sexta-feira, 16 de maio de 2014

O que há entre a Apple e a Tesla Motors?


A princípio era apenas uma suposição: de acordo com o jornal San Francisco Chronicle, os executivos Adrian Perica, chefe de fusões e aquisições da Apple, e Elon Musk, CEO da Tesla Motors, teriam se reunido visando negociações entre as duas companhias.

No entanto, depois de alguns meses de suspense, Elon Musk, confirmou que, de fato, se encontrou com a Apple, no segundo trimestre de 2013, mas não disse os motivos, ou o que foi debatido durante a reunião. "Tivemos conversas com a Apple, mas não posso comentar se elas giravam em torno de qualquer tipo de aquisição", declarou o executivo.

Não obstante, desde que as pessoas souberam do rumor dando conta que o CEO da Tesla Motors se reunira com o chefe de fusões e aquisições da Apple, as pessoas passaram a acreditar que deveriam esperar para, em breve, haver alguma grande surpresa ligada àquele evento, todavia, um ano após, ainda nada de concreto ocorreu.

Para completar, o fato de Tim Cook, o CEO da Apple, também ter estado presente na reunião entre Perica e Musk, somou como um forte indicativo de que as duas companhias poderiam estar em vias de se fundir.

O questionamento que se passou a fazer, então, é se Apple estaria interessada em, “simplesmente”, adquirir a Tesla Motors, ou se essas duas grandes companhias da atualidade poderiam estar buscando entendimento para unir forças, visando algum projeto em conjunto nos próximos anos.

Este questionamento segue em consonância com um rumor que surgiu no começo de Abril de 2014, quando o jornal San Francisco Gate divulgou uma série de informações que apontavam o interesse da Apple em investir nas áreas médica e automotiva.

Um bom indício de que a Apple quer ingressar no setor automobilístico é a contratação de Tomlinson Holman, o engenheiro que foi responsável pela criação dos sistemas de som THX e Surround Sound 10.2 e que trabalha na empresa de Cupertino desde 2011, quem sabe não seja para poder produzir sistemas de som automotivo de alta performance para os VEs, como os usados nos veículos da marca Lincoln desde 2011.


Apesar de ainda não parecer um número surpreendente, que denote uma tão esperada disparada do negócio dos veículos elétricos, a Tesla conseguiu vender 22.450 unidades do sedan de luxo elétrico Tesla Modelo-S no ano de 2013, superando até mesmo as projeções feitas pela própria empresa (que eram de apenas 20.000 unidades). Por isso, também não é de surpreender que, ao longo daquele ano, as ações da Tesla tenham subido algo em torno de 350%.

Se a Apple não estiver interessada em comprar a fabricante de automóveis diretamente, existem outras possibilidades para a fabricante de tecnologia achegar-se à diversão dos carros elétricos. No caso mais visível, a Apple poderia assumir o sistema de informação com tela de 17 polegadas sensível ao toque do Tesla Modelo S, que atualmente funciona com um sistema operacional proprietário.

Também a Apple poderia entrar na briga por assumir o desenvolvimento do software bateria que gerencia a carga / autonomia da bateria dos VEs da Tesla, que é um item de produto que ficou sob fogo, depois que uma polêmica reportagem sobre o VE Tesla Modelo-S que saiu no New York Times, ainda em 2012

No entanto, em entrevista para a Bloomberg, Elon Musk foi categórico ao dizer que uma aquisição da Tesla pela Apple é praticamente improvável: "Acho muito difícil (vender a Tesla), porque estamos super focados na criação de carros elétricos para as massas, e eu ficaria muito preocupado com qualquer possibilidade de aquisição, porque isso nos afastaria de nossas funções e objetivos", comentou.

Musk também diz acreditar, que nenhuma empresa do mercado de tecnologia poderia auxiliar a Tesla em sua missão atual, que é a de produzir veículos movidos a eletricidade. Todavia, a compra da empresa pela Apple talvez não seja mesmo possível, mas não creio se possa descartar uma eventual parceria entre as duas companhias.

Ambas empresas são focadas no design de alto padrão que é acessível para seus clientes por meio de interfaces intuitivas. Além disso, as duas se tornaram ícones de inovação em suas respectivas áreas de indústrias e têm história semelhante, passando por dificuldades financeiras no passado e diversas ameaças de fechamento.

Além do mais, depois da morte de Steve Jobs, em 2011, a Apple deixou de ter um homem forte em termos de exposição pública, coisa que, trazendo Elon Musk para casa, eles voltariam a ter. Musk é considerado um líder carismático e o crescimento da Tesla Motors na indústria automotiva tem sido constante.

