Nós vamos brincar um pouco, mas, também vamos falar (muito) sério. Primeiro ...
Primeiro, houve o Chevy Volt. Então veio a Chevy Bolt, mais tarde rebatizado de Bolt EV. Agora, tcham, tcham, tcham, tham ... "há" o Chevy Jolt EV, "o terceiro carro elétrico Chevrolet".
Primeiro, houve o Chevy Volt. Então veio a Chevy Bolt, mais tarde rebatizado de Bolt EV. Agora, tcham, tcham, tcham, tham ... "há" o Chevy Jolt EV, "o terceiro carro elétrico Chevrolet".
Pelo menos, é o que apareceu em um site, há algumas semanas, o VE Chevrolet Jolt totalmente elétrico, um cupê de duas portas desportivo, oferecendo mais de 230 milhas de autonomia estimada.
O site do Chevrolet Jolt EV usou gráficos semelhantes aos que a General Motors usa, oficialmente, para sua verdadeira linha Chevrolet, e ofereceu algumas especificações para o suposto VE Chevy Jolt.
De acordo com o site, O Chevy Jolt estará disponível no final de 2018, presumivelmente como um modelo 2019, e levaria a um preço inicial de US $ 37.500, o mesmo que o 2017 Chevrolet Bolt EV que vai entrar em produção antes do final deste ano.
Acontece que o Chevy Jolt EV é totalmente ficcional. O site foi uma ideia (muito interessante) de Matt Teske, que é de Portland, Oregon, tal como foi admitido por ele mesmo em uma recente entrevista exclusiva concedida ao time editorial do Transport Evolved.
Visite o site do Chevy Jolt - Um Carro Conceito Virtual e escolha a cor do "seu Jolt" direto com Matt Teske (o criador). |
O site do Chevy Jolt surgiu depois que verificou-se que quase 400.000 potenciais compradores já tinham realizado depósitos (mínimos) de $ 1.000 para encomenda de um Tesla Model 3, um carro cujos interessados em adquirir provavelmente não ficarão esperando por menos de dois anos, e talvez ainda mais tempo.
Matt Teske é um especialista em marketing profissional, um apoiador da causa (dos elétricos) e um experimentador de Veículos Elétricos, além de pesquisador de longa data da indústria automobilística. Segundo o próprio Matt, o seu objetivo era destacar (eu digo, especular) o quão fácil é vender carros elétricos.
Na referida entrevista ele disse:
Eu queria mostrar que um carro elétrico de boa aparência, desejável gera um "buzz" real e excitam os clientes. Um carro é uma extensão de suas personalidade e necessidades de estilo de vida.Um carro deve fazer alguém dizer "uau, eu quero isso". A maioria dos eletricos não provocam essa resposta agora.
Bem, eu acho que ele está exagerando um pouco, pois, justamente a resposta de interesse sobre aquisição do Tesla Model 3 (eu creio) parece que está provando o contrário, ao passo que o Sr. Teske afirma que se surpreendeu com a resposta que ele mesmo recebeu: dentro de algumas horas, o tráfego a seu site se tornou tão alto que seu servidor caiu.
Foi quando ele soube que ele atingiu um acorde: O próprio carro que ele "criou", na verdade foi com base num Chevrolet real, embora um cupê conceito, datado a partir de 2012, conhecido como o Tru140S.
Teske apenas adicionou uma portal de carregamento da bateria ao pára-lama dianteiro esquerdo, tal como há no Bolt e no Volt EV reais. Brincadeiras aparte,Teske diz que, profissionalmente, ele está ajudando a montadoras GM a entender melhor seus próprios clientes.
O "Chevrolet Jolt EV" - um Carro Meramente Fictício - Aerodinâmica e Bateria Criado para testar (os nervos da GM) o Apelo Emocional do Mercado. |
Na entrevista, ele ressalta, ainda, as diferenças entre a linha de pensamento dos consumidores mais jovens e a velha sabedoria predominante em Detroit sobre o que os compradores de automóveis querem em seus veículos.
Então eu recomendo que você mesmos visitem o site e vejam o que vocês acham, conferindo se há ali um diferencial significativo de apresentação, que pode resultar em apelo mais emocional, como Teske alega, para estimular a demanda para os carros elétricos.
