Carro Elétrico Brasileiro - Pró-Tecnologia Nacional
Esta petição está esperando pela aprovação da Comunidade da Avaaz.
Por que isto é importante
Esta petição é importante pelo fato de ser por meio dela manifestado nosso interesse em contribuir com o avanço desta tecnologia em nosso País.
Na maioria das vezes a maior parte dos problemas ambientais ocorrentes no mundo são devido a ignorância humana que insiste em continuar a adotar sistemas ineficientes ao invés de mudarem para sistemas comprovadamente mais eficientes, mas sustentáveis. E este é exatamente o caso em questão: Carros movidos a partir da queima de combustíveis fósseis x carros elétricos.
Está na hora de mudarmos isso no Brasil que já está em muito defasado em relação a outros países que já saíram na frente nesta corrida tecnológica.
"Ordem e Progresso", diz nossa bandeira nacional.
Façamos isso acontecer no nosso sistema de transportes!
Juntos somos mais.
ASSINE A PETIÇÃO |
Por leis específicas que fomente projetos de carros elétricos; Incentivem a industria nacional; Promovam pesquisas de maior aproveitamento energético; Pelo IPI zero para carros elétricos e híbridos, inclusive os importados; Pela redução de impostos de importação; Pela criação de centros de referência nacional em desenvolvimento de veículos sustentáveis; Por linhas de crédito especial para financiamento de veículos deste tipo; Pela promoção da acessibilidade e popularização desta tecnologia.
Empreendedorismo:
Empreendedorismo é uma classe de atividade em que competências e habilidades relacionadas à criação de um projeto (técnico, científico, empresarial) são, predominantemente empregadas. Tem origem no termo "empreender", que significa: realizar, fazer ou executar.
Contextos sociais altamente complexos, em permanente processo de mudança, como, por exemplo, os que se tem vivido com a crise financeira mundial, instalada em torno de 2008, levam a demandas por novas lógicas econômicas e sociais, que respaldem essencialmente as atividades produtivas.
Por outro lado, a demanda por novas tecnologias e pela criação de novos produtos motivam o surgimento de empreendimentos, que buscam entrar competitivamente no mercado, seja ele local, nacional ou mundial.
A concretização do novo é um processo que está sujeito a uma série de influências mas, está ligado, inerentemente, a índole individual do empreendedor e a cultura social de apoiar a boas ideias que se levantam para melhorar a vida de todos, sendo importante para inovar, a existência de uma liderança bem definida, todo esse processo depende fortemente da capacidade de inovação, de um modo geral, dos atores sociais e, especificamente, dos empreendedores.
Nesse quadro, torna-se evidente, a nível dos governos, a importância de elaborar e executar políticas de incentivo às ambiências propícias ao desenvolvimento de práticas reais inovadoras, as quais podem ser consideradas manifestações culturais, ou mesmo manifestações de uma cultura desenvolvida por atores empreendedores.
Isso reforça a importância do papel do empreendedor no desenvolvimento de práticas organizacionais que representem uma cultura inovadora, e, consequentemente, considerada empreendedora.
Para exemplificar, dando sentido prático a isso que descrevemos, vamos apresentar para estudo um texto baseado em um caso real de atividade empreendedora em sua fase preliminar, que aparece na introdução do livro "Nação Empreendedora - o Milagre Econômico de Israel e o Que Ele Nos Ensina", de autoria de Dan Senior e Saul Singer, cuja imagem da capa da edição brasileira (pela editora Evora) é mostrada na figura a seguir.
Na dobra capa deste livro encontramos o seguinte questionamento perspicaz:
"Como, um país em que 95% do solo é árido, se transforma em um "milagre econômico"?"
Ali, o termo "milagre econômico" é colocado entre aspas pois, considerando que, há muito tempo já, Deus não tem mais feito acepção entre as nações da Terra, então isso é algo que somente a existência de uma legítima cultura empreendedorista pode prover e, em contrapartida, a ausência dela, pode fazer um outro país qualquer, abençoado com as dádivas de uma natureza muito mais rica, permanecer, indefinidamente, patinando na mesmice da sua própria falta de competência.
Vamos ao texto:
Belo discurso, mas o que
exatamente você pretende fazer?
