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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Toyota e Denso Desenvolvem um Novo Semicondutor de Potência SiC

O novo semicondutor ou, de forma mais específica, o novo dispositivo semicondutor de eletrônica de potência, é para ser empregado nas chamadas Unidades de Controle de Fluxo de Energia (ou Unidades de Controle de Potência, em inglês, Power Control Unit (PCU)), que é um módulo de eletroeletrônica que existe nos Veículos Elétricos híbridos.

Seu emprego será, sobretudo, visando uma melhoria de cerca de 10% na eficiência de combustível destes veículos, além de reduzir volume e peso dos componentes de eletrônica de potência agregados ao veículo. Todavia, é bom esclarecermos que as PCUs existem não apenas nos Veículos elétricos híbridos mas, também nos Veículos Elétricos puros, aqueles que são movidos somente a partir da eletricidade armazenada em um pacote de baterias, e que não consomem nenhum tipo de combustível.

Quem tem acompanhado o desenvolvimento do mercado mundial de VEs nos últimos anos já deve ter percebido que uma característica sui generis da Toyota parece ser a de não querer ver o seu nome associado a grandes expectativas positivas com relação ao futuro do mercado dos VEs puros mas, ainda assim, ela apoia os VEs híbridos, com a produção da sua família de veículos denominada Prius, que no geral, são classificados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como veículos de ultra baixas emissões de poluentes.

Quanto aos VEs puros, a Toyota já teve no mercado norte americano, de 1997 a 2003, o Toyota RAV4 EV, que foi descontinuado desde então, mas que foi retomado com uma produção bastante limitada, de apenas 2600 unidades ano, em parceria com a Tesla Motors, como Toyota RAV4 EV de segunda geração, a partir de 2012. Devido a esse seu posicionamento político e comercial, ao lançar agora essa nova tecnologia de semicondutores de potência em parceria com a Denso, a Toyota menciona, apenas, aplicação para  carros híbridos.

Em 2013, em um discurso no The Economic Club of Washington D.C., o presidente da Toyota, Takeshi Uchiyamada, afirmou:

"A razão pela qual a Toyota não introduz qualquer grande [veículo elétrico puro] é porque não acreditamos que há um mercado para aceitá-lo."

A fim de esclarecer melhor a sua posição, Uchiyamada disse ainda que, pelo menos "duas descobertas" são necessárias antes de os veículos elétricos, puramente a bateria, estejam prontos para o mercado, e que essas duas "descobertas" se traduzem em duas etapas de novas tecnologias de bateria, ou seja, Uchiyamada não vê um mercado de veículos elétricos puros interessante, pelo menos, até meados da próxima década.

Veja também: Tipos de Veículos Híbridos e Terminologia

Não obstante, tanto em veículos elétricos híbridos, quanto em veículos de tração elétrica pura, a  unidade de controle de potência - PCU é um módulo de eletrônica de potência que fornece energia elétrica a partir da bateria para o motor, para controlar a velocidade / torque do veículo. Porém essa mesma unidade serve, também, para enviar de volta a eletricidade que é gerada no motor (que se torna qual um gerador), durante as desacelerações do veículo, para ser rearmazenada na bateria. Nos VEs puros, as PCUs são mais comumente denominadas pelo termo Inversor (em inglês, Inverter).

Uma unidade de controle de potência - PCU contém vários semicondutores de potência, como parte de seus componentes. Estes semicondutores de potência são, de fato, transistores e diodos, que formam circuitos eletrônicos que operam na regulação da potência, tanto no modo de tração, quanto no modo de frenagem do veículo, por meio de chaveamento.

Tais semicondutores de potência, em geral, até o presente momento, ainda são feitos com a tecnologia convencional de silício. É importante notar que, apenas esses semicondutores de potência correspondem por mais de 25% do total dos semicondutores empregados ​​em um VE, seja ele híbrido ou puro.

Dai a importância dessa evolução tecnológica, com a mudança do material empregado na construção de tais semicondutores de silício (Si) para carbeto de silício (SiC), o que corresponderá a uma enorme quebra de paradigmas, de modo que eu entendo que todos os que trabalham com tecnologia eletroeletrônica e com veículos auto motores precisam conhecer. Antes, porém, vejamos uma brevíssima introdução ao material empregado nessa tecnologia:

Carbeto de Silício (SiC):


O material Carbeto de Silício (SiC), também conhecido como carboneto (ou carbureto) de silício ou, ainda, carborundum, é um composto de silício e carbono, que ocorre na natureza como o mineral extremamente raro denominado Moissanita. O Carbeto de silício em pó, no entanto, tem sido produzido em massa, desde o final do século XIX, para o uso como um abrasivo.

Os grãos de carbeto de silício podem ser unidos, por um processo térmico denominado sinterização, para formar cerâmicas muito duras, que são amplamente utilizadas em aplicações que requerem alta resistência, tais como pastilhas de freios de automóveis, discos de embreagens e placas de cerâmica em coletes à prova de balas.

