Numa primeira olhada por dentro de uma Estação de Carregamento EV SAE-J1772-AC-Nível 2, podemos rapidamente constatar que não há muito coisa dentro dela que justifique o custo de US$700,00 (R$1400,00), para se adquirir uma (fora o custo do serviço de instalação), lá nos EUA. Penso que é a novidade tecnológica dos EVs tendendo a se popularizar, que leva alguns a verem uma boa oportunidade de ganhar um bom dinheiro extra (principalmente com a aquisição do cabo e o conector de saída e com a mão de obra instaladora) e, a de outros a bancar o sacrifício de pioneirismo nessa inovação.
Trata-se de uma linha de CA bifásica (dois fios, L1 e
L2), de 220V, normalmente
de 30A ou 32A (EUA/Europa, ou de maior capacidade de corrente, limitado (pela Norma SAE-J1772) a um máximo de 80A), já visando o carregamento com o novo
retificador embarcado do Nissan LEAF para carga de 6,6 kW), com um terceiro
fio que provê devido aterramento (o famoso cabo condutor de encapamento verde
e amarelo (ou, apenas verde, no Brasil) que, creiam, colegas, ainda é, de fato, muito raro de existir nas instalações elétricas das residências
brasileiras).
Eu, particularmente, sugiro que, desde cedo, se especifique o ponto de tomada de energia para esse equipamento para ser além de 30A, seja no caso de instalação de um novo ramal interno, ou mesmo no caso de reforma de um ramal pré-existente, mesmo que seja para receber, hoje, por ora, apenas uma estação de apenas 30A mesmo.
Eu, particularmente, sugiro que, desde cedo, se especifique o ponto de tomada de energia para esse equipamento para ser além de 30A, seja no caso de instalação de um novo ramal interno, ou mesmo no caso de reforma de um ramal pré-existente, mesmo que seja para receber, hoje, por ora, apenas uma estação de apenas 30A mesmo.
Usando cabos condutores isolados em termofixo de seção
de 6 mm2, possibilitará a instalação
agora de uma estação de 30A ou 32A (ou mesmo 45A), e ainda deixará uma boa margem para um eventual futuro upgrade para uma estação
até 20% mais potente (de 45A para até no máximo 54A, sem precisar
trocar cabo algum depois). Todavia, caso se deseje deixar a instalação
prevista para uma máxima corrente permitida pela norma do conector disponível comercialmente (75A), então empregar cabos condutores isolados em termofixo de
seção de 10 mm2 na instalação do ramal para o equipamento
O que essa linha CA tem de especial é que é protegida
por fusíveis próprios e adequados (veja FUSE no diagrama da figura
a seguir), e que ela pode ser manobrada automaticamente, sendo ligada
e desligada por meio de um contator bipolar (veja Relay DPST no
diagrama) ou, melhor ainda, por meio de um relé do tipo SSR
(Relê de Estado Sólido) Duplo (Bifásico), com saída a
Tiristor até 280VCA (duplo SCR em
antiparalelo) para serviço pesado, de 50A (para uma estação
EVSE de 45A/220VAC nominal), que poderá
ser acionado diretamente pela eletrônica de controle (sim, haverá
necessidade de uma “alguma” eletrônica de controle) comandado
por CC, normalmente de 3 a 32 VCC. Repare, no
diagrama abaixo, que ambas as fases da rede CA devem ser
interrompidas pelo SSR, portanto, ele precisa ser Duplo (Bifásico) e
por isso custa ao em torno de
US$ 59,90.
Até aqui nada de mais, ou seja, nada mesmo que qualquer eletricista qualquer não possa fazer num vapt-vupt, no entanto, temos algo mais: a linha CA é também monitorada! Isso significa que por meio de um componente conhecido por TC (Transformador de Corrente), a corrente de carregamento do EV que flui pela linha CA será permanentemente medida. O TC pode ser visto no diagrama anterior sob a designação “CT CR8420-1000-G”.
