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sábado, 13 de outubro de 2012

Arduino Uno (ou Duemilanove) Aplicada ao Controle de Estação de Recarga Doméstica (SAE-J1772, CA, Nível 2) - Parte 3


Aqui começa a PARTE 3 deste artigo! Para ligação p/ a PARTE 1 siga:
O Arduino Uno (ou Duemilanove) Aplicado a uma EVSE (SAE-J1772 CA Nível 2) - Parte 1

Ou, para contextualizar sobre o Equipamento de Abastecimento de Veículo Elétrico, veja as postagens anteriores:
EVSE - Electric Vehicle Supply Equipment (Equipto de Abastec. de Veículo Elétr.) - Nível 1 e 2

Uma Shield (placa de expansão) Open-EVSE (onde EVSE é um acrônimo para Electric Vehicle Supply Equipment) para plataforma Arduíno é uma placa eletrônica única que se encaixa perfeitamente ás barras de conectores da placa controladora Aduíno Padrão (seja a Duemilanove ou a Uno). Essa expansão Open-EVSE dispõe dos circuitos eletrônicos necessária para, em conjunto com a placa Arduino, operar no controle adequado da todas as funções do processo da EVSE, que nada mais é do que uma fonte CA para carregamento da bateria do sistema de tração de Veículos Elétricos.

A EVSE, em conjunto com a ação do controlador do Carregador Embarcado presente nos Veículos Elétricos, operam o protocolo SAE J1772, via um único pino de sinal bidirecional de controle, denominado PILOTO, que faz a EVSE operar como uma fonte CA, em geral, mais adequada para a tensão de rede de 220V, 60Hz, regulada em corrente, limitada de acordo à capacidade máxima de fornecimento de corrente da EVSE e ajustada a demanda do Carregador Embarcado.

A EVSE apresenta o seguinte diagrama elétrico de blocos:


A entrada EVSE recebe rede bifásica (de preferência), fases L1 e L2, 220VCA nominal (ou monofásica, 127VCA, no caso NEUTRO ao invés de L2) e ainda o GND (definido como PE ou PEN na norma brasileira NBR-5410-2004). Convém que essa rede CA seja suprida a partir do Quadro de Distribuição de Circuitos, presente na Instalação Elétrica do imóvel onde a EVSE será instalada mas, nada impede que o circuito alimentador possa ser, também, derivado diretamente do Quadro Padrão de Entrada deste imóvel.

Todavia, em ambos os casos, mesmo sendo a EVSE dotada de dispositivo próprio de proteção contra choques elétricos, é altamente recomendável que haja uma proteção adicional, com emprego de um interruptor disjuntor DR, conforme foi tratado em postagens anteriores, aqui mesmo, neste blog. Também recomendo que quem pretenda executar esse projeto, seja cônscio da necessidade de conhecer a Norma Brasileira NBR 5410/2004.

Esta Norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens, e se aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas.

A Shield para Arduíno Open-EVSE realiza as seguintes funções:
  • Fonte de Alimentação que provê a tensão CC de 12VCC para alimentação geral do controle;
  • Monitoramento da(s) Presença(s) da(s) Tensão(ões) de Fase da Rede CA, após o(s) Relé(s) Principal(is), na saída da EVSE (Monitor de Relé Principal Atracado);
  • Interrupção da Corrente de Carregamento por Falha de Terra (conhecido em inglês pelo acrônimo GFCI), para proteção;
  • Processamento da função PILOTO (incluindo aqui a Conversão CC/CC para obter saídas de tensão de alimentação CC simétricas, de +12V e de -12V, isoladas, que é necessária no processamento da função Piloto), conforme protocolo padrão internacional J1772;
  • Acionamento da(s) “bobinas” do(s) Relé(s) Principal(is), disponibilizando energia para o carregamento;
  • IHM,  composta de um LCD Multicolorido (RGB), de 2 linhas x 16 caracteres e com um teclado de 5 cinco teclas. A mudança da cor do fundo do LCD é usada como sinalização luminosa de estado e alertas, pertinentes a operação da EVSE, de acordo com o protocolo SAE J1772.
Assim, temos para essa Shield, o diagrama eletrônico que é apresentado na página a seguir:

Começando pelo bloco denominado “Fonte de Alimentação Avançada”, temos um conversor CA/CC compacto (tamanho miniatura), de 4W, o MPM-04S-12 da MicroPower Direct. A partir da tensão CA da rede (na ampla faixa de 90V a 264V) em sua entrada (pinos 9 e 7), ele produz em sua única saída 12VCC (pino 12).

Este módulo compacto é especificamente projetados para atender aos requisitos de "energia verde" da diretiva ErP, proporcionando pequeno tamanho, desempenho, robustez e economia, necessárias a muitas aplicações de energia a nível de placas de circuito.

As características padrão incluem filtragem para EN55022 Classe B, isolamento entre E/S de 3kVCA, regulação estável de +/- 0,5%, proteção contra sobrecarga, sobre a tensão, e falhas de curto-circuito, porém, o uso de fusíveis para proteção na entrada da fonte de alimentação, no caso, de 1A com ação retardada, é recomendado.

O MTBF é maior do que 330000 horas e tem uma entrada de Classe II (IEC61140). Isto significa que ele pode ser utilizado sem uma ligação à terra. É embalado em um pacote miniatura de montagem em PCI, sendo especificado para operação em uma vasta gama de temperaturas de ambientes funcionamento de -25 ° C a +60 ° C.

Neste mesmo bloco da “Fonte de Alimentação Avançada”, encontramos dois pequenos CIs MID400, que operam em conjunto, na função de “Detecção de Relé Atracado”.

O MID400 é um dispositivo de interface de linha CA para sinal lógico opticamente isolado. É embalado em uma DIP plastico de 8 pinos. A tensão da linha CA é monitorizada por dois diodos LED GaAs arranjados em antiparalelo, em série com uma resistência externa. Um circuito detector de alto ganho detecta a corrente do LED e aciona a porta de saída para um estado lógico baixo.

O MID400 foi concebido apenas para uso como um monitor de linha CA, recomendado em qualquer aplicação de controle de CA para CC, onde o isolamento óptico, a confiabilidade do estado sólido, a compatibilidade TTL, o tamanho reduzido, a baixa potência, e operações em baixa frequência são necessários. O monitoramento é feito via um resistor de 22kW na entrada (R8; R2).

Ambos os sinais de monitoramento gerados pelos dois CIs MID400 (que eu denominei DRA_L1 e DRA_L2) são enviados, via conectores do barramento Arduino (respectivamente, pelos pinos 3 e 2 de J1), para entradas digitais do microcontrolador (entradas IO2 e IO1 no diagrama ArduinoTM Uno Reference Designe), para serem, ambos, constantemente avaliados.


Se, após o relé principal (que é do tipo SSR) ter sido comandado para o ligamento, a fim de iniciar um processo de carregamento, qualquer um (ou ambos) desses dois sinais de monitoramento assumir o estado de nível lógico 0, o controle entenderá que existe uma falha, com a ausência de uma, ou de ambas as tensões de fases da CA na saída da EVSE. Em condições normais da operação de carregamento, ou seja, com o relé principal devidamente atracado e as tensões da CA de saída da EVSE presentes, os sinais DRA_L1 e DRA_L2 são mantidos em estado de nível lógico 1.