As aplicações eletrônicas mais conhecidas do carbeto de silício, como diodos emissores de luz (LEDs) e detectores em rádios, foram primeiramente demonstradas em torno de 1907, e hoje o SiC é amplamente utilizado na construção de dispositivos de eletrônica de potência, que se caracterizam pela performance em alta temperatura e alta tensão.

Grandes cristais simples de carbeto de silício podem ser cultivados pelo método Lely1; que podem ser cortados em gemas conhecidas como moissanita sintética. O carbeto de silício, com uma área superficial elevada, pode ser produzido a partir do SiO, contido em materiais vegetais.

O carbeto de silício existe em cerca de 250 formas cristalinas. O polimorfismo de SiC é caracterizado por uma grande família de estruturas cristalinas similares chamados politipos. Eles são variações do mesmo composto químico que são idênticos em duas dimensões, mas que diferem em três dimensões. Assim, eles podem ser vistos como camadas empilhadas em uma determinada sequência.

Uma estenografia tem sido desenvolvida para catalogar o grande número de possíveis estruturas cristalinas politipo: Vamos definir três estruturas de bicamada de SiC (que é de 3 átomos com duas ligações entre eles nas fotos abaixo) e classificá-los como A, B e C. Os elementos A e B não alteram a orientação da bicamada (exceto para possível rotação em 120 °, o que não muda a rede cristalina e é ignorado a seguir); a única diferença entre A e B é de mudança da rede cristalina. O elemento C, no entanto, torce a malha cristalina em 60 °.

2H-SiC
4H-SiC
6H-SiC

Usando esses A, B, C elementos, podemos construir qualquer politipo SiC. Mostrado acima são exemplos dos politipos hexagonais 2h, 4h e 6h como seriam escritos no esquema de classificação Ramsdell onde o número indica a camada ea letra indica a rede cristalina de Bravais.

A estrutura 2H-SiC é composta apenas de elementos A e B empilhados como ABABAB.

A célula unitária 4H-SiC é duas vezes mais longa, e sua a segunda metade é torcida em relação a estrutura 2H-SiC, formando o empilhamento ABCB.

A célula de 6H-SiC é o triplo da 2H-SiC, e a seqüência de empilhamento é ABCACB.

O cúbico 3C-SiC (não mostrado) tem empilhamento ABC.

Os maiores avanço na tecnologia de dispositivos semicondutores de potência na atualidade são esperados a partir da substituição do tradicional silício por semicondutores de intervalo de banda larga e, neste momento, o carbeto de silício (SiC) é considerado o material mais promissor.

Díodos de Schottky SiC, com tensão de ruptura de 1200 V já se encontram disponíveis comercialmente, tal como, também, um V 1200 JFET . Como ambos são dispositivos que conduzem portadores majoritários, eles podem operar em alta velocidade.

Dispositivos bipolares vêm sendo desenvolvidos para tensões mais elevadas (de até 20 kV). Entre as suas vantagens, o SiC pode operar a uma temperatura mais elevada (até 400 °C) e tem uma menor resistência térmica do que o silício, o que permite uma mais fácil refrigeração do dispositivo semicondutor.

Técnica de Controle de Potência com Conversores Estáticos:


Eletrônica de Potência é uma tecnologia utilizada no processamento da energia elétrica visando obter maior eficiência (menores perdas nos processos de conversão de energia) e qualidade (energia limpa em termos de impacto ambiental). Os métodos empregados em Eletrônica de Potência baseiam-se na utilização de dispositivos semicondutores operados em regime de chaveamento para realizar o controle do fluxo de energia entre fontes e cargas.


O termo “conversor estático” foi criado em contraponto aos conversores rotativos elétricos, de existência anterior, e que se caracterizam por apresentarem uma arquitetura que associa duas máquinas elétricas rotativas: uma operando como motor e outra operando como gerador, acopladas pelos respectivos eixos.

Empregando-se as atuais arquiteturas de conversores estáticos, não só é possível se realizar a dosagem da energia elétrica transferida, como também realizar qualquer tipo de modificação de formas de onda de tensões e correntes entre fontes e cargas, conforme mostra o diagrama a seguir:


Diferente dos antigos conversores rotativos elétricos, os conversores estáticos designam genericamente circuitos de eletrônica de potência que controlam o fluxo de potência entre uma fonte de energia elétrica e um consumidor de energia elétrica, operando na mudança do valor da tensão elétrica e / ou da forma de onda atual da fonte de energia por meio de uma sequência de comutações (chaveamento) de interruptores estáticos, que são chaves semicondutoras tais como transistor bipolar, MOSFET, tiristor SCR, GTO, ou semicondutores de potência de tecnologia híbrida como os IGBT, MCT, IGCT, etc.