-SHIMON PERES A SHAI
AGASSI
Àqueles dois homens ali
sentados, em uma elegante suíte do Sheraton Seehof, no alto dos
Alpes suíços, certamente formavam uma estranha dupla. Não havia
tempo para diminuir a tensão conversando sobre amenidades; eles
simplesmente trocavam olhares nervosos. O mais velho, cuja idade era
praticamente o dobro da do mais jovem, era um indivíduo que não se
deixaria desencorajar facilmente, era o mais calmo entre os dois. O
outro, que normalmente transpirava a autoconfiança resultante de ter
sido sempre o mais inteligente daquele lugar, após sucessivas
rejeições, começava a alimentar uma dúvida em sua mente: Será
que conseguiria realmente reinventar três megassetores? Estava
ansioso para que a próxima reunião começasse. Não estava claro o
motivo pelo qual aquele homem mais velho estaria se sujeitando a esse
tipo de desgaste, assim como ao risco de humilhação. Na época, ele
era o mais famoso israelense vivo; um erudito que havia sido duas
vezes primeiro-ministro em seu país e detentor do Prêmio Nobel da
Paz em 1994. Aos 83 anos de idade, Shimon Peres certamente não
precisava de mais uma aventura; portanto, o simples fato de marcar
aquelas reuniões já fora um desafio.
A presença de Shimon
Peres no Fórum Econômico Mundial, de Davas, era sempre um
acontecimento. Para a imprensa, esperar para ver se esse ou aquele
potentado árabe apertaria a mão do israelense durante o evento era
uma fonte inesgotável de notícias e especulações. Afinal, de
outro modo, aquele encontro seria apenas mais uma conferência
comercial. Peres era um dos líderes mundiais que qualquer CEO
gostaria de encontrar. Portanto, quando ele convidou os chefes das
cinco maiores montadoras de veículos do planeta para uma reunião,
esperava que todos comparecessem. Contudo, no início de 2007 a crise
financeira mundial sequer estava no horizonte; o setor automotivo
ainda não sentia a enorme pressão que o abalaria tão fortemente
apenas um ano mais tarde; portanto, as três grandes montadoras
norte-americanas – a GM, a Ford e a Chrysler – não se
incomodaram em responder ao convite. Na verdade, um dos poucos
executivos que compareceram passou 25 minutos explicando o motivo
pelo qual a ideia de Peres nunca daria certo. Ele não estava
realmente interessado em ouvir sobre o plano utópico do líder
israelense de mudar o mundo investindo em veículos totalmente
elétricos; aliás, mesmo que estivesse, nem sonharia em executá-lo
em um país minúsculo como Israel. — Olhe, eu li o relatório de
Shai — disse o executivo a Peres, referindo-se ao estudo que lhe
fora enviado junto com o convite. — Ele está fantasiando. Não
existe um automóvel assim. Nós já tentamos, mas ele simplesmente
não pode ser produzido. — Em seguida, passou a explicar que os
automóveis híbridos eram a única solução realista. Shai Agassi
era o homem mais jovem que, ao lado de Peres, defendia suas ideias.
Desde o ano 2000, ele trabalhava na SAP, a maior desenvolvedora de
software empresarial do mundo, para a qual havia migrado depois que
esta adquirira sua nova e promissora empresa israelense, a TopTier
Software, por 400 milhões de dólares. A venda provara que, apesar
do recente estouro da bolha tecnológica 1, algumas
empresas de Israel ainda significavam um bom investimento.
Agassi fundara a TopTier
aos 24 anos de idade e, quinze anos mais tarde, já chefiava duas
subsidiárias da SAP Era o integrante mais jovem e o único não
alemão da diretoria da empresa, sendo, inclusive, cotado para CEO.