O bloco denominado “Falha de Corrente de Carregamento”, por sua vez, tem como importante função produzir em sua saída um sinal digital (denominado “Falha de Corrente”), que é levado a nível lógico alto, para informar o microcontrolador do sistema, caso ocorra uma falha por fuga de corrente para terra na saída da EVSE. Em condições normais, em que não exista tal falha, o sinal “Falha de Corrente” permanece em nível lógico 0.

Este tipo de proteção protege, principalmente, pessoas contra acidentes por choque elétrico, em ambas as fases na saída da EVSE. Todavia, se por um eventual mal funcionamento do carregador embarcado do VE, houver uma fuga de corrente para a terra, esta proteção, conhecida especificamente pelo acrônimo GFCI (Ground Fault Circuit Interrupter), também atuará. Um pequeno transformador especial, do tipo TC (transformador de corrente), é empregado como sensor para este fim.

O princípio de funcionamento do sensoriamento baseia-se no fato de que, em condição normal de operação (sem fuga de corrente alguma), a somatória da corrente que sai com a corrente que retorna, pelos dois pontos da saída CA da EVSE é zero. O arranjo físico da ligação do TC é montado de modo que os dois fios condutores da corrente de saída da EVSE, juntos, formam laços em torno do núcleo toroidal do TC, compondo, assim, aquilo que é o primário deste transformador.

Não havendo corrente de fuga para o terra, não há indução alguma no TC pois, para efeito de produzir campo magnético variável, as duas correntes se anulam. Porém, havendo uma corrente fuga para o terra, mesmo que pequena, da ordem de uns 10 mA, o batimento entre as correntes da CA que entra e que sai pelos pontos de saída da EVSE, já não se anulam mais completamente, surgindo uma diferença que corresponde, exatamente ao valor da corrente de fuga.

O surgimento de uma fuga de corrente para o terra, é típico de ocorrer quando alguém acidentalmente toca um dos pontos de saída da EVSE e, não estando adequadamente isolado da terra, resulta em um perigoso choque elétrico. Neste caso, o ramal de saída da EVSE precisa ser imediatamente desligado, desconectando ambos os cabos condutores da corrente. Isto é feito desligando-se o Relé Principal (que é SSR duplo). O diagrama ao lado ilustra estas duas situações:

Havendo falha por corrente de fuga, o TC cria uma pequena tensão CA, com a mesma frequência da CA da rede, em seu secundário. Este pequeno sinal de CA é enviado para o circuito amplificador (o primeiro Amplificador Operacional do bloco “Falha de Corrente de Carregamento”, que tem sua entrada protegida por um circuito de corte, que corta simetricamente os picos da forma de onda de aproximadamente a tensão dos diodos zener, com dois diodos zener (D5 e D6) ligados em série oposta.

Os semiciclos negativos que então surgem na entrada do amplificador, no ponto da junção dos resistores R20 e R17, produzirão pulsos positivos na saída do mesmo. Estes pulsos, rapidamente carregam o capacitor C9, via o diodo de sinal D3. O diodo D3 bloqueia o retorno, evitando que o capacitor C9 se descarregue.

Já, o capacitor C8 provê uma ação integradora ao amplificador, impedindo que eventuais ruídos espúrios de alta frequência sejam amplificados (filtro passa baixa).

Em seguida, a tensão do capacitor C9 é entregue à entrada não-inversora do circuito comparador de tensão (que é o segundo amplificador operacional), que tem em sua outra entrada (entrada inversora) uma tensão de referência de aproximadamente 0,83VCC, produzida no divisor de tensão formado pelos resistores R14 e R15.

Se a tensão sobre C9 (sinal do TC amplificado) for maior do que a tensão de referência, a saída do comparador vai a nível alto. A saída do comparador é enviada, via pino 1 do conector J1 (conector do barramento Arduino) para a placa controladora Arduino, chegando a uma entrada digital do microcontrolador (entrada IO0 no diagrama ArduinoTM Uno Reference Designe). Ao ler essa entrada digital, se ela estiver em nível lógico 1, o microcontrolador registra a interrupção e causa o desligamento imediato do relé principal, estabelecendo a proteção contra a falha.

Por óbvias questões de segurança operacional, não é recomendável que esse tipo de interrupção seja recuperável, automaticamente mas, exigindo, sim, uma interferência do operador, para que a operação normal de carregamento do VE possa ser retomada! Para isso, essa condição de falha é apresentada em alerta, no LCD colorido do sistema, enquanto o carregamento é interrompido, por tempo indefinido, até que alguém reinicialize a EVSE, pressionando um botão em seu painel.

O bloco denominado “Conversor +12V/-12V” é aonde a tensão de alimentação de 12VCC é comum, é reconvertida para fonte de saída simétrica, +12VCC e -12VCC, isoladas, a fim de alimentar o circuito que realiza a função de “PILOTO” da EVSE de protocolo SAE J1772;

Para obter-se as tensões simétricas isoladas, é empregado um Conversor CC-CC Subminiatura, da Murata Power Solutions, de potencia máxima nominal de 1W, o NKA1212SC, bloco padrão de construção para sistemas de energia distribuída, a nível de placa de circuito.

Esse conversor CC/CC oferece um envólucro de tamanho reduzido, com maior eficiência energética na conversão (81%), ondulação de saída menor e capacidade de isolamento 3kVCC através do emprego do estado da arte em embalagem e tecnologia. Ideal para fontes de alimentação duplas de tensões simétricas, em placas de circuitos híbridos analógicos/digitais, principalmente com o benefício adicional de isolação galvânica, para reduzir o efeito do ruído de comutação digital sobre a operação linear dos demais circuitos analógicos.

Apesar de possuir dupla saída, a potência nominal toda pode ser demandada a partir de um único dos pino da saída, desde que a carga total não exceda 1 watt.

Na prática, quando uma carga exige uma variação (aumento/redução) brusca de corrente (que ocorre devido as comutações dos circuitos alimentados, o amplificador de erro do conversor CC/CC satura e não consegue controlar adequadamente a malha. Isto acontece porque o transiente de carga ocorre mais rapidamente do que o amplificador de erro pode responde. Assim, o uso de um capacitor para filtrar a ondulação da tensão das saída (C6 e C7), precisa ser coordenado com o emprego de um indutor em série com a mesma (L1 e L2), eliminando a corrente transitória brusca, fazendo a malha de controle do conversor responder suavemente.

Às custas de uma maior ondulação na corrente de saída, indutor série de valor menor resulta em uma maior taxa de variação da corrente de saída, melhorando a resposta aos transitórios de carga do conversor. Por outro lado, indutor de valor maior causa diminuir a ondulação da corrente e reduzir as perdas de histerese do seu núcleo magnético. O indutor é escolhido em compromisso.

O designer pode reduzir o tamanho do capacitor de saída para economizar dinheiro e espaço na placa. A base para seleção do capacitor de saída é a ondulação de corrente e a ondulação de tensão permissíveis, bem como, considerações de estabilidade da malha.

A fonte simétrica +12V/-12V alimentará o funcionamento de um único componente: o Amplificador Operacional J-FET Duplo LF 353, usado no processamento da função “PILOTO”, que ocorre no bloco denominado “Piloto”. Como veremos, este é um bloco de operação relativamente complexa.