Tesla Modelo-X
A Tesla pretende começar a distribuir o seu SUV elétrico Model X (cuja entrada em produção foi adiada em favor da rentabilidade da empresa em 2013) ainda este ano (quem sabe se quando esse produto chegar ao  mercado não venha a aparecer algo que revele a real natureza da parceria Apple-Tesla), bem como continuar a expansão da sua rede de estações de carregamento Supercharger gratuitos em todo o país. A Tesla tem se mantido entre as cinco primeiras marcas nas pesquisas que verificam a percepção dos consumidores, na categoria Marca de carros, em 2014.

Outra possibilidade aventada é que a parceria possa resultar em uma planta única, para o desenvolvimento da próxima geração de baterias de íons de lítio, tanto para aplicação nos carros da Tesla, quanto para emprego nos aparelhos eletrônicos produzidos pela Apple.

Tesla "Gigafactory" pode ser o Plano Secreto entre a Apple e Tesla Motors


Após os rumores sobre a suposta empreitada aquisitiva da Apple sobre a Tesla Motors, agora as duas empresas têm falado, e quase certamente planejado, sobre o que o mercado tem chamado de Tesla Gigafactory: uma enorme fábrica para produção de bateria recarregáveis, projetada para operar a partir de 2017, a um custo de instalação de, pelo menos, US $ 5 bilhões.

Isso faz um total sentido. Graças às suas vendas de milhões de dispositivos móveis como iPads, iPhones e laptops, a Apple usa a capacidade da bateria duas vezes mais que a Tesla. Além do mais, sempre à procura de novos e mais baratos fornecedores, sem dúvida, a Apple vê a Tesla como uma parceira muito atraente.

A Tesla estima produzir 32.000 unidade do seu sedan Tesla Modelo-S em 2014, todos veículos elétricos movido a partir da energia contida em grandes pacotes de baterias de íons de lítio, de várias centenas de quilogramas de peso, cada um. Já, os produtos da Apple usam baterias bem menores, porém, em quantidades enormes, contadas as muitas dezenas de milhões ao ano, de modo que podemos dizer que,  tanto a Apple e Tesla Motors estão no mesmo patamar em termos de quantas baterias cada uma precisará neste ano.

A Tesla Motors diz o que a Gigafactory será capaz de dobrar o volume da produção mundial de baterias de íon de lítio obtido em 2013, quando ela chegar à maturidade no ano de 2020, e ao fazê-lo, irá reduzir drasticamente os custos, por meio da economia de escala.

Para os habitues da Nasdaq, uma parceria entre a Apple e a Tesla soa como algo perfeito. Wall Street tem se movimentado sobre os planos da Tesla Motors Inc (NASDAQ: TSLA) e da Apple Inc. (NASDAQ: AAPL), pois certamente tem muito dinheiro envolvido.

Além do mais, ambas as empresas estão sediadas nos Estados Unidos. Na verdade, elas são vizinhas: a Apple chama a cidade de Cupertino, na Califórnia, de Casa, enquanto a Tesla está estabelecida próxima a Palo Alto, também na Califórnia. No entanto, é preciso que fique claro que este negócio não significará que a Tesla irá, certamente, produzir baterias para Apple mas, significa, simplesmente, que ela vai ter a capacidade de fazê-lo.

O que a Apple trás para a mesa, com esse negócio, é o dinheiro, muito dinheiro, afinal ela está com um caixa positivo de US $ 159 bilhões. Quanto a Tesla, que é quem tem o sonho e o projeto de construir a Gigafactory de US $ 5 bilhões, por outro lado, está com menos de US $ 845 milhões em caixa, e com US $ 607 milhões em dívidas.

Estas perspectivas abrem as portas não só para uma forte relação fornecedor-cliente, mas também a possibilidades muito maiores. Todas as peças do jogo já estão disponíveis para uma parceria histórica, que poderá abalar tanto a indústria de dispositivos móveis, quanto a indústria de veículos elétricos.

É isto o que a Apple e a Tesla realmente podem fazer uma para o outra, e com isso poderem chegar a grandes aumentos na receita.

A localização da nova fábrica ainda é desconhecida (fala-se em prováveis locais com áreas entre 500 e 1.000 hectares, no Arizona, no Novo México, em Nevada ou no Texas), o que contribui para o mistério em torno da Gigafactory. Analistas da Baird & Co. estimam que a planta poderia custar entre US$ 2 bilhões e 5 bilhões. Já, estimativas da Wedbush Securities estão perto de US $ 10 bilhões.

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