Um TC aplicado a medição da corrente é necessário
(US$ 9,90). O principio de funcionamento de um TC, de maneira
geral, é o mesmo de um transformado de CA qualquer: indução
eletromagnética entre o primário e o secundário. Só que o
primário não está presente nesta peça pois, ele será composto
quando, na montagem da instalação, nós enrolamos o(s) cabo(s)
condutor(es) de energia em torno do “anel” do TC (ver montagem
próximas fotos):
Desde modo, aproveitamos a corrente induzida no secundário para desenvolvermos uma tensão V que, dentro de uma certa faixa de operação, é linearmente proporcional em relação a corrente circulante no condutor de energia (primário).
Esta tensão, entra para a placa eletrônica de
controle, onde é convenientemente filtrada e acondicionada para, por
fim, ser entregue ao microcontrolador, indicando para este que,
efetivamente, se está “Carregando o Veículo”.
Nas primeiras unidade instaladas pela Eletropaulo na
capital paulista, eu tive a nítida impressão, olhando por fotos, de
ter visto que o TC, do tipo removível (Split Core Transducer),
montado pelo lado de fora da caixa de instalação. Particularmente
eu não creio que isso seja algo bom para a segurança da instalação
em locais públicos, o ideal mesmo é que toda a fiação e
componentes do circuito principal fique abrigada, e oculta aos olhos
de curiosos, dentro dos eletrodutos e da caixa, conforme a foto ao
lado (caixa propositadamente aberta apenas para foto).
A montagem é feita com o par de fios condutores da energia da rede CA, no
segmento compreendido entre a proteção e a manobra, passando por
dentro do “anel” do TC. O “anel” do TC, na verdade,
corresponde a um “secundário de transformador”, encapsulado
junto com o seu “núcleo” magnético em formato toroidal. Os fios
da linha CA simplesmente passando por dentro do anel do TC cumprirão
a função de “primário de transformador”, correspondente a um
enrolamento de ½ espira para o primário.
A corrente que circula no primário do TC causará
indução eletromagnética no secundário. A indução causada ao
secundário tem uma intensidade que é proporcional a corrente que
circula no primário, de modo que, assim, o valor do sinal elétrico
induzido no secundário se presta como referência de medição da
corrente circulante no primário. Assim, o EVSE poderá ter total
conhecimento sobre a corrente de carregamento do EV que está a ela
conectado, mas as informações sobre o carregamento
estarão presentes, também, no painel do carro.
A fim de melhorar a sensibilidade da medição da
corrente de carregamento, aumentamos a intensidade da indução do
primário sobre o secundário do TC. Para fazer isso basta passarmos
a, literalmente, enrolar o fio do primário em espiras: 1 volta (1
espira) e dobramos a sensibilidade. Já com 2 espiras quadruplicamos
e, com 3 espiras, conforme o exemplo da foto ao lado acima,
sextuplicamos. Detalhe: apenas os fios branco e preto precisavam ter
sido enrolados ali, o fio verde (aterramento) não precisava. Isso
não ajuda em nada, mas também não prejudica em nada.
O sinal elétrico captado pelo TC é enviado para um
pequena placa eletrônica, que tratará de formatar esse sinal de
modo a adequá-lo ao CI Microcontrolador (sim, se queremos ter um
EVSE nível 2, precisaremos uma pequena placa eletrônica e, TALVEZ,
com um pequeno microcontrolador).
Na foto ao lado não se pode ver a placa eletrônica
pois, ela está presa e escondida por trás do tampo / painel frontal
da caixa. Os botões de comando, START, STOP, assim como os 5
indicadores luminosos de estado, presentes no painel frontal,
respectivamente:
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Estão conectados, de fato, a essa placa eletrônica, assim como o chicote de fios coloridos que pode-se observar, descendo do interior da caixa para o painel frontal (o que não permite que tampa seja removida sem desconectar todos as conectores).