A função “PILOTO” é a função pertinente ao protocolo SAE J1772. A especificação técnica desta função foi descrita inicialmente na versão de 2001 da SAE J1772 e, posteriormente, na IEC 61851 que estabelece a sequência de detecção de conexão entre o PEV (Plug-in Electric Vehicle) e a EVSE.

A sequência de detecção de conexão entre o PEV e a EVSE é realizada, automaticamente, com o estabelecimento da conexão física do conector do cabo de energia/controle da EVSE ao PEV: O Conector SAE J1772.

O Protocolo SAE J1772 permite descartar a eletrônica de circuitos integrados mais complexos e caros, que são necessários para outros protocolos de carga, como o CAN Bus, usado com o CHAdeMO ou EnergyBus. O SAE J1772 é considerado robusto o suficiente para operação numa gama de temperatura de -40°C até +85°C, e se tornou padrão mundial em EVSEs e, obviamente, nos PEVs, que possuem, ou dois conectores (J1772 + ChaDeMo), ou um único conector COMBO (que engloba, em si, o J1772). Por isso, notadamente estações de carregamento de uso doméstico, com corrente de carregamento ≤ 80 Ampères, todas empregam, atualmente, conectores J1772.

O protocolo de sinalização J1772 foi concebido para que as funções de monitoramento e controle sejam realizadas em sequência, que começa com o veiculo detectando, automaticamente, a sua conexão com uma EVSE.

O Conector J1772 Macho possui um sensor do tipo micro-chave, embutido em seu corpo (ver diagrama elétrico de blocos da EVSE completa apresentado anteriormente), que atua quando este conector, que se encontra na extremidade final do cabo de energia / controle da EVSE, é manualmente engatado ao Portal de Carregamento do PEV (Conector J1772 Fêmea).

A micro-chave atua sobre o pino 5 do conector J1772 (sinal de controle denominado “Proximity Detector”), de modo que o Veículo Elétrico pode, então, “tomar ciência” de que ele está conectado a uma EVSE.

O veículo, então, entra em estado de “Bloqueio de Movimento”, enquanto permanecer conectado à EVSE, e o Controlador do seu Carregador Embarcado passará, agora, a considerar a informação que está contida na linha de sinal de controle denominada PILOTO, que está presente no pino 4 do conector J1772.


Aqui começa a funcionar o bloco denominado “Piloto”, na placa Shield Open-EVSE. De inicio, o bloco “Piloto”, pela atuação do IC2 (ADG419), coloca um sinal de tensão de 12VCC na linha de controle PILOTO, via o resistor de precisão R1 (1kW, 1%). Por colocar um sinal de tensão de 12V na linha PILOTO, a EVSE está sinalizando que ela está em estado de “Pronta”, podendo ser usada (ser conectada a um veículo elétrico e realizar o carregamento da bateria de tração dele).

Todavia, para compreender o funcionamento do protocolo, é importante notar que, mesmo antes do conector J1772 ser engatado, o sinal PILOTO já estava, previamente, internamente à EVSE e, em um valor de em 12V. Esta é a condição para que a EVSE sinalize que ela está “Pronta em Espera”, mesmo estando com o seu cabo de carregamento em aberto. A sinalização de “Pronta em Espera” só não ocorra, se houver, previamente, alguma falha interna na EVSE.

Então, mesmo com o conector J1772 desengatado, o sinal PILOTO está sendo realimentado, na própria placa Shield Arduino Open-EVSE, sendo “detectado” para ser avaliado, entregue a uma entrada analógica do microcontrolador da placa Arduino (sinal denominado ADC_PILOTO), passado pelo divisor de tensão, formado pelos resistores R7 (200kW) e R6 (100kW), em conjunção com o resistor R5 (56kW, que se encontra ligado a +5VCC).

A tensão lida pela entrada analógica do microcontrolador, com o conector J1772 desengatado do portal de carregamento do veículo e, com a EVSE “Pronta em Espera”, é de aproximadamente 4,54V, conforme pode ser verificado pela análise mostrada na figura ao lado:

Assim, a EVSE pode “saber” que, apesar dela própria estar “Pronta”, ela não tem, ainda, nenhum PEV conectado a ela.

Note que o CI ADG419 opera semelhante a pequenino relé de estado sólido (SSR), dotado de uma chave SPDT. Portanto, apenas duas situações existem para ele:

  • Põe em sua saída (D1) tensão de +12v, ou;
  • Põe em sua saída (D1) tensão de -12v.

Em ambos os casos, a tensão presente em sua saída, afetará a linha PILOTO, via o resistor R1.

O ADG419 é um interruptor SPDT linear (para sinais analógicos) com operação (comando de comutação) digital, compatível CMOS. Este interruptor é projetado em um processo LC2MOS (Linear Compatible Complementary Metal Oxide Semiconductor) melhorado, que fornece baixa dissipação de energia e ainda provê velocidade de comutação alta, baixa “resistência de contato” (On Resistance, RON=25W típico) e correntes de fuga baixas (da ordem de décimos de nanoampères).

O perfil da resistência sobre o ADG419 é muito plana sobre a faixa de entrada analógica completa (desde VDD até VSS), garantindo excelente linearidade e baixa distorção, além de ampla largura de banda do sinal. A construção CMOS garante dissipação de potência ultrabaixa, tornando esse componente ideal para instrumentos portáteis e movidos a bateria.

O comando de comutação (sinal IN, pino 6) é digital e seleciona para ligar ao D1 (pino 1) uma dentre as duas vias do interruptor (S1 ou S2). Ambas as vias do interruptor do ADG419 conduzem igualmente bem e em ambos os sentidos. Na condição de “via deligada” o bloqueio é bastante elevado. O emprego do ADG419 é relativamente recente, antes, resolvia-se aplicações típicas com emprego de um Amp. Op. de entrada a JFET.

A reação inerente ao protocolo J1772 que ocorre em seguida após a EVSE colocar 12V na linha PILOTO é devida a parte do circuito de controle / monitoramento da linha PILOTO, que se encontra embarcado no Veículo Elétrico. Assim, precisamos passamos a olhar o diagrama elétrico que é apresentado a seguir, e que representa o circuito completo que se forma quando o conector J1772 do cabo de uma EVSE se torna devidamente conectado, engatado ao portal de carregamento de um VE:


Aqui, o ADG419 está sendo representado como um relé (K2), dotado de um interruptor SPDT (contato reversível do relé K2), que existe do lado da “EVSE Controller”. A colocação de 12V em sua saída indicando “EVSE Pronta”, irá provocar, via resistor R1 (1kW, 1%), uma corrente via o diodo D1, causando uma redução da tensão para algo em torno de 8,3V no lado do catodo de D1 (que está no “Vehicle Contoller” embarcado no VE), ou seja, teremos efetivamente 9V na linha PILOTO, devido ao divisor de tensão formado por R1 + R3 (R3=2,74kW, 1%).

Existe um certo grau de dificuldade para se enxergar o referido divisor de tensão pois, R1 está de um lado do sistema (na “EVSE Controller”) e, R3 está do outro lado do mesmo (no “Vehicle Contoller”) e, ainda mais, o diodo D1 encontra-se no meio, entre eles.