Todos sabiam que mesmo que não ocupasse tal posição aos 39 anos,
certamente isso ocorreria algum dia. Não obstante, ali estava
Agassi, ao lado daquele que se tornaria o próximo presidente de
Israel, tentando convencer um executivo da área automotiva sobre o
futuro da indústria automobilística, muito embora ele próprio
começasse a imaginar se toda aquela ideia não seria um
contrassenso, especialmente por ter surgido como uma simples
elucubração teórica. Dois anos antes, durante aquilo que Agassi
denomina "Baby Davos" — o Fórum para Líderes Jovens —,
ele desafiara seriamente os participantes a encontrar um meio de
tornar o mundo um "lugar melhor" até 2030. A maioria dos
participantes propôs mudanças em suas próprias empresas, mas
Agassi surgiu com uma ideia tão ambiciosa que praticamente todos
pensaram que ele fosse ingênuo. Ele disse: "Decidi que a coisa
mais importante a fazer era descobrir como tornar um único país
independente do petróleo." Agassi acreditava que, se um único
país fosse capaz de se tornar totalmente livre do petróleo, o mundo
seguiria seu exemplo. O primeiro passo seria encontrar um meio de
fazerem os automóveis funcionarem sem os derivados do petróleo. A
ideia em si não era revolucionária, e Agassi já havia estudado
algumas tecnologias exóticas de alimentação de veículos, como as
células combustíveis de hidrogênio. Contudo, todas pareciam
demasiadamente distantes. Foi então que ele decidiu se concentrar no
sistema mais simples de todos: o dos veículos elétricos alimentados
por bateria. O conceito fora rejeitado no passado como limitado e
dispendioso demais, mas Agassi acreditava ter encontrado uma solução
para tornar o automóvel elétrico não apenas viável para os
consumidores, mas também preferível. Se os veículos elétricos
pudessem ser tão baratos, convenientes e potentes quanto os movidos
a gasolina, quem não optaria por um? O fato de Israel ter se
transformado em um país dilacerado pela guerra — ocupado por
apenas um milésimo da população mundial — tornara seus
habitantes completamente céticos em relação às explicações
convencionais sobre possibilidades. Se a essência do israelense,
como Peres nos contaria mais tarde, era ser eternamente "insaciável",
então Agassi tipificava o ethos daquela nação. Não fosse pelo
apoio de Peres, contudo, talvez nem mesmo Agassi tivesse ousado
persistir em sua ideia. Depois de ouvi-lo defender entusiasticamente
seu conceito de independência em relação ao petróleo, Peres
chamou-o e disse: — Belo discurso, mas o que exatamente você
pretende fazer?' Até aquele momento, Agassi "estava meramente
resolvendo um enigma". Para ele, o problema era apenas uma
especulação hipotética. Mas Peres colocou o desafio diante dele em
termos bem definidos e perguntou: — Você é realmente capaz de
fazê-lo? Existe algo mais importante do que livrar o mundo da
dependência do petróleo? Quem o fará se você não o fizer? —
Finalmente Peres acrescentou: — O que posso fazer para ajudá-lo?'
E Peres falava sério quanto a ajudar. Já nos primeiros dias de
2007, ele orquestrou cerca de cinquenta reuniões entre Agassi, os
principais líderes industriais e o governo de Israel, incluindo o
primeiro-ministro do país. Segundo as palavras de Agassi: "Todas
as manhãs nos reuníamos no gabinete dele e eu o informava sobre os
encontros do dia anterior; ele então pegava o telefone e começava a
agendar as reuniões do dia seguinte." Essas reuniões jamais
teriam ocorrido sem Peres. O futuro presidente de Israel também
enviara cartas às cinco maiores montadoras de automóveis; a
correspondência incluía também o estudo de Agassi, razão pela
qual ele e Shimon Peres se encontravam naquele quarto de hotel, à
espera daquela que provavelmente seria sua última oportunidade. "Até
aquela primeira reunião," disse Agassi, "Peres somente
ouvira falar do conceito por meu intermédio, um homem da área de
softwares. O que eu sabia, afinal? Mas ele se arriscou." As
reuniões de Davos ofereceram as primeiras oportunidades para Peres
testar pessoalmente a ideia diante de indivíduos realmente ligados
ao setor automobilístico. Contudo, o primeiro executivo do setor com
o qual se reuniram não apenas demolira a ideia, mas passara a maior
parte da reunião tentando convencer Peres a abandoná-Ia. Agassi
sentiu-se mortificado. Ele explicou: "Eu havia envergonhado
aquele estadista internacional. fazendo-o parecer que não sabia
sobre o que estava falando."