Além de monitorar a amplitude da corrente de
carregamento, de fazer o monitoramento de estado pelo laço CP-PE
(com o veículo conectado ou não), se a operação de carregamento
já esta em curso ou não e se a operação requer ventilação por exaustão ou não, de gerar os pulsos de PWM que controlam no veículo
o limite da demanda por corrente de carregamento, precisaremos, que a
eletrônica do lado do EVSE proveja, ainda, uma baixa tensão de CC
(12 VCC) para alimentar o seu próprio funcionamento. Note que a
placa de controle do EVSE deve ser aterrada para o piloto para operar
corretamente. Se estiver usando uma fonte de alimentação CC isolada
(não aterrada) a placa EVSE vai precisar, obrigatoriamente, para
funcionar adequadamente, de uma conexão adicional para o
aterramento.
Ai fechou? … ou não? … depende! Depende do gosto
do freguês!
Já que temos que ter uma eletrônica de controle, por que não incrementá-la? Por exemplo, a indicação por Leds projetada a princípio para o EVSE da Nissan me parece um tanto tosca e pode ser melhorada para, digamos, um mostrador de cristal liquido (LCD), que tal? Que tal um mostrador colorido? Se ainda estiver dentro do orçamento de US$ 700, beleza!
Já que temos que ter uma eletrônica de controle, por que não incrementá-la? Por exemplo, a indicação por Leds projetada a princípio para o EVSE da Nissan me parece um tanto tosca e pode ser melhorada para, digamos, um mostrador de cristal liquido (LCD), que tal? Que tal um mostrador colorido? Se ainda estiver dentro do orçamento de US$ 700, beleza!
Já existe uma boa gama de variedades de projetos pré desenvolvidos por técnicos aficcionados, com base no emprego de microcontroladores, principalmente o ATMEL AVR de 8 bits e essas placas já podem ser adquiridas como kit para montagem. Aqui estão algumas fotos de amostra alguns dos estados de uma das placa Open-EVSE, apresentados na tela de mostrador colorido:
Ao lado uma foto de um carregador usando placa de
controle Open-EVSA J1772 compatível, 120V, 16A (nível1) feita em
casa. A mesma placa eletrônica pode ser usada é usada para upgrade
do carregador para 220V, 30A, ou mesmo 220V, 45A, visando, por
exemplo, carregamento de um Toyota RAV4 EV, cuja bateria elétrica
Lítio-íon apresenta um pacote de 41,8 kW.h, (autonomia de 161 km)
com um retificador embarcado (via conector SAE J1772) para até 10
kW, para tempo de carga de cerca de seis horas. Isso é possível,
apenas por se ajustar o firmware da placa eletrônica de controle e,
obviamente, requerendo o emprego de cabos, fusíveis, SSR e caixa de
portes maiores adequados.
Quanto a caixa,. a caixa AA 701 da Taunus é normalizada
IP 65 (NBR 6146, DIN 40050, IEC 529) - totalmente protegido contra a
entrada de poeira e protegido contra jatos de baixa pressão de água
de qualquer direção. Ela possui placa de montagem em chapa de aço
zincado de 2,0 mm (opção por 1,0 mm) de espessura e o fecho é por
meio de parafusos de aço inoxidável, tipo prisioneiro, com trava e
molas.
A caixa e a tampa são feitas em poliéster reforçado
com 15% de fibra de vidro (FIBRAMAX - SMC), vedação em borracha
neoprene, placa de montagem, parafusos e molas. As medidas são
Altura (A) 310 mm; Largura (L) 215 mm; Prof. (P) 95 mm + trampa;
Peso (Kg) 3,3 Kg (Taunus AA 701).
O ponto crítico para que um hobista possa construir o
seu próprio EVSE, com segurança e qualidade, aqui no Brasil, não é
com respeito eletrônica de controle, mas sim, quanto a aquisição
do material adequado para a confecção do cabo saída da estação.