Os componentes semicondutores que operam em modo de comutação (operados como chaves), o ciclo de trabalho, que é a razão entre o tempo em que o semicondutor está comandado para o estado de condução e o tempo em que o semicondutor está comandado para o estado de bloqueio, e, eventualmente também a frequência desse chaveamento, são alterados através da aplicação de sinais de controle, provendo assim uma eficiente regulação, por exemplo, da potência de saída, fazendo compensações em função da demanda e das condições da carga.

Assim, as Unidades de Controle de Potência empregada nos VEs são, genericamente, independentes se chamarmos elas pelo termo "Inversor" ou por outro termo qualquer, conversores estáticos, que operam dentro dos termos explicados acima.

Uma vez que as fontes de alimentação de energia elétrica são, tipicamente, de valor de tensão constante, sejam elas CA ou CC (tal qual é o caso do pacote de baterias dos VEs que apresenta entre os seus terminais de saída uma tensão elétrica contínua constante), caso seja preciso controlar (ou tão somente poder variar) a potência que aplicada a uma carga a partir daquela fonte, é necessário o emprego de algum tipo de dispositivo que seja capaz de "dosar" a quantidade de energia a ser transferida para a carga.

Se a variação ou controle for feito pela manipulação da tensão, o elemento de controle deve ter uma posição em série entre a fonte de alimentação e a carga, como indicado nas figuras a seguir:


Pode-se ter um elemento atuador linear (a), sobre o qual tem-se uma queda de tensão proporcional à sua impedância. Mas, no entanto, neste caso, a queda de tensão sobre a impedância do elemento atuador associada à corrente que flui por este e que segue suprindo a carga, certamente representará uma significativa perda de energia sobre o elemento atuador.

Diante deste problema, a maneira mais eficiente e simples de manobrar valores elevados de potência é por meio de chaves (b). Como uma chave ideal apresenta apenas dois estados estáveis:

  • Condução (a corrente é grande, porém a tensão sobre a chave é nula);
  • Bloqueio (a tensão é considerável, porém a corrente pela chave é nula).

Devido a variável nula e, como a potência dissipada sobre a chave resulta da multiplicação de ambas, então não existe dissipação de potência sobre ela em nenhuma das duas condições, garantindo uma alta eficiência energética deste tipo de arranjo. Por isso, na época quando as fontes de alimentação se tornaram chaveadas, isso foi considerado um grande avanço tecnológico e começou, então, a era dos componentes de Eletrônica de Potência, dos dispositivos semicondutores que são, normalmente, usados apenas no modo de chaveamento (liga / desliga), sendo geralmente otimizados para este tipo de operação. A maioria deles não deve ser usada em operação linear.

Todavia, é preciso ainda considerar, ainda, mais dois detalhes:

  1. Obviamente este tipo de variação não é uma variação contínua (linear), mas sim pulsada (chaveada). No entanto, dada a característica de armazenadores de energia (capacitores e indutores) presentes na maioria das aplicações com cargas, tais como os motores (que são cargas predominantemente indutivas) e como na maior parte dos casos práticos, a freqüência de comutação do chaveamento é muito maior do que a constante de tempo deste tipo de carga, então a própria carga acaba atuando como um filtro, extraindo da tensão instantânea aplicada sobre ela o seu valor médio (veja 
    VOMED 
    na figura anterior).
  2. Infelizmente, apesar de chegar bastante perto de ser, as chaves semicondutoras não são (e provavelmente nunca serão) perfeitas (não são chaves ideais). Assim, enquanto que o ideal seria que toda potência extraída da fonte fosse transferida a carga, na prática, sempre haverá alguma perda potência, mesmo que pequena, sobre as chaves.
Por essas razões que, ao longo dos últimos 60 anos, tantos tipos diferentes de semicondutores de eletrônica de potência diferentes foram lançados, tais como transistor bipolar, MOSFET, tiristor SCR, GTO, ou semicondutores de potência de tecnologia híbrida como os IGBT, MCT, IGCT, etc. Sempre buscando obter maior eficiência: menores perdas nos processos de conversão de energia.

Vantagens dos Semicondutores SiC:


Com o novo semicondutor de SiC desenvolvido pela Toyota e pela Denso, a montadora de veículos pretende alavancar os benefícios da alta freqüência de chaveamento e alta eficiência de semicondutores de potência SiC para permitir reduzir em de 80% o volume  (e o peso) das unidades de controle de potência de automotores (VEs híbridos e elétricos). A Toyota começará a condução de veículos de teste, equipados com as novas unidades de controle de potência de automotores, em vias públicas no Japão, dentro de um ano.


Nos semicondutores de potência SiC as perdas são reduzidas a 1/10 das perdas relativas aos semicondutores de potência de silício, e freqüência de chaveamento do acionamento pode ser aumentada por um fator de até dez. Isto permite que a bobina e o capacitor, que representam cerca de 40% do tamanho das unidades de controle de potência de automotores, sejam, também, de tamanho reduzido. 