Importante ressaltar também que, neste momento, o estado do interruptor K1 (que também está no “Vehicle Controller”), ainda é o de DESLIGADO ou aberto (estado original que ele já tinha, antes mesmo do Conector J1772 ser engatado) pois, ele é um contato N.A..

A tensão de 8,3V do catodo de D1 é então detectada pelo detector (representado pelo buffer inversor) que existe no controlador do Carregador Embarcado do veículo, e isso informa a esse controlador, que a EVSE ao qual ele havia se conectado (quando atuou a micro-chave embutida no corpo do conector) está “Pronta” para fornecer energia.

Concomitantemente, já do lado da EVSE, devido ao engatamento do conector J1772 da EVSE “Pronta” ao portal de carregamento do PEV, o sinal ADC_PILOTO irá cair, dos anteriores 4,54V para, aproximadamente, 4,08V, e neste valor se manterá, enquanto na linha PILOTO na linha houver 9V nominais (8,94V, segundo simulação apresentada na figura a seguir):

Com ADC_PILOTO igual a 4,08V, o microcontrolador da placa Arduino sabe que agora a EVSE tem um PEV conectado a ela mas, ele sabe também que aquele PEV ainda não esta efetivamente demandando corrente de carregamento, até mesmo porque, a EVSE precisa, antes, informar ao PEV o valor da Corrente Máxima que estará disponível para o carregamento.

Assim, uma vez que a tensão de 4.08V já foi encontrada pelo microcontrolador como estando presente no ADC PILOTO, o microcontrolador pode passar, agora, a liberar o sinal de saída Piloto_1kHz, que é o sinal PWM cujo ciclo de trabalho serve para informar o PEV sobre a Capacidade  de Corrente Máxima para o carregamento.

A partir deste momento, o carregamento poderá começar imediatamente, ou não: isso agora é uma decisão exclusiva do veículo.

Apesar do veículo já saber que ele está conectado à uma EVSE e que esta EVSE se encontra pronta para fornecer uma determinada Corrente Máxima, ele pode fazer com que o carregamento seja adiado e, com isso, o sistema PEV-EVSE fique aguardando o inicio da operação, dependente de uma ordem do carro.

Esse recurso do protocolo J1772 é muito útil para quando você fizer a começão do seu PEV à sua EVSE logo que chegar à sua casa, entre o fim da tarde e o início da noite, quando costuma ser o período do dia de maior demanda quanto a consumo de energia elétrica: o chamado “horário de pico”.

Para isso, basta você parametrizar de antemão, a IHM no painel do seu carro, escolhendo uma hora propícia para inicio de carregamento, por exemplo, as 23hs.

Assim, ao chegar em sua garagem as 18hs 30min, por exemplo, você já pode conectar o carro para carregamento, imediatamente e, simplesmente esquecê-lo. O carregamento só iniciará, automaticamente, as 23hs, com a autorização dada pelo próprio carro à EVSE.

Além do mais, nenhum distraído conseguirá sair com seu carro enquanto ele aguarda o momento de iniciar o cargamento sem, antes, cuidadosamente ter que remover o conetor J1772 pois, o carro fica imobilizado com o conector engatado. Tudo muito bem bolado.

Se houver uma queda da energia da rede elétrica da residência enquanto o sistema esta neste estado de Carregamento em Espera, após o problema da queda de energia ser sanado, a EVSE retorna a essa mesma condição, automaticamente.

Quando o carro decide ordenar o inicio do carregamento, por ativar o relé de comando K1, isso provoca nova alteração na linha PILOTO, informando a ordem à EVSE e a ela caberá responder ligando, em fim, o relé principal.

A EVSE só não o acatará a ordem de iniciar o carregamento dada pelo PEV, caso ela entre em alguma das condições de falha:
  • Fuga da corrente de carregamento para a terra;
  • Falta de uma ou de ambas as fases na Saída (ou do GND, aterramento PE);
Todavia, convém lembrar que, para que o carregamento efetivamente aconteça caberá, ainda, a EVSE, informar ao PEV sobre qual é o limite máximo de corrente que ela pode fornecer pois, sem essa informação, o carregador embarcado do veículo, mesmo tendo ordenado o inicio do carregamento, efetivamente não consumirá corrente.

O modo como o PEV informa a EVSE a ordem de início de carregamento é, também, por manipular a tensão do sinal presente na mesma linha de controle PILOTO. Quando o carro quer que o carregamento inicie, o controlador do seu carregador embarcado causa o fechamento do contato N.A. de relé de comando K1 do protocolo J1772 (no lado do “Vehicle Contoller”), inserindo, assim, no circuito de sinalização PILOTO, o resistor R2 (1,3kW, 1%).

Com com o ligamento de K1 e a consequente inserção do resistor R2, a tensão presente na linha de controle PILOTO, novamente é modificada, diminuindo ainda mais, conforme mostra a figura a seguir, relativa a simulação do circuito: temos agora 5,96V na linha PILOTO (6V nominais), resultando em 3,63V de tensão presente em ADC_Piloto que será lida pela entrada analógica do microcontrolador da placa Arduino.

Ao ler o atual valor de tensão presente em ADC_Piloto, a EVSE passa a saber que ela terá que acatar a ordem de iniciar o carregamento, de modo que ela deverá ligar o relé principal (o relê de potência) da EVSE, liberando a corrente para o carregamento da bateria do VE.

Todavia, antes disso, a EVSE precisa informar o controlador do carregador embarcado do VE sobre a sua limitação quanto a capacidade dela em fornecer corrente para o carregamento.

Para fazer isso, ela comuta o relé (virtual) K2. A comutação do relé K2 afeta, mais uma vez, o sinal presente na linha de controle PILOTO. O sinal presente na linha PILOTO modifica-se completamente: ao se comutar K2 e a EVSE passa a enviar pela linha PILOTO um sinal de trem de pulsos de forma de onda retangular de amplitude 24 Vpp (+12V ~ -12V) e de frequência fixa de 1kHz, ao invés de tensão contínua, o que significa que a fonte de tensão CC V2 deixa de existir e no seu lugar entra o gerador desta função de trem de pulso.

Este sinal de trem de pulsos de forma de onda retangular e de frequência fixa de 1kHz, transportará, em si mesmo, a informação sobre o valor da máxima corrente que a EVSE poderá estar fornecendo ao carregamento do veículo. É muito importante que o PEV saiba sobre esse valor limite e o respeite, para não causar sobrecarga na instalação da EVSE.

Apenas reflita: existem estações públicas de carregamento, conhecidas Carregadores Rápidos, Carregadores Super Rápidos e Carregadores Ultra Rápidos, os quais operam o carregamento da bateria de tração dos PEVs em correntes da ordem de 200 Ampères, 300 Ampères, 500 Amperes, etc. De fato, tais carregadores sequer usam os mesmos pinos 1 e 2 do conector J1772 para conduzir corrente de carregamento: eles exigem, ou o conector ChaDeMo, ou conector Combo (que contém, em si, a mecânica do J1772, porém, com dois pinos extra, estes fisicamente bem maiores, os quais tais estações de alta potência usam para transferir energia).