Eu, particularmente, vejo essa criação (brilhante) como algo que vai além de testar o apelo emocional do mercado, mas que, também, testa os nervos da GM que, fatalmente, poderá associar o nome Jolt para ser = Joking Bolt, (ou Joking Volt, tanto faz) ou seja, uma brincadeira com os carros reais dela, o Bolt e o Volt.
Eu, particularmente, vejo essa criação (brilhante) como algo que vai além de testar o apelo emocional do mercado, mas que, também, testa os nervos da GM que, fatalmente, poderá associar o nome Jolt para ser = Joking Bolt, (ou Joking Volt, tanto faz) ou seja, uma brincadeira com os carros reais dela, o Bolt e o Volt.
O Chevy Volt (real):
O Volt, que foi totalmente redesenhado como um modelo 2016, mas vendeu apenas em determinadas regiões, agora está se tornando disponíveis em todo o EUA como um VE modelo ano 2017. Por praticamente todos os relatos, a segunda geração do Chevrolet Volt é um VE híbrido Plug-in, de dois volumes (hatchback), bonito, agradável, eficiente e confortável.
Então, penso que já é passada a hora de quebrar amarras e preconceitos resistentes. Parabéns a GM em sinceramente, muito boa sorte nas vendas e sucesso com o carro no mercado. Falo em "amarras e preconceitos resistentes" pois eles são um fato.
Quando, pouco antes da virada do século a GM tomou uma decisão de descontinuar a produção e de recolher todos os carros GM EV1, creio que ela sequer poderia imaginar as consequências daquilo: que a decisão dela seria tomada como uma bandeira de causa de oposição, e que muitos anos depois ainda renderia trovas cantadas, narrada em em prosas e versos: a GM matou o carro elétrico.
A GM diz que está tomando uma abordagem diferente para vender o Volt 2017, que será a primeira versão do novo modelo. Steve Majoros, um dos diretores de marketing para carros Chevrolet definiu a intenção da empresa, que é o de focar menos na explicação de aspectos técnicos do carro, e mais atenção sobre os benefícios concretos que ele oferece para os motoristas, tentando ser "simples sobre as capacidades do carro e os benefícios de ter um motor a gasolina combinado com o motor elétrico, que ajuda a eliminar a ansiedade por autonomia que vem com a propriedade de todos os carros elétricos".
Stephanie Brinley, analista sênior da IHS Automotive prevê que a GM irá vender cerca de 41.000 Volts durante 2018 em os EUA e Canadá, porém, a GM não anunciou planos para distribuir o Volt de segunda geração fora da América do Norte.
General Motors no Brasil:
A General Motors atua no Brasil desde 1925 e a GM do Brasil é a maior subsidiária da corporação na América do Sul e a segunda maior operação do grupo fora dos Estados Unidos. A partir do ano de 2010 a GM do Brasil deu inicio a reestruturação de seu portfólio de veículos no pais, e consequentemente em alguns países do Mercosul, porém, nada a ver com Veículos Elétricos.
Até início de 2013, nenhuma outra marca havia renovado tanto sua linha de automóveis, em tempo tão curto, como fez a Chevrolet no Brasil. Em questão de um ano e pouco, quase todos os segmentos ganharam novos representantes: sedãs e hatches compactos, sedã e hatch médios, picape média, utilitário esporte, minivan. Um enorme esforço de engenharia, manufatura, marketing, sem contar a mobilização de fornecedores.
Contudo, nem a GM escapou da crise do mercado automotivo brasileiro que já dura por mais de 2 anos. O que será que o brasileiro realmente quer? E, o que o brasileiro pode fazer a respeito da crise na indústria automotiva do país, que correspondeu a um terço da retração global da economia brasileira em 2015?
O que se sabe, de fato, é que o setor automotivo pode desacelerar ainda mais em 2016, com a economia em constante retração. A queda nas vendas foi de 26,55%, em 2015, ano em que tudo despencou e, olhando para frente, o cenário também não é dos mais otimistas. Será que eu ouvi a pergunta? ... O que será que o brasileiro realmente quer?
O Chevy Bolt (real):
Por exemplo, sugestionados pelas necessidades do mapeamento de ruas, desde o ano cada fabricante (a começar pela própria Tesla) têm se lançado aos desafios de tornar os VEs em carros autômatos (veículos de auto-condução ou, que podem ser guiados por programação prévia, sem piloto).
Há menos de um mês, o Google voltou a toca mais um passo nisso: Google e Fiat Chrysler Automóveis anunciaram que a gigante do Vale do Silício usaria minivans Chrysler Pacific 2017 (um VE híbrido) da montadora (também da velha guarda de Detroit, tal como a GM) para a continuidade de sua pesquisa de veículo de auto-condução.