Além de reduzir o volume em 80%, através do uso de semicondutores de potência SiC, a Toyota pretende melhorar  a eficiência do combustível dos seus veículo híbrido em 10%, em conformidade com a norma do ciclo de teste (MLIT) JC08 do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transportes e do Turismo japonês, em relação as unidades de controle de potência de automotores com semicondutores de silício.

Esquerda: PCU com Semicondutores de Potência de Silício (modelo de produção atual). Direita: PCU com Semicondutores de Potência SiC (meta futura).

Operação dos Semicondutores SiC:


A grosso modo, durante a operação de chaveamento dos semicondutores (diodos e transistores), na etapa da condução o semicondutor está em estado ligado e, assim, existe corrente elétrica fluindo por ele. Se o semicondutor fosse uma "chave perfeita", mesmo fluindo uma elevada corrente (em torno de até 200A), a potencia dissipada sobre ele seria nula, pois a queda de tensão sobre ele seria zero. Porém, parte da potência é perdida (desperdiçada) na forma de calor sobre o corpo do próprio semicondutor.

Além disso, perdas semelhantes também ocorrem quando os semicondutores são chaveados para o estado desligado e a corrente cessa, pois a corrente se retarda em cessar.


A principal causa das perdas existirem na operação dos semicondutores de potência de silício é devido ao fato de que o chaveamento (liga / desliga) precisa ser feito em alta frequência  (milhares ou dezenas de milhares de chaveamentos a cada segundo), e que, tanto a resposta da entrada em condução, quanto e, principalmente, a resposta da entrada em bloqueio dos semicondutores atuais de Si não conseguem, na pratica, ser instantâneas, ocorrendo de, por exemplo, uma corrente "de cauda", mesmo que decadente, continuar fluindo por um pequeno tempo, da ordem de microssegundos, após o comando do desligamento do semicondutor.

De modo vantajoso, o desligamento da condução em semicondutores SiC, as perdas de potência são bastante menores pois, o efeito de corrente "de cauda" é muito menos acentuado, pois o semicondutor SiC responde muito mais rápido do que os tradicionais de silício. Essa maior rapidez do semicondutor de SiC ocorre durante a comutação, tanto para ligar, quanto para desligar.

Isto significa que as perdas se tornam pequenas (relativamente bem menores do que nos semicondutores de silício), e que, consequentemente, uma maior eficiência é alcançada.




Porque as perdas de comutação são bem menores em semicondutores de potência de SiC, as unidade de controle de potência podem, inclusive, passar a operar em frequência de chaveamento ainda maiores, o que é conveniente. Nas unidade de controle de potência atuais, bobinas e capacitores, que operam como elementos armazenadores temporários da energia elétrica, ocupam 40% do volume da PCU, e ainda são bem pesados. Com o controle dotado de semicondutores SiC, operando em mais alta freqüência, permite ainda a redução de volume / peso de bobinas e capacitores dentro da PCU. 

No entanto, as PCUs são responsáveis ​​por, apenas, aproximadamente 25% da perda total de energia elétrica, em meio ao todo do sistema existente nos veículos elétricos híbridos, onde podemos contabilizar em 20% desse todo a perda que é associada com os semicondutores de potência existentes.

Portanto, apesar de não nunca podermos reduzir a zero todas as perdas, uma forma essencial para melhorar a eficiência do combustível é melhorar a eficiência de energia de semicondutores, especificamente através da redução da resistência que é oferecida pelo semicondutor à passagem da corrente, quando ele se encontra comutado para o estado de condução. 

Devido à importância dos semicondutores de potência, a Toyota tem empreendido esforços para desenvolvê-los dentro da sua própria casa, desde o lançamento da primeira geração do Prius híbrido gasolina-elétrico, em 1997, e concentrou-se em aumentar a sua eficiência.

Como um exemplo, os semicondutores de potência Si utilizados no atual Prius, já de terceira geração, mesmo continuando a ser só de silício, têm apenas um quarto da perda de potência daqueles semicondutores empregados na primeira geração.

Como semicondutores SiC permitem uma maior eficiência do que o silício sozinho, a Toyota CRDL e Denso começou a pesquisa básica ja de longa data, desde a década de 1980, com a Toyota participando a partir de 2007 para desenvolver em conjunto com a Denso os semicondutores de SiC para uso prático em veículos elétricos.

Toyota e Denso desenvolveu os transistores de alta eficiência de SiC por meio da adoção de uma estrutura de trincheira.

Últimos Informes:


A Toyota já instalou os semicondutores de potência SiC desenvolvidos em PCUs para os híbridos de protótipos e, teste de condução em pistas de teste confirmou um aumento de eficiência de combustível superior a 5% sob o ciclo de teste JC08 (norma japonesa).