Estas estações de carregamento requerem ser alimentadas diretamente a partir de rede elétrica CA, mas que também é especialmente dimensionada, para a potência elevada em questão, para a qual as especificações do padrão de entrada de abastecimento CA dos imóveis do tipo residenciais, consumidores individuais, não suportam, não dispõem de capacidade e, normalmente, nem sequer poderão ser autorizadas pelas concessionárias de distribuição de energia a poder dispor. Estas super estações operam carregamento do VE diretamente com uma tensão já  convertida em CC, e eles custam dezenas de milhares de dólares.

Mas o que eu quero mesmo chamar a atenção é para o seguinte: a grande maioria dos VEs está, então, habilitada a consumir, sob carregamento, correntes elevadas da ordem centenas de Amperes. Por norma o protocolo SAE J1'772 define um limite para corrente de carregamento de no máximo 80A. Mas a realidade é que a grande maioria das Instalações Elétricas Residenciais existente atualmente, principalmente aqui no Brasil, teria SÉRIOS PROBLEMAS DE RISCOS DE INCÊNDIOS POR SOBRECARGA ELÉTRICA, ao receber um novo consumido interno, deste porte (220V, 80A), sem que fosse executada, antes, uma boa avaliação que resultasse  numa consequente reforma (com adequada substituição do elementos condutores e de manobra e proteção pertinentes).

220V, 80A ... Isso equivale aproximadamente a demanda de carga de três chuveiros elétricos comuns, funcionando simultaneamente. Portanto, os riscos de sobrecarga nas instalações elétricas devem ser cuidadosamente considerado e verificado. Caso contrário, o sonho de ter um Veículo Elétrico sendo carregado na sua própria garagem pode reverter em um eventual pesadelo de você perder o seu imóvel   por causa de um incêndio.

Eu costumo insistir neste assunto pois, em países pioneiros na tecnologia de carregamento doméstico de VEs, alguns casos de eventos sinistros assim já foram registrados e, gostemos nós de saber disso ou não, por mais que existam regulamentações, na prática, as instalações elétricas residenciais brasileiras acabam sendo pouco confiáveis. Assim, o fato da EVSE informar ao PEV sobre o limite de capacidade de corrente e, o PEV respeitar esse limite, é algo fundamental para a segurança da operação de carregamento dos VEs.

A seguir, os dados a respeito da característica da limitação de corrente (corrente máxima) de carregamento no protocolo J1772 é apresentada, em dois diferentes formatos, tabela e gráfico:


Como como ser constatado, a informação da corrente máxima está contida no Ciclo de Trabalho do sinal de trem de pulsos de forma de onda retangular de frequência fixa de 1kHz.

Ciclo de Trabalho, as vezes denominado, também, Razão Cíclica, de um sinal elétrico pulsante, geralmente de forma de onda retangular, é utilizado para descrever a razão entre o tempo em que o sinal está em um estado "ativo", geralmente em nível alto, e o tempo total da duração de um ciclo completo (ou período). Este parâmetro, usualmente, é expressado em porcentagem (%):




O termo Ciclo de Trabalho, está comumente associado a Modulação por Largura de Pulso, mais conhecida pela sigla em inglês PWM (Pulse Width Modulation) que é um processo envolve a modificação de um sinal eletromagnético inicialmente gerado, antes dele ser transmitido para um receptor, de forma que ele possa se comportar como uma portadora, transportando uma informação variável amostrada, cujo valor é proporcional à largura dos pulsos, ou seja ao ciclo de trabalho.

Deste modo, uma EVSE poderia assumir o controle da demanda de corrente no processo de carregamento da bateria de tração de um PEV, fazendo com que essa varie, pela ação de um PWM.

Todavia não é isso que ocorre, ainda, nas EVSEs atuais. O controle da demanda de corrente fica, totalmente a cargo exclusivo do controlador do carregador embarcado do veículo. A EVSE se restringe a ter apenas que informar o valor da corrente máxima que ela suporta. Não existe PWM, nas EVSE atuais. A largura do pulso do sinal de onda retangular de frequência 1kHz é fixa, ou seja, o ciclo de trabalho não varia, é sempre o mesmo, informa sobre a corrente máxima, nada mais.

A corrente máxima da EVSE é um parâmetro com valor definido ao nível do firmware do microcontrolador da placa Arduíno e, em geral, nem sequer pode ser modificado pelo usuário / operador. O microcontrolador produz em uma das suas saídas digitais (que eu denominei no diagrama da placa EVSE Shileld de “Piloto_1kHz”), o sinal de frequência fixa de 1kHz, que terá um ciclo de trabalho também fixo, definido pelo valor de corrente máxima que se quer representar.

Por exemplo, em uma EVSE com capacidade de corrente máxima definida para 45A, um algoritmo adequado fará o microcontrolador da placa Arduino produzir naquela saída digital um sinal de 1kHz, com ciclo de trabalho de (45 / 0,6)% = 75%. Este sinal é enviado a partir da placa Arduino para a placa EVSE Shield, e chega à entrada IN (pino 6) do IC2 (ADG419).

O desenvolvimento de melhorias que propiciem o carregamento inteligente dos veículos elétricos é uma meta permanente e, existir possibilidades para um maior poder de controle por parte da EVSE, por meio, por exemplo, do emprego da técnica de PWM sendo utilizado para variar o valor da transferência de potência entregue no carregamento.

Porém, eu, particularmente, não creio que isso venha a ocorrer nas EVSEs domésticas pois, todas as possibilidades mais interessantes de controle a serem implementadas, como por exemplo, a de se poder regular a corrente de carregamento ao longo do dia, reduzindo-a ao minimo nos horários de pico de demanda e aumentando nos horário de mais baixo consumo, pode ser feita pelos controladores que ora já estão presentes nos próprios PEVs, dotados, inclusive, um relógio de tempo real, que é necessário para isso, enquanto a EVSE doméstica típica, não o tem.

Uma tendência futura aponta para EVSEs com capacidade de operar em modo reverso, ou seja, no caso de uma eventual falha do sistema de distribuição de energia na rede elétrica, o ramal de ligação do imóvel é desconectado da rede pública, e a EVSE opera a conexão com o PEV, se este estiver presente, para que sua bateria alimente, de modo emergencial, os consumidores ligados a instalação elétrica da residência. Para isso, os carregadores embarcados nos veículos precisam ser bidirecionais e, de fato, muitos já o são.

Enfim, a curto prazo, as inovações visando carregamento inteligente de veículo, não devem afetar EVSE J1772 domésticas, que são, essencialmente, estações de carregamento de veículos elétricos para fins de emprego popular e, o seu custo precisa ser mantido o mais baixo possível, para ser competitiva, vantajosa para cada usuário de PEV desejar ter a sua própria em casa.


Na figura a seguir, tem-se um diagrama que apresenta uma visão geral de todo o contexto de carregamento dos VEs:




Assim, se você, precisar de uma EVSE J1772 220V, nas opções de corrente máxima de:
  • 30 A (ideais para carregamento de PEVs dotados de carregadores embarcados de até 6,6 kW), ou;
  • 45A (ideais para carregamento de PEVs dotados de carregadores embarcados de até 9,9 kW), ou;
  • 75A (ideais para carregamento de PEVs dotados de carregadores embarcados de até 16,6 kW);
Por, favor, me contate para um orçamento: eu monto o equipamento na versão mais recente e o instalo em poucos dias, dando-lhe garantias de instalá-lo adequadamente em seu local de residência ou trabalho, dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras e internacionais pertinentes. Isso, pelo menor custo possível.