Os padrões atuais envolvem, basicamente, três modelos
predominantes:
- Corrente Nominal 16A, para tensão CA de 120V (nível 1) ou de 220-240V (nível 2);
- Corrente Nominal 32A, para tensão CA de 220V-240V (nível 2);
- Corrente Nominal 75A, para tensão CA de 220V-240V (nível 2);
Em todos estes modelos, o conector, em geral, é o
mesmo, o SAE-J1772, com micro chave sensor de proximidade embutido, terminais de energia para 70A (US$ 170,00 ... takai desune!!!!) que apesar de estar se tornando o padrão mundial, não é (e não creio que será tão cedo) fabricado no Brasil, no entanto, a diferença entre eles está
na área da seção transversal dos três condutores de energia
contidos no cabo que serão: 2,5 mm2 (para 16A), 4 mm2 (para
32A) e 13.3 mm2 (para 75A).
Os três condutores de energia de um cabo SAE-J1772 tem
a mesma bitola e conduzem, respectivamente, fase 1, fase 2 (ou
neutro) e aterramento. Além dos três condutores de energia, o mesmo
cabo agrega mais duas vias que são dois condutores de sinais de
controle (de áreas de seção transversal igual a 0,75 mm2),
perfazendo um cabo do tipo redondo multivias de 5 vias, extra
flexível (por exemplo, 3 x 10mm2 + 2 x 0,75 mm2).
Nos modelos de 220V-240V, nível 2, há uma grande
brecha entre 32 e 75A, por isso o padrão de 45A também vem se
mostrando uma opção, algo mais realista até, convergindo as
necessidades do mercado e os limites de fornecimento por parte das
concessionárias. Neste caso, o cabo redondo multivias flexível terá
cinco vias: 3 x 10 mm2 + 2 x 0,75 mm2. Tal cabo não é fabricado no
Brasil e, mesmo que a demanda pareça apontar para uma necessidade
algumas centenas de quilômetros desse cabo, só nos próximos anos,
poucos fabricantes ainda o fazem, no mundo todo e não é de admirar
que os chineses lideram a produção, fornecendo-o como subconjunto,
já montado ao conector J1732, a preços que variam atualmente, de
US$200 (32A) a US$300 (75A), com comprimentos de cabo de 6 a 8 m (US$
230,00 para cabo com conetor montado para 45A). Ao lado
vemos um exemplo de cabo para 75A, onde o encapamento do condutor de
aterramento se apresenta nas cores preto e amarelo (aqui deveria ser
verde e amarelo).
O EVSE que é capaz de fornecer 45A (9,9kW), gera um
sinal PWM de 1kHz com ciclo de trabalho de 75% para o controle do
carregamento e atende, ao limite de capacidade de carregamento normal
de um grande números de aplicações.
Para realizar a função de “piloto” e para
alimentar a placa de controle, uma fonte CC de 12V, 2A é necessária
(custo R$ 40,00). Dimensões: 85 x 58 x 32 mm. Atentar para
entrada em 220VCA e para a ligação do aterramento
juntamente a caixa de metal.
Finalmente, a placa de controle, a versão 2 da DIY
Through Hole Board. Esta atualização traz a versão DIY da placa
OpenEVSE em linha, com as placas sendo fornecidas em forma de Kit
para montagem ou pré montadas, adicionando os pinos I2C
para mostrador RGB LCD e os pinos para os controlos de segurança
avançados. Preço US$ 80,00.
1- Para fazer consultas sobre "Equipamento de Carregamento de Veículos Elétricos" em Corrente Alternada para Uso Residencial, normas e tecnologias;
ResponderExcluir2- Para saber sobre as tendências, melhores opções ou fazer uma avaliação das condições atuais de uma instalação elétrica residencial e saber sobre as opções e custos de adaptações ou expansões para receber uma Estação de Carregamento (de 15A a 75A).
email-me: andrellenz@hotmail.com
Parabéns pela pesquisa aprofundada.
ResponderExcluirObrigado, Marcio Ederson! Existem mais 4 postagens posteriores a esta, que aprofundam e complementam, fechando o assunto "Solução para Carregamento de Baterias de VEs em Garagens Residenciais". Basta seguir o linque do final da postagem e ir em frente!
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