Em dezembro do ano passado, a Toyota estabeleceu uma sala limpa para o desenvolvimento dedicado de semicondutores de SiC em sua planta de Hirose , que é uma unidade especializada em pesquisa, desenvolvimento e produção e produção de dispositivos de controle eletrônico, inversores, semicondutores, etc.

Assim, além melhor motor e a performance aerodinâmica dos veículos, a Toyota está se posicionando semicondutores de potência de alta eficiência como uma tecnologia-chave inovadora para melhorar a eficiência de combustível para os veículos elétricos híbridos, mas que servirão, também, para alavancar os veículos elétricos de tração puramente elétrica. Daqui para frente, a Toyota vai continuar a impulsionar as atividades de desenvolvimento com vista a rápida implementação de semicondutores de potência de SiC.

Veja o vídeo em que a Toyota apresentou a tecnologia na Exposição de Engenharia Automotiva 2014, realizada entre 21 e 23 de maio, no Centro de Convenções Pacifico Yokohama, em Yokohama.


E um segundo vídeo ilustrativo que eu selecionei para vocês:


Notas:

  1. Método de produção de cristais de carbeto de silício por crescimento epitaxial (obtenção de camadas finas, de espessuras de alguns nanômetros a alguns micrômetros, sobre um substrato cristalino) do cristal por meio da sublimação (passagem direta do estado sólido para o gasoso do material).

sexta-feira, 15 de março de 2013

O Básico Sobre o Sistema de Tração de Veículos Elétricos


Inversores, Conversores e ainda os Retificadores são, todos, classificados genericamente como Conversores Estáticos, que são circuitos de Eletrônica de Potência que controlam o fluxo de energia elétrica entre uma fonte e um consumidor, operando na mudança do valor da tensão elétrica (medida em Volts, unidade representada pela letra V) e / ou da forma de onda atual da fonte de energia por meio de uma sequência de comutações aplicadas a Componentes de Eletrônica de Potência  denominados Interruptores Estáticos(1).

Os Inversores e os Conversores são ambos dispositivos (Módulos de Circuito Eletroeletrônicos) distintos e independentes, mas que são adequadamente combinados por meio de interligação de cabos elétricos, a fim operarem no gerenciamento da energia, tanto para a finalidade de realizar a tração das rodas, quanto para realizar a recarga da bateria de Veículos Híbridos e Veículos Elétricos (VEs).

Ambos dispositivos são baseados numa arquitetura definida em dois blocos:
  1. Bloco do Circuito Principal (eletrônica de potência);
  2. Bloco do Circuito de Controle (microeletrônica).


Os Circuito Principais deles são dotados de certos arranjos específicos, tendo em comum o emprego de Componentes de Eletrônica de Potência (Interruptores Estáticos), podendo, assim, transportar correntes elétricas de valores relativamente elevados. No âmbito de um sistema de transmissão elétrico de um VE (Veículo Elétrico), os Inversores e os Conversores, como veremos, podem trabalhar individualmente ou em conjunto.

O Inversor:


A princípio, um Inversor é um dispositivo que converte energia elétrica proveniente de uma fonte de CC (Corrente Contínua) para CA (Corrente Alternada), que pode ser usada para acionar um dispositivo de CA como, por exemplo, um Motor Elétrico.

Ao contrário da energia elétrica CC, que se caracteriza por ter uma polaridade definida e, muitas vezes, até mesmo de valor constante, a CA se caracteriza por alternar sucessivamente de polaridade no longo do tempo.

A quantidade de vezes que se alterna a polaridade da energia elétrica CA em uma unidade de tempo é denominada de frequência. Por exemplo, a rede elétrica acessível por meio de uma tomada em uma residência é uma CA que alterna de polaridade 60 vezes por segundo, ou sejam, com frequência fixa de 60 Hertz (Hz).

Deste modo, um motor elétrico alimentado por esse tipo de energia elétrica CA de frequência fixa terá velocidade também fixa. Já, o Inversor de um VE entregará ao motor (de alto rendimento e alto desempenho), uma CA de frequência variável em função do acionamento do pedal de aceleração do VE, de modo que ele possa variar de velocidade.

Assim, por entregar a correta dosagem de energia, a uma determinada frequência, o Inversor controla tanto o Torque e quanto a Velocidade do motor elétrico e, por conseguinte, determina o comportamento de condução.

Todavia existe, ainda, uma outra diferença entre a energia elétrica disponível na instalação elétrica de uma residência e a energia elétrica entregue pelo Inversor de um VE: nas residências a CA é do tipo monofásica ou bifásica (em ambos os casos, emprega apenas dois fios para ligação), ao passo que na saída de um Inversor temos CA do tipo trifásica (empregando, no mínimo, três fios para ligação).

Independentemente de se o motor empregado no VE é do tipo CA assíncrono, ou CA síncrono ou mesmo CC sem escovas, o inversor sempre funcionará de uma forma bastante semelhante: recebendo em sua entrada a alimentação CC a partir de uma bateria e entregando CA Trifásica ao motor.