Na verdade, o Custo Total de Propriedade (os materiais mais os serviços, até o fim do comissionamento) é muito mais dependente das condições atuais da instalações elétricas do imóvel, que irá receber a EVSE, do que da capacidade de potência da EVSE escolhida. Isso precisará ser avaliado por rápida inspeção prévia no local.

Se a instalação elétrica da residência for propícia, uma EVSE de 30A montada, instalada e comissionada, pode sair por até R$ 2.500,00.

A placa EVSE é uma expansão (shield) para Arduíno. A versão mais recente do Arduino é a versão Uno Rev. 3, de modo que, o leiaute dela deve ser elaborado considerando o leiaute preexistente da Arduino, que é apresentado na figura a seguir:




Essa dissertação será retomada e continuará, na parte 4, em breve, assim que Deus permitir. Talvez demore um pouco pois, eu estarei, por esses dias, "tentando aprender" um novo CAD para desenvolver a PCI dessa expansão Arduino para EVSE: O Eagle CAD (novo para mim). Caso você se interesse também, comece olhando esse tutorial: How to make an Arduino shield with Eagle CAD – Tutorial


Eu publiquei a 1ª Parte do  meu próprio tutorial sobre uso da ferramenta EAGLE CAD aqui, pelo EBAh:

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sobre Carregamento de Veículos Elétricos


Desde que a Nissan anunciou no início de 2012 que o Nissan LEAF (modelo 2013) teria um Carregador Embarcado mais potente do que o seu antecessor, todos passaram a esperar e a contar com isso. As vendas do modelo 2012 até chegaram a cair um pouco, acredita-se que, muito provavelmente, por causa deste anúncio, algumas compras foram adiadas. Um alto executivo da Nissan nos EUA chegou a anunciar que haveria uma atualização disponível para os LEAFs mais antigos (e que os cliente iniciais não ficariam na mão).

Todavia, por fim, depois deste "carnaval" todo, nada do anunciado se concretizou: o Nissan LEAF modelo 2013 saiu com o mesmo carregador embarcado do modelo 2012 (e continua, pelo menos até o dia de hoje), ou seja, com a potência de "apenas" 3,3 kW (3,3 quilowatts). (1)

O anúncio inicial apontava que era para o modelo 2013 ter saído de com um carregador de potência de 6,6 kW (o dobro). Apesar do fato, nada impede que a Nissan reveja isso, a qualquer instante, até o final do ano (e de fato o fez, atualizando, nos VEs Nissan LEAF ano de fabricação 2013, finalmente, passou a adotar o carregador embarcado de potência maior, mas como um opcional de custo maior).

Usar um carrergador embarcado no carro, de potência máxima de 6,6 kW, em vez de um outro de potência máxima de 3,3 kW, permite que o recarregamento da bateria de tração do veículo seja feito com uma alimentação de mesma tensão elétrica, porém com uma corrente elétrica que tem o dobro do valor da que era anteriormente permitida, e isso é algo que propicia, na hora de executar o processo de recarregamento, a REDUÇÃO DO TEMPO DE CARREGAMENTO PARA METADE.

Já, quanto a questão do caregador embarcado do Nissan LEAF, antes de tudo, é preciso entender o seguinte: uma eventual atualização dos carregadores embarcados dos carros já montados e vendidos não seria de algo tão simples de ser levado a cabo, algo que se resolvesse com a troca de uma única peça apenas.

De fato, além do carregador em si, um certo volume de cabeamento, terminais e conectores de entrada e de saída de energia elétrica, assim como também o firmware precisariam ser todos trocados, numa operação relativamente complexa, que consumiria várias horas-homem de mão de obra.

Pacote de Baterias do Nissan LEAF,  e o seu cabeamento estruturado e conectores vermelhos de energia e controle.
Enquanto a Nissan não conseguiu cumprir o anunciado (pelo menos muita gente afirma que eles prometeram), e ainda sofreu com alguma queda de vendas, quem se dá bem com isso é a Ford Motor com o seu Ford Focus Electric 2012 e a Coda Automotive's com o Coda Electric Vehicle Sedan 2012, ambos já dotados, desde o lançamento, com um carregador embarcado mais potente, exatamente de 6,6 kW.

O carregador embarcado é um dispositivo de eletrônica de potência que é responsável por converter o tipo de energia elétrica do padrão da rede elétrica da concessionária de energia, que é de C.A. (Corrente Alternada) em C.C. (Corrente Contínua), que é adequado para carregar baterias.

Mas, o que pode significar, para o usuário do VE, um carregador embarcado com uma potência maior (ou melhor, potência dobrada)? A resposta é: um tempo de carregamento proporcionamento reduzido, ou seja, se dobramos a potência do carregador embarcado, podemos reduzir a metade o tempo total de carregamento normal.

Vale lembrar que, um VE como o Nissan LEAF, tem, do ponto de vista da "velocidade" (rapidez) de carregamento, três diferentes métodos de carregamento:
  • Normal;
  • Lento e;
  • Rápido.
Somente o tempo de Carregamento Normal é que pode ser reduzido, com o aumento da potência nominal do Carregador Embarcado, já que:
  • Carregamento Lento depende de um cabo especial, de capacidade de corrente máxima preestabelecida (e mínima, de somente 15 Ampères (ou 16A), sem possibilidade de alteração, quando feita com o Trickle Charger Cable, uma mini-EVSE portátil, como por exemplo a da própria Nissan, com a operação devendo ser feita para rede CA de 110-127V, portanto sub-aproveitando a capacidade do carregador embarcado) e;
  • No Carregamento Rápido, o carregador embarcado nem sequer é empregado pois, a energia elétrica é fornecida ao VE, já na forma de Tensão de CC (Corrente Contínua, se o que chamamos de Carregamento Rápido for, tanto o feito em Modo CC Nível 1, com corrente acima de 51A, até 80A, pelo mesmo conector  SAE J-1772, ou pelo conector JARI/TEPCO, que usa protocolo CHAdeMO) e, portanto, passa direto para o estágio de conversão CC/CC da bateria, dispensando ter que passar pelo dito Carregador Embarcado.

O carregador embarcado, portanto, afeta a performance do método de carregamento mais importante de todos: o Normal, que é o modo de carregamento preferencial (ou pelo menos deve ser, se as pessoas realmente quizerem se manter ecologicamente corretas), além de ser o que é recomendado por muitos fabricantes de VEs (os mais honestos) para ser o método de carregamento empregado com maior regularidade, a fim de maximizar o tempo de vida útil das baterias.

Quem tem um Nissan LEAF, pode comprovar o que eu estou dizendo, apenas por olhar no Manual do Proprietário, que contém  repetidas vezes esta recomendação:

Use os métodos de carga normal ou de carga lenta para carregar a bateria Li-ion e minimize o uso de Carregamento Rápido público ou Carregador Rápido.2

O carregamento normal é feito sempre em uma rede elétrica de C.A. (Corrente Alternada), com tensão de 220 V e, a corrente demanda depende tanto da capacidade do carregador embarcado do VE, quanto da capacidade da instalação elétrica do ponto de tomada de energia a partir do qual o abastecimento de C.A. é feito. Isso é diferente de somente enfiar um cabo na tomada (que é o que ocorre com o carregamento lento que opera apenas em 15 Ampères) pois, no Carregamento Normal, o VE poderá demandar uma corrente elétrica desde de 15A até 50A (acima de 50A (A=Ampère), já se considera carregamento rápido).