Chegou o momento da
segunda reunião. Carlos Ghosn, CEO da Renault e da Nissan, tinha no
mundo empresarial a reputação de artífice de grandes viradas.
Nascido no Brasil, filho de pais libaneses, ele ficara famoso no
Japão por assumir o comando da Nissan. uma empresa com imensos
prejuízos, e torná-la lucrativa em dois anos. Agradecidos, os
japoneses retribuíram produzindo um livro em quadrinhos com base em
sua vida.
Peres começou a falar em
voz tão baixa que Ghosn mal conseguia ouvi-lo, mas Agassi estava
admirado. Depois do golpe arrasador que tinham acabado de receber na
reunião anterior, ele esperava que Peres fosse dizer algo como:
"Shai tem essa ideia maluca para o desenvolvimento de uma rede
elétrica. Vou deixar que ele explique e você poderá dizer-lhe o
que pensa." Contudo, em vez de recuar, Peres mostrou-se ainda
mais entusiasmado do que antes em sua exposição e procurou ser
ainda mais convincente, dizendo:
- O petróleo está
acabando; pode ser que ainda continue sendo extraído do solo, mas o
mundo já não o quer mais. Pior do que isso é o fato de estar
servindo para financiar o terrorismo e a instabilidade internacional.
Não precisaremos nos defender dos foguetes Katyusha lançados sobre
a nossa terra se pudermos simplesmente descobrir um meio de eliminar
os financiamentos que permitem sua fabricação.
Então Peres tentou se
prevenir contra o argumento de que a tecnologia alternativa
simplesmente ainda não existia. Sabia que tudo o que as grandes
empresas automobilísticas faziam era flertar com uma extravagante
produção de mutações elétricas - híbridos simples, aqueles que
precisavam ser ligados na tomada ou veículos elétricos minúsculos
- mas nenhuma delas anunciava uma nova era na tecnologia dos veículos
motorizados.
Foi então que,
novamente, cerca de cinco minutos depois de iniciada a explanação
de Peres, o visitante o interrompeu.
- Olhe, senhor Peres, eu
li o estudo de Shai - Agassi e Peres tentaram não se encolher na
cadeira, mas ambos acreditaram saber exatamente o rumo que aquela
reunião estava tomando - e acredito que ele esteja absolutamente
certo. Pensamos exatamente da mesma maneira. Achamos que o futuro é
a eletricidade. Já criamos o automóvel e acredi¬tamos possuir
também a bateria.
Peres quase perdeu a
fala. Apenas alguns minutos antes, eles tinham recebido um sermão
impiedoso sobre os motivos pelos quais o automóvel totalmente
elétrico nunca daria certo e por que os híbridos eram a solução.
Todavia, Peres e Agassi sabiam que o conceito de híbrido não os
levaria a lugar algum. Qual o sentido de um automóvel com dois
sistemas de alimentação separados? Os híbridos existentes custavam
uma fortuna e somente aumentavam a eficiência do combustível em 20.
Além disso, tais veículos não libertariam os países da
dependência do petróleo. Na visão de Peres e de Agassi, os
híbridos eram o mesmo que tratar um ferimento grave apenas com um
band-aid. Nunca, porém, tinham ouvido algo tão encorajador de um
verdadeiro fabricante de automóveis.
Peres não pôde evitar
questioná-lo:
- Então, o que você
acha dos híbridos?
- Acho que não fazem o
menor sentido - disse Ghosn confiante.
- Um híbrido é como uma
sereia: quando você quer um peixe, tem uma mulher; quando quer uma
mulher, tem um peixe.
O riso de Peres e de
Agassi foi genuíno e misturado a uma grande dose de alívio. Será
que tinham encontrado um verdadeiro parceiro para a ide ia? Então
foi a vez de Ghosn revelar suas preocupações. Embora estivesse
otimista, todos os obstáculos clássicos aos veículos elétricos
continuavam existindo: as baterias eram caras demais, proporcionavam
um alcance menor do que a metade de um tanque de gasolina e levavam
horas para recarregar. Enquanto os consumidores tivessem de arcar com
um acréscimo considerável no preço e com as inconveniências
inerentes aos automóveis "limpos", estes continuariam a
representar apenas um pequeno nicho de mercado.