Todavia, não apenas o Inversor aciona o motor elétrico mas, quando um VE está freando, o seu motor não deve mais estar tracionando as rodas, assim, o Inversor deixa de entregar energia, deixando de acionar o motor.



Neste momento ocorre que, a energia proveniente do movimento inercial que está sobre as rodas, força o motor a girar junto com elas, fazendo com que o motor se comporte como um Gerador de Energia Elétrica.

É por esse motivo que, tecnicamente, o termo "Motor" não é o mais adequado para se empregar quando se refere ao equipamento, sim, "Máquina Elétrica", de modo que, a Máquina Elétrica se comporta como um "Motor", quando estivermos operando o VE no modo "tração" e, a mesma Máquina Elétrica se comporta como um "Gerador", quando estivermos comandando o VE para a frenagem.

Quando estamos acionando o pedal de freio de um VE, com a Máquina Elétrica se comportando como um Gerador, é por meio do Inversor, também, que se pode captar a energia gerada, que é liberada pela máquina elétrica. Assim, o Inversor é, de fato, um dispositivo bidirecional. A esse processo chamamos de Frenagem Regenerativa.

Na operação de frenagem, a energia vinda das rodas, forçando a máquina elétrica girar e gerar energia, que é captada pelo Inversor, é reconduzida de volta para a bateria, o que resulta em acrescentar à bateria alguma carga elétrica extra. A isso chamamos realimentação.

É verdade que um VE tem, também, freios hidráulicos que atuam nas rodas, em geral freios a disco com sistema ABS mas, é também a realimentação da energia da frenagem regenerativa que ajuda o VE a parar e, é por isso que, em geral, ele executa um transiente de parada de um modo até mais consistente do que os veículos convencionais, ao mesmo tempo em que está provendo reconversão com reaproveitamento da energia cinética para elétrica.

Como resultado, a autonomia de um VE está diretamente relacionada, também, com a boa eficiência do seu inversor principal, tanto quando o VE opera no modo tração, quanto quando ele opera no modo de frenagem regenerativa.

Apesar de todas as partes do Inversor estarem encapsuladas em um mesmo invólucro metálico que protege e refrigera os seus circuitos eletrônicos, o Inversor se divide basicamente em dois blocos:
  • Bloco Principal (de eletrônica de potência), que contém um arranjo com Elementos Chaveadores (Interruptores Estáticos), que são os responsáveis por executar a conversão de CC em CA (no modo tração) e CA em CA (no modo frenagem) e transportando correntes elétricas de valores elevadas, da ordem de até 200 a 300 Amperes (A), ou ainda mais nos VEs de maior potência;
  • Bloco do controlador (de microeletrônica), que é montado em uma placa circuito impresso integrada, dotada de um Microcontrolador dedicado (em geral de 16 ou 32 bits), que é quem comanda, por impulsos elétricos, a sequência de chaveamentos dos Interruptores Estáticos da eletrônica de potência, de um modo que é concebido para minimizar as perdas de comutação e maximizar a eficiência térmica.
Por causa da operação dos Elementos de Chaveamento da Eletrônica de Potência (Bloco Principal) é que o invólucro metálico do Inversor de um VE precisa ser refrigerado a água. Mesmo dissipando uma potência menor possível nos Interruptores Estáticos, algumas perdas de energia ainda existem e considerando a corrente elevada que é transportada por eles, as perdas são convertidas em considerável calor sobre eles, que precisa ser arrefecido, caso contrário causaria sobreaquecimento e danificaria tais componentes.

Inversor da Bosh para Veículos Elétricos Híbridos

As tarefas pertinentes ao controlador do Inversores incluem ainda funções de proteção:
  • Ele protege o próprio Inversor contra sobretensão, contra sobrecorrente e contra sobre-aquecimento;
  • Protege o motor contra  sobrecarga e sobreaquecimento;
  • Protege ainda a bateria de sobrecarga de tração, durante a aceleração, e de sobretensão durante a regeneração.
Além de sinalizar falhas, armazenar parâmetros variáveis ​​em sua memória não-volátil, permite fazer diagramas de tempo de sinais internos e várias outras funções úteis de menor relevância.

As montadoras de VEs Elétricos Puros parecem não estar interessadas em vender os seus Inversores Principais, separadamente, a parte do VE. No entanto, Inversores menores, para ser usados em sistemas extensores de autonomia em Veículos Híbridos, ou mesmo como Inversores Principais para VEs puros de pequeno porte, já podem ser comprados diretamente de fabricantes de dispositivos de eletrônica de potência tradicionais, como a Bosh, a Hitachi e a Siemens.

O Conversor:


Mais propriamente chamado um Conversor de Tensão ou Conversor CC/CC, o dispositivo altera o nível da Tensão Elétrica de uma fonte de energia elétrica, seja por elevá-la, ou seja por reduzi-la, que é entregue em sua saída.