Assim, quando um VE é conectado para fazer um Carregamento Normal, depois que ele verifica que a conexão está, de fato, devidamente bem estabelecida, ele “pergunta” para a tomada: - Quanto de corrente você pode me fornecer? Essa pergunta3 é de vital importância no que concerne a segurança da sua instalação elétrica e do seu patrimônio imobiliário pois, caso o VE resolvesse, simplesmente, puxar o máximo de corrente que ele possa receber (que pode ir a 45 A, ou além), ele poderia vir a causar uma sobrecarga na instalação elétrica da residência, com riscos reais de causar incêndios, caso não haja dispositivos de proteção adequados instalados naquela instalação elétrica.

Então, o VE irá respeitar o limite de capacidade de fornecer corrente elétrica, que o ponto de tomada de energia informar para ele e, ai sim, procurara tirar o máximo proveito, dentro desse limite a ser respeitado. Por exemplo, um Nissan LEAF, ainda com seu mesmo velho carregador embargado, pode demandar apenas 15 A da tomada. Já, os mencionados VEs, Ford Focus e Coda Sedan, podem demandar corrente até 30 A. Já a Toyota Rav4 EV, com seu carregador embarcado de 9,9kW, está apto a demandar até 45A. Entretanto, todos, sempre respeitando o limite “informado” pelo ponto de tomada.

Mas acontece que, os pontos de tomadas de propósito geral em uma instalação elétrica residencial são “burros”, ou seja, não são capazes de informar coisa alguma para um VE. Por isso estes tais só se prestam mesmo ao carregamento lento. Se você está com a vida mansa, talvez a carga lenta te satisfaça plenamente e, dai, então você não precisa esquentar a cabeça com mais nada, basta usar o “Trickle Charge Cable” (Cabo de Carga Lenta), que a Nissan fornece, gentilmente, como assessório para quem compra um LEAF.

Agora, pensa num “pequeno grande” detalhe: em qualquer lugar do mundo, por mais "zuado" que seja, existe alguma norma que regulamenta ou, no mínimo, algumas prática que recomenda, sobre as questões relativas às instalações elétricas residenciais. Aqui, no Brasil, existe a norma NBR5410/2004 e, segundo essa norma, as cargas lentas de VEs padronizadas internacionalmente já estão fora de conformidade para aplicação aqui pois, pontos de tomada de propósito geral são definidos para fornecer até no máximo 10 A apenas, e não 15A.

Pela NBR 5410, pontos de tomada acima de 10A devem ser considerados PTUEs, ou seja, Pontos de Tomada de Uso Específico – porém, isso conflita com a prática popular internacional dos VEs que vem difundindo a ideia de que “com o cabo de carga lenta, pode-se carregar o VE a partir de qualquer tomada”. Porém, isso é um engano! O manual do Nissan LEAF (em inglês) na página EV-9 diz:

Use apenas … circuito dedicado para carregamento.

Circuito dedicado, significa que aquela tomada deve mesmo ser especial, e não uma qualquer.

Quais podem ser as consequências de fazer pouco caso desse engano? Por exemplo, exacerbando, em havendo uma sobrecarga elétrica ao se carregar um VE, que eventualmente venha a resultar em um incêndio com perdas e danos materiais, a sua seguradora, poderá muito bem, usar a própria norma NBR 5410 contra você e se esquivar de te pagar o valor da apólice, mesmo que o seu pagamento de prêmio esteja perfeitamente em dia!

E a Nissan está devidamente isenta de culpa pois, o manual é claro: circuito dedicado ... que é aquele que tem cabos condutores exclusivos, a partir do Quadro de Distribuição dos Circuitos, e que emprega um dispositivo de proteção (no mínimo um disjuntor) próprio.

Assim, mesmo no caso do carregamento mais simples, que é o carregamento lento, você precisará de um PTUE, com fiação e dispositivo de proteção adequado, integrado ao seu Quadro de Distribuição de Circuitos (Q.D.C.). Abaixo, o diagrama recomendado de instalação de um EVSE – Electric Vehicle Supply Equipment.



Além do mais, uma outra boa razão para você não pensar só em carregamento lento e que, a cada três ou quatro anos, as baterias empregadas nos VEs terão suas capacidades de energia majoradas (o parâmetro medido em kW.h das baterias que irão eventualmente aumentar, a fim de atender ao desejo dos usuários por uma maior autonomia de rodagem, até que venha o dia em que a autonomia provida pelas as baterias irão suplantar a autonomia dos benditos tanques de gasolina).

Esse aumento da capacidade de energia das baterias irá ocorrer, mesmo sem que elas aumentem em tamanho físico, o qual espera-se que deverá ser mantido (ou mesmo poderá ser diminuído), porém, exigirá um maior tempo de carregamento, quando empregado o método de carga lenta (limitado aos mesmos 15A de sempre). Imagine a quanto esse tempo poderá chegar para encher essa capacidade maior das baterias, se hoje, o tempo de carga lenta de um Nissan LEAF (declarado pelo fabricante no manual do proprietário) já é de duração de 21 hs, no total, indo-se de zero a 100% de carga, para sua bateria de Li-íon atual de 24 kW.h.

Assim, ter uma “tomada dedicada inteligente” e de “satisfatória capacidade de corrente” instalada na sua garagem é algo altamente recomendável. Eu diria mesmo, praticamente uma necessidade, a fim que que você realmente possa desfrutar da tranquilidade e conforto que ser o proprietário de um VE pode lhe proporcionar.

Para que a tomada dedicada tenha essa tal “inteligência”, é necessário algo mais do que simplesmente cabos condutores e terminais de conexão: ela precisa ter alguns poucos componentes eletrônicos que permitam que ela informe ao VE que ela está efetivamente conectada ao VE e pronta para fornecer a ele no máximo XX Ampères de corrente elétrica. De fato, é necessário um pouco mais, pois é bom que você, o operador que, manualmente estabeleceu a conexão, participe dessa também dessa “troca de ideias” a fim de estar ciente de “o que se passa” entre eles. Alguns indicadores luminosos (LEDs) são empregados para isso.

Então, não é simplesmente uma tomada mas, sim, aquilo se denominamos Equipamento de Carregamento de Veículo Elétrico (em inglês é EVSE – Electric Vehicle Supply Equipment).

Sobre detalhes deste equipamento, especificamente, existem outras postagens anteriores aqui mesmo, neste blog:

EVSE - Electric Vehicle Supply Equipment (Equipto de Abastec. de Veículo Elétr.) - Nível 1 e 2:


Por Dentro de uma Estação de Carregamento EV SAE-J1772-AC Nível 2:


Montar e instalar EVSEs é o que eu estou oferecendo a quem estiver interessado em ter uma  (ou mesmo apenas instalar EVSE já previamente adquirida). Me contate por e-mail para conversarmos.