Em seguida, poucos dias depois, a General Motors anunciou que o serviço de compartilhamento carros Lyft, em que ela mesma investiu meio bilhão de dólares, irá utilizar o seu Chevrolet Bolt EV 2017 em um programa piloto para táxis autônomos, que será lançado no início do próximo ano. A ideia é que os usuários do aplicativo do sistema de compartilhamento possam optar, ou não, por chamar um carro auto dirigido para um passeio.
Veículos de Pré-produção Chevrolet Bolt 2017 na Fábrica de Orion Township |
A Tesla Motors e o Google, principalmente estão pressionando as montadoras estabelecidas do mundo a se moverem de forma mais agressiva em carros de auto-condução e outras redefinições de base tecnológica do que um veículo elétrico pode ser.
O serviço de compartilhamento de veículo Uber, por exemplo, que atualmente é muito maior do que o Lyft, já está, há um bom tempo, em parceria com o Google e com o antigo carro de pesquisa auto-condução dela (em parceria com a Tesla), que é esperado para competir no espaço de veículo auto-condução para este seguimento de aplicação.
Os VEs são ideais para protótipos de auto-condução, porque eles são projetados para controle "drive by wire", e as suas transmissões têm muito menos sistemas mecânicos para ser controlado do que os veículos com qualquer tipo de motor de combustão.
O 2017 Chevrolet Bolt EV é esperado para ter um preço base de US $ 37.500 (antes dos incentivos fiscais) e oferecer uma autonomia avaliada pela EPA de 200 milhas (ou, talvez, um pouco mais), com um pacote de bateria de 60 kw.h, e deve ir à venda dentro de até um ano.
Chevrolet BOLT EV - Portal de Recarga |
Apesar da autonomia do Nissan LEAF ter aumentado em quase 30% de 2013 para cá, por conta de fatores relacionados principalmente ao preço dos combustíveis e, também, à expectativa de novos lançamentos, ele não mais apresentou o mesmo desempenho de volume de vendas, enquanto só nos últimos menos de 3 meses cerca de 400.000 potenciais compradores têm encomendado (mediante depósitos reembolsáveis de US $ 1.000) os seus futuros Tesla Model 3.
Uma análise da Kelley Blue Book sugeriu que as vendas Bolt EV pode ser realizada a um número entre 30.000 a 80.000, logo no primeiro ano de sua entrada a venda. É atrás desse número que a GM deve estar guiando a sua produção. Fato é que, quanto mais tempo a Tesla demorar para começar a entregar aos seus clientes os seus respectivos Model 3, mais tempo o Chevy Bolt poderá reinar nas ruas e estradas como o único carro elétrico de autonomia acima de 200 milhas para a faixa de preço mais popular para a qual ambos são definidos.
Quanto a o que nós, brasileiros, desejamos diante do contexto dos VEs, eu creio que cada um de nós está tal como aquela adolescente que, tendo acabado de ler o final do romântico livro da fábula da Cinderela, se prostra na janela, sonhando e, o primeiro sapo barbudo que passar e disser "bom dia, princesa!", conquistará o coração dela, para sempre!
A fábrica de montagem de veículos e fábrica de baterias da Nissan em Smyrna, Tennessee pode produzir 640.000 veículos por ano, no entanto, ela não produz apenas LEAFs, mas, vários outros modelos (Nissan Altima, Nissan Maxima; Nissan Pathfinder; Nissan Rogue; Infiniti QX60), e nem apenas para o mercado dos EUA, mas para distribuição mundial, e, por causa disso, ela não está, de modo algum, com capacidade ociosa.
Contudo, qualquer excedente de produção de Nissan LEAF originalmente dirigida ao mercado norte-americano, que porventura venha a ser rejeitado por lá (por conta das novas aspirações dos norte-americanos pelo Tesla Model 3 ou pelo Chevy Bolt EV), o mercado brasileiro absorbe, sim, com muito prazer e carinho, é só nos mandar, sem pestanejar. De fato, até mesmo Nissan LEAF usados, de ano de produção a partir de 2013, seriam muito bem vindos!
Afinal, os norte-americanos até que curtiram a palavra LEAF, mas, desde de 1958 eles nunca deram lá muito valor para a palavra NISSAN.
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