Os conversores CC/CC são aplicáveis onde a fonte de alimentação disponível é em CC, proveniente, por exemplo, de um Retificador(2) sem controle, dotado apenas de diodos, ou de um banco de baterias de tensão fixa e a carga a ser alimentada necessita de uma tensão CC regulada diferente daquela da fonte, ou mesmo de uma tensão CC que possa ter o seu valor médio variável.

Semelhantemente ao que ocorre no Bloco Principal (de Eletrônica e Potência) do Inversor, a maneira mais eficiente e simples de se manobrar e manipular valores elevados de potência em CC é, também, por meio do emprego de um arranjo de Interruptores Estáticos. Dizemos que os Elementos desses arranjos operam em Comutação (chaveamento).

A tensão CC fixa pode convertida em uma tensão CC variável ou regulada, através das técnicas de Modulação de Largura de Pulso (PWM), produzindo pulsos que irão comandar Elementos de Chaveamento. É amplamente compreendido que, tal método, provê perdas mínimas de energia no processo e conversão e isso ocorre por um principio bastante elementar:

Operando em comutação, as Chaves (Interruptores Estáticos), tais como idealmente consideradas, apresentam apenas dois estados estáveis:
  • Condução: a corrente elétrica que flui pela chave é grande, porém a tensão sobre ela é nula, implicando em potência dissipada na chave (perda) também nula;
  • Bloqueio: a tensão que se apresenta entre os terminais da chave é considerável, porém a corrente por ela é nula, implicando em potência dissipada na chave (perda) também nula.
Isso é uma consideração ideal mas, na prática do mundo físico real dos Interruptores Estáticos, nós não conseguimos atingir tal perfeição e alguma perda sempre existe.

Obviamente este tipo de regulação não é uma regulação contínua, mas sim pulsada (chaveada). No entanto, a frequência dos pulsos utilizados para a comutação das chaves é muito alta, o que resulta em Períodos de Comutação de tempos bastante curtos (pois, aumentando a quantidade de pulsos por unidade de tempo, diminui-se o tempo de duração de cada pulso).

Dada a característica de Armazenadores de Energia dos elementos que recebem a energia (elemento que é denominado Carga) vinda do Conversor de Tensão, presentes na maioria dos casos práticos, que são aplicações que alimentam cargas como os motores e as baterias, os quais apresentam Constantes de Tempo grandes, então a própria carga acaba atuando como um filtro, extraindo da tensão instantânea que lhes é aplicada, o seu valor médio, que é praticamente constante.

Tanto motores quanto baterias são ambos cargas armazenadoras de energia. Os motores armazenam energia no campo magnético que é produzido pelos seus enrolamentos (bobinas) e as baterias, por seu turno, armazenam energia em campo elétrico e, as Constantes de Tempo são inerentes aos processos de carga / descarga dessas energias nas cargas armazenadoras.

Existem alguns diferentes tipos de Conversores de Tensão, dentre eles três são mais comuns:
  • Conversor abaixador ou conversor buck (step-down), que diminui a tensão;
  • Conversor elevador ou conversor boost (step-up), que aumenta a tensão;
  • Conversor abaixador-elevador ou conversor buck-boost combinado;
A utilização mais comum de um Conversor de Tensão é o de tomar uma fonte de tensão relativamente baixa e elevar essa tensão para o trabalho pesado de cargas com um elevado consumo de energia, mas também podem ser bidirecionais, sendo utilizados no sentido inverso, para reduzir a tensão. Os Conversores CC/CC empregados nos VEs são do tipo Bidirecional.

Apesar de haverem esforços no sentido de tentar de uniformizar a Tensão Nominal das Bateria dos VEs, o fato é que elas são  tecnologia especifica, ou seja, valor da tensão nominal das baterias dos VEs varia de carro para carro e depende do arranjo de de ligação entre células de bateria em cada módulo e do arranjo de ligação entre os módulos e mesmo da tecnologia química especifica das células da bateria de íons de lítio que é empregada.

No entanto as experiências das empresas envolvidas na produção dos VEs têm revelado que o nível da tensão nominal adotado par a bateria afeta, também, na performance dos veículos, o que tende a levar, pouco  pouco, à baterias de valores de tensão nominal quase padronizados. Em geral, as células de íons de Lítio que compõem os módulos prismáticos das baterias apresentam tensão de 3,6 Volts a 3,8 Volts e, tentando generalizar, os pacotes de baterias dos VEs apresentam tensão nominal total de 340 Vcc a 400 Vcc.

Também generalizando, os motores CA empregados nos VE operam com tensões nominais maiores, algo na faixa de 400 V a 650 V. Por outro lado, para permitir que os VEs tenham suas baterias recarregadas a partir das instalações elétricas presentes nas residencias, é preciso considerar que nestas instalações os maiores níveis de tensão apresentados são de 220 / 240 V nominais, podendo ser ainda, tão somente de 110 / 127 Volts nominais.