Estação de Carregamento OPEN-EVSE 2 - 220V / 45A - Conector SAE J1772 (padrão mundial para Carregamento Normal) ideal  p/ EVs com Carregadores Embarcados de até 9,9kW

Uma outra questão importante, e que vai "pegar" muito, principalmente aqui no Brasil, será com respeito ao condutor de aterramento (condutor PE ou condutor PEN), nas instalações elétricas residenciais. Isso irá ocorrer pelo simples fato que num grande número de instalações, tal condutor simplesmente inexiste.

O condutor de aterramento deve existir por dois motivos:
  • Segurança, proteção contra choques elétricos (obrigatório por norma NBR 5410);
  • Funcional: alguns equipamentos e dispositivos precisam de aterramento simplesmente para poder funcionar e uma Estação de Carregamento é um deles (assim como um interruptor de segurança DR).

Sobre isso, há também postagem específica neste blog:


Instalação Elétrica Residencial - Critérios Técnicos para Dimensionamento de Condutores e Proteção Elétrica para Tomada de Energia para EVSE:


Proteção por Aterramento e por Interruptor DR - Preparando a Instalação Residencial para os Veículos Elétricos


Mas o que eu quero fazer agora e continuar informando e orientando, ou melhor, educando. Essa orientação, eu recomendo que todos os usuários de VEs que conseguirem fazer o carregamento de suas baterias em casa (carregamento normal) o sigam desde já, para que se acostumem com esse procedimento, mesmo que “ainda”, pelo baixíssimo número de VEs existentes no Brasil, possa parecer que tal preocupação não faça sentido.

A medida que o número de VEs crescer, ao longo dos próximos anos, será necessário que as concessionárias de energia se unam em campanhas educacionais para este fim. Não vai ser difícil seguir essa recomendação pois, mesmo o manual do proprietário o recomenda. Do ponto de vista da operação, o carregamento normal de um EV pode ser de três modos (vide manual do LEAF em inglês, pag. CH9):
  • De carga imediata;
  • Com temporizador de carregamento e;
  • De carga remota pode ser executada no modo de carga normal.
Se você não programar nada, por padrão será assumido o modo “de carga imediata”, ou seja, ao conectar o cabo, o carregamento ira iniciar imediatamente, automaticamente. Mas acontece que no horário que a maioria das pessoas motorizadas costumam chegar às suas casas, vindas do trabalho (entre 18hs e 20hs) NÃO É um bom momento para se começar o carregamento pois, é justamente neste horário (na verdade das 18hs as 22hs) que o sistema elétrico que alimenta as grandes cidades do Brasil (que ainda é país do chuveiro elétrico) está sob a mais forte demanda de consumo (horário de pico).

O dia que houver um sistema de cobrança inteligente, este será o horário de energia mais cara do dia mas ,fora isso, a ideia é mesmo aliviar a carga no pior horário e colaborar com sistema elétrico. Assim, é altamente recomendável que os usuários programem os seus VEs por meio da IHM do carro, apara ser a operação seja realizada com uso do temporizador de carregamento, ou seja, você preestabelece um horário para que o carregamento se inicie, por exemplo, as 23hs, quando a demanda já está aliviando e você ao chegar em sua garagem, digamos, as 19hs, simplesmente conecta o cabo da estação de carregamento e mais nada. Fique tranquilo que o carregamento se fará sozinho, iniciando no horário preestabelecido.

Se você for inteligente o bastante, mesmo com algum sacrifício de custo, para instalar um Equipamento de Carregamento de Veículo Elétrico de boa capacidade de corrente (digamos, 45 A ou mesmo 50 A) você poderá recarregar completamente a sua bateria usando o sistema elétrico apenas a partir da 00hs e a operação será realizada em apenas 3hs e ½.

Se você não tem uma estação de carregamento, saiba que o temporizador de carregamento pode comandar o início da operação de carga no modo de Carga Lenta também. Além do mais, no Manual do proprietário do LEAF, a NISSAN recomenda que você conecte o cabo de carga normal (sempre) quando sair do veículo, mesmo que isso não vá ser usado. Ao fazer isso, você pode tirar o máximo proveito das funções do controle remoto do clima e o temporizador do aquecedor / ar condicionado (Clima Ctrl Timer), da próxima vez que utilizar o veículo.

Ao conectar o cabo, se começou a carregar ou se a bateria está em espera do temporizador para carregar, um alarme sonoro soará duas vezes e a indicador de corga irá mudar. Veja sobre "luzes indicadoras de estado de carregamento" no manual do seu VE.

Se você estiver interessado em adquirir e instalar uma Estação de Carregamento em sua casa, não deixe de me consultar, no mundo dos carros elétricos, há um grande número de engenheiros independentes, profissionais liberais, que gostam de pesquisar, de experimentar, de modificar e de melhorar os vários carros elétricos no mercado e seus assessórios, e eu sou um deles.

Além do mais, enquanto esse mercado não estabilizar, todo cuidado é pouco. Mesmo um fabricante tradicional e de renome como a GE tem encontrado problemas, tentando vender mercadorias caras que acabaram por ficar fora do padrão aqui no Brasil, como é o caso da estação DuraStation que usa um tipo de tomada conforme a IEC 62196 (que se tornou recentemente obsoleto) e que exige cabos adaptadores adquiridos a parte, lançando, outro produto correlato, que tem problemas de compatibilidade com alguns carros (como é o caso da estação WattStation, que tem causado problemas ao ser usada para carregar o Nissan LEAF, lá nos EUA).

Notas:


  1. Semanas depois que está postagem já havia sido originalmente publicada, enfim chegou ao mercado o carregador embarcado de 6,6 quilowatts, disponível como uma opção de custo extra no modelo base do Nissan LEAF. Isso propicia reduzir o tempo de carregamento usando a energia elétrica de 240 volts pela metade (4 horas). Mas o modelo base do LEAF continua sendo com um carregador de 3,3 kW;
  2. Além daquela recomendação, outras duas, também igualmente importantes, para ajudar a prolongar a vida útil da "sua majestade", a bateria são as de evitar proceder o carregamento, sem que a bateria atinja um mínimo de carga (obviamente que tomando sempre o cuidado de evitar o risco de ficar na rua, sem energia) e, também, o de evitar deixar seu VE estacionado por período longo de dias com o estado de carga da bateria em nível muito alto, principalmente quando o local de estacionamento for um ambiente quente, pois isso também ajuda a envelhece precocemente a bateria. Todavia, deixar a bateria parada, sem recarrega-la, em um estado de carga muito baixo, pode causar dela começar a "dormir", não aceitando mais ser carregada. Existe recomendação para armazenamento de bateria com química baseada em lítio para que o estado de carga seja ajustado em 40%.
  3. A "pergunta" é, na realidade, feita a partir do sinal elétrico de PWM que a EVSE entrega ao controlador de carregamento do VE. Uma EVSE envia um sinal de 1000 Hz de onda quadrada e o ciclo de trabalho deste sinal determina a máxima corrente disponibilizada pela estação, permitindo uma corrente de carga no Modo CA Nível 1, máximo de 16 A e Modo CA Nível 2 máximo de 50A (carregamento normal), e de 51A a 80A (carregamento rápido) para o mesmo modo.


Veja também:

Solução para Carregamento de VEs em Garagens Residenciais


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