Peres disse que tinha as
mesmas apreensões até conhecer Agassi.
Essa foi a deixa para que
o jovem explicasse ao brasileiro como todas aquelas desvantagens
poderiam ser superadas com o uso da tecnologia existente,
independentemente de qualquer bateria milagrosa que somente pudesse
ser disponibilizada em um futuro distante.
A atenção de Ghosn
passou de Peres para Agassi, que se aprofundou ainda mais em suas
explanações.
Agassi apresentou então
sua ideia simples, mas, ao mesmo tempo, radical: os automóveis
elétricos pareciam caros somente pelo fato de as baterias serem
dispendiosas. Porém, vender automóveis a bateria seria como tentar
comercializar veículos a gasolina com combustível suficiente para
fazê-los rodar por vários anos. Quando os custos operacionais são
descontados, os automóveis elétricos tornam-se realmente muito mais
baratos - pouco mais que 4 centavos de dólar por quilômetro para os
elétricos (incluindo tanto a bateria quanto a eletricidade para
recarregá-la) contra pouco mais que 6 centavos por quilômetro para
os automóveis a gasolina, considerando a gasolina a 70 centavos de
dólar por litro. Porém, se o preço da gasolina fosse superior a 1
dólar por litro, tal diferença de custo se acentuaria cada vez
mais. E se não fosse preciso, contudo, pagar pela bateria quando se
comprasse o automóvel e, a exemplo do que acontece com qualquer
combustível, o preço da bateria fosse distribuído ao longo da vida
do automóvel? Os veículos elétricos poderiam se tornar pelo menos
tão baratos quanto os automóveis a gasolina, e os custos da bateria
mais o da eletricidade para carregá-la seriam significativamente
mais baixos do que o valor habitualmente pago a bomba. De repente, as
considerações econômicas em torno do automóvel elétrico dariam
uma guinada de 180 graus. Além disso, em longo prazo, essa
considerável vantagem do custo do automóvel elétrico certamente
aumentaria conforme as baterias fossem ficando mais baratas.
Superar a barreira do
preço era um enorme avanço, mas não o bastante para que os
veículos elétricos se transformassem em "Automóveis 2.0"2
- como Agassi os denominara - e substituíssem o modelo de transporte
introduzido por Henry Ford quase um século atrás. Com cinco minutos
para encher o tanque, um automóvel a gasolina consegue per¬correr
cerca de 500 quilômetros. Como poderia um automóvel elétrico
competir com isso? - indagou Ghosn.
A solução de Agassi era
a infraestrutura: eletrificar milhares de pontos de estacionamento,
construir postos de troca de baterias e coordenar tudo isso dentro de
uma nova "grade inteligente". Na maioria dos casos,
abastecer o automóvel em casa e no trabalho seria provavelmente o
sufi¬ciente para um dia. No caso de viagens mais longas, bastaria
estacionar em um posto de troca e sair com uma bateria inteiramente
carregada no tempo gasto para encher um tanque de gasolina. Ele
contratara um general reformado do Exército israelense - com
experiência na complexa logística militar - para se tornar o CEO
local da empresa israelense e liderar o planejamento da grade e da
rede nacional de postos de recarga.
A estratégia fundamental
do modelo baseava-se no fato de que os consumidores seriam os
proprietários dos automóveis, enquanto a empresa embrionária de
Agassi, a Better Place, seria a dona das baterias. "Eis como a
coisa funciona", explicou posteriormente. "Pense nos
telefones celulares. Você vai a um fornecedor de aparelhos e, se
quiser, pode pagar o preço integral pelo telefone e não assumir
nenhum compromisso. Porém, a maioria das pessoas assina um plano de
adesão por dois ou três anos e recebe um telefone subsidiado ou
gratuito. Elas acabam pagando pelo telefone enquanto pagam pelos
minutos consumidos nas ligações."
