até
2020, o consumo médio de combustível deverá ser de 5 litros,
enquanto a cifra para os carros com economia de energia ficará em
4,5 litros, apontam eles. Entretanto, alguns especialistas da
indústria advertem que a China enfrenta, de modo geral, disparidades
em termos globais no desenvolvimento do setor, já que outros
fabricantes de automóveis, sediados em países desenvolvidos, também
estão, continuamente, reforçando suas linhas industriais de carros
elétricos.
Quem já
teve a oportunidade de poder dar uma boa olhada nos veículos
elétricos chineses, pôde constatar que a disparidade, de fato,
existe, mas dai, a poder afirmar que tais disparidades são cada vez
maiores, ou está cometendo um ledo engano, ou está, simplesmente,
expressando uma tendência natural de pretender subestimar os
chineses. Algo típico de quem se sente ameaçado, ou está apenas
enciumado.
Tecnologias
essenciais "atrasadas" e a falta de produção de grande
escala – afirmam - causaram o atraso do setor de veículos
elétricos do país em comparação com outras economias
desenvolvidas, algo que é reconhecido pelos próprios chineses,
segundo o Relatório de Desenvolvimento da Indústria de Automóvel
da China 2012.
O
documento indica que os próximos 20 a 30 anos serão um "período
crítico" que verá a formação de uma indústria global de
veículos movidos a novas energias. Os principais países de produção
de automóveis, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, já fizeram
esforços para estimular suas indústrias de carros elétricos.
O plano
chinês reconhece que, os avanços relacionados a tecnologias
essenciais de baterias e componentes-chave de automóveis serão uma
importante meta para a indústria automotiva mundial nos próximos
anos. O plano revela ainda que mais instalações de recarga serão
construídas dentro de cidades e entre cidades para satisfazer as
demandas.
Ao meu
ver, a China, que como o Brasil ainda é classificada como um país
emergente, está no caminho certo de investimentos e de
desenvolvimento. Até o Japão, há bastante tempo já, reconhece a
“ameaça chinesa”. Iniciativas que se verificam em nosso próprio
país, são algo tímidas, inexpressivas, comparadas ao esforço
chinês para desenvolver tecnologias e buscar, agressivamente,
expandir mercados.
Você
acha importante que o Brasil também tenha um carro elétrico com
tecnologia nacional? A essa pergunta, aposto que a grande maioria,
quase todos os brasileiros, responderão que sim. A investida
brasileira mais expressiva que se apresenta é a do grupo Vez do
Brasil, que demonstra apostar, acertadamente, em veículos 100%
nacionais superleves, porém persistindo em afirmar, de modo
anacrônico, contrário a todas as claras tendências mundiais, que
os carros só terão um preço acessível, propiciando deslanche do
nosso mercado, quando a indústria conseguir utilizar baterias que
não sejam de íon de Lítio.
Isso
posto, fica uma questão: Os chineses estão tomando o atalho errado,
por ter apostado, de início, também em VEs super leves e básicos,
simplórios até, mas dotados de baterias de Lítio “made in
China”, ou nós é quem estamos vacilando ao não querer enxergar
que os países do Mercosul são os “donos do Lítio global” e
devem, urgentemente, formar parcerias para começar a produzir
baterias baseadas em Lítio.
Atualmente,
nem sequer uma mera estação de carregamento de VEs domésticas
(EVSE) nós conseguiríamos montar, sem apelar em adquirir o bendito
conector J1772 dos nossos melhores parceiros comerciais de 2012, os
sábios chineses. Então, melhor revermos os nossos conceitos quanto
a China e suas reais capacidades, ou continuaremos no vácuo dos VEs,
sem eira nem beira, mordendo a própria língua.
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