"Os veículos
elétricos", continuou Agassi. "funcionariam do mesmo modo:
a Better Place seria como uma fornecedora de celulares. Você
chegaria à revenda, assinaria a adesão a um plano por quilômetros
em vez de minutos e sairia com um automóvel elétrico. Mas o
consumidor não seria o proprietário da bateria do automóvel; ela
pertenceria à Better Place. Desse modo, a empresa poderia distribuir
o custo da bateria - e do próprio automóvel - ao longo de quatro
anos ou mais. Pelo preço que os consumidores estão acostumados a
pagar mensalmente pela ga¬solina, poderiam pagar pela bateria e pela
eletricidade necessária para alimentá-la. É possível tornar-se
totalmente 'verde' por menos do que custa comprar e usar um automóvel
a gasolina", concluiu Agassi.
A próxima questão
levantada foi: "Por que começar com Israel entre tantos outros
lugares?", ao que Agassi respondeu:
- A primeira razão é o
tamanho. Israel é o país "beta" perfeito para testar os
automóveis elétricos. Não é apenas pequeno, mas, em razão da
hostilidade de seus vizinhos, está completamente isolado.
Considerando que os israelenses não podem dirigir além das
fronteiras nacionais, as distâncias percorridas se mantêm dentro de
um dos menores espaços geográficos nacionais do mundo. Isso limita
o número de postos de troca de baterias que a Better Place precisará
construir na fase inicial. Ao isolar Israel - comentou Agassi com um
sorriso malicioso -, seus adversários criaram, na verdade, um
laboratório perfeito para testar novas ideias.
Em segundo lugar, estão
sendo considerados não apenas os custos financeiros e ambientais de
os israelenses se manterem dependentes do petróleo, mas também os
de segurança, já que, ao adquirir combustível, o país se vê
forçado a "bombear" recursos para os cofres de regimes
nada confiáveis. Em terceiro lugar, os israelenses são naturalmente
predispostos às novidades - recentemente, o povo israelense foi
considerado o primeiro do mundo em tempo investido na internet; o uso
de telefones celulares no país já alcança 125, o que significa que
boa parte da população possui mais de um aparelho.
Não menos importante do
que o exposto, Agassi sabia que em Israel encontraria os recursos de
que precisaria para enfrentar o complicado desafio de desenvolver o
software para criar a "grade inteligente" capaz de
direcionar os automóveis para os pontos de recarga abertos e
controlar o "reabastecimento" de milhões de veículos sem
sobrecarregar o sistema. Israel, o país com a maior concentração
de engenheiros e de gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D)
do mundo, era um lugar natural para tal investida. Na verdade, Agassi
queria ir mais além. Afinal, se a Intel produzia os seus chips mais
sofisticados em massa naquele país, por que a Renault-Nissan não
poderia produzir automóveis ali?
A resposta de Ghosn foi que isso somente daria certo se fossem capazes de produzir no mínimo 50.000 automóveis por ano. Sem titubear, Peres comprometeu-se com uma produção anual de 100.000 veículos. Ghosn aceitou a proposta, desde que, obviamente, Peres cumprisse sua promessa.
A resposta de Ghosn foi que isso somente daria certo se fossem capazes de produzir no mínimo 50.000 automóveis por ano. Sem titubear, Peres comprometeu-se com uma produção anual de 100.000 veículos. Ghosn aceitou a proposta, desde que, obviamente, Peres cumprisse sua promessa.
1 - Crise ocorrida no
final dos anos 1990, quando os mercados foram iludidos pelo
crescimento de empresas de internet, como a Amazon e a AOL. O preço
das ações dessas e de outras empresas disparou quando foram
lançadas na nova bolsa de valores Nasdaq - que apresenta índice
especifico para indústrias de tecnologia - apesar de apenas poucas
delas terem apresentado algum lucro. Em março de 2000, a bolha
estourou e em outubro o índice Nasdaq já acumulava queda de 780%.
(N.E.)
2 - O termo 2.0 tem sua
origem na indústria de softwares e corresponde à segunda versão de
pro¬gramas disponíveis. Contudo, paulatinamente passou a ser usado
para se referir a inovações em árias áreas e já é visto em
expressões como: empreendedorismo 2.0, saúde 2.0, marketing 2.0 e
outras. (N.E.)
Veja também:
Importante matéria publicada pela ABVE:
Veículos Elétricos, Eficiência Energética, Impostos e Políticas Públicas no Brasil
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Importante matéria publicada pela ABVE:
Veículos Elétricos, Eficiência Energética, Impostos e Políticas Públicas no Brasil
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