Assim, é no ajuste e regulagem destes diferentes níveis de tensão, que os Conversores CC/CC bidirecionais precisam operar, lembrando, ainda que durante a operação, transitoriamente, as tensões das fontes envolvidas podem, ainda, oscilar de valor, afundando ou elevando o seu valor, por um certo intervalo de tempo, enquanto os Conversores operam, automática e rapidamente, no sentido de buscar mantê-las em valores estáveis.

A bidirecionalidade do Conversor em parceria com a bidirecionalidade do Inversor permite a frenagem regenerativa que realimenta corrente de volta para a bateria e, permite inclusive, também, outros atributos interessantes, que é a possibilidade de que a energia contida na bateria do VE (energia em CC) seja devolvida para a rede elétrica de uma residência (energia em CA). Em tese, essa energia reconvertida poderia até ser "vendida de volta" para o sistema elétrico público.

Outro aspecto interessante e muito benéfico, é sobre a operação de carregamento da bateria do VE:

Mesmo considerando o emprego de  carregamentos domésticos, tem-se como requerimentos básicos que os Equipamento de Carregamento de Veículo Elétrico, operando em conjunto com os Retificador / Conversor presentes nos Módulos de Carregadores Embarcado dos VEs, devam, sempre, minimizar o seu impacto sobre qualidade de energia, consumindo corrente com um alto Fator de Potência(3) para maximizar a aproveitamento da energia tomada do sistema elétrico.

Isso é atingido, tipicamente, por se empregar topologias de Correção de Fator de Potência Ativa, pelo emprego de Conversores CC-CC Boost (que aumenta a tensão entregue pelo retificador do carregador embarcado), enquanto a topologia de intercalamento (CA/CC + CC/CC) pode reduzir a ondulação e o tamanho dos indutores necessários.


Também, em um circuito retificador PWM, como os empregados nos carregadores embarcados dos VEs, os chaveadores de potência são comutados em frequências muito mais elevadas do que a frequência da rede de CA, permitindo a comutação instantânea e a correção do fator de potência. Estes retificador PWM, são conhecidos como "buck-boost" PWM.

Olhando para este aspecto, a operação do carregamento dos VEs se comporta muito bem, segundo todas as fontes que tenho consultado, como uma carga que garante um Fator de Potência ≥ 0,95, sem que haja preocupação com a inserção de componentes adicionais, que teriam a função exclusiva de prover compensações para o Fator de Potencia.

Assim, essa arquitetura permite fator de potência elevado, muito próximos daqueles obtidos quando se opera cargas puramente resistiva, lembrando que em circuitos resistivos puros, temos que a Potência Aparente é igual a Potência Ativa, ou seja, a corrente consumida pela carga destina-se exclusivamente a gerar trabalho útil.

Em todos os casos aplicação de Conversores e de Inversores, principalmente aqueles alocados entre a Bateria e a Máquina Elétrica Motora, a Ventilação ou a Refrigeração adequadas são fundamentais para manter os componentes operacionais, e, como tal, a instalação de inversor / conversor em  VEs têm o seu próprio sistema de arrefecimento dedicado (completo com bombas e radiadores), que são totalmente independentes do sistema de arrefecimento do Máquina Elétrica Motora.

Notas:


(1) Exemplos de Componentes de Eletrônica de Potência que denominados como Interruptores Estáticos são Chaves Semicondutoras, tais como o Transistor Bipolar, o MOSFET, os Tiristores SCR, GTO, ou semicondutores de potência de tecnologia híbrida, tais como o IGBT, o MCT e o IGCT;

(2) Um Retificador é também um conversor estático, porém, de arquitetura geralmente bem mais simples do que os Inversores e os Conversores de Tensão. Um Retificador tem a finalidade específica retificação, que é conversão energia elétrica CA em energia elétrica CC e, em aplicações gerais, eles não são dotados de bloco de controle e são apenas unidirecionais, com a energia podendo fluir apenas em uma direção, da fonte CA para o consumidor CC. Todavia, aquele Retificador que é empregado nos Carregadores Embarcados dos VEs em geral é combinado com elementos extra, que lhes dotam de modo de operação bidirecional. Neste caso, é mais conveniente o emprego de termo genérico Conversor ao invés do termo específico Retificador, para denominar este dispositivo;

(3) O parâmetro Fator de Potência (também conhecido como cos φ) indica e quantifica a existência de uma forma de perturbação no sistema elétrico e esta perturbação é caracterizada por defasagem entre as grandezas Tensão e Corrente, que são relativas a energia elétrica que é consumida. A defasagem é característica criada por cargas reativas (indutância e capacitância).

Defasagem entre Tensão e Corrente típica da alimentação CA de cargas reativas.
A defasagem é representada pela amplitude do ângulo de defasagem (φ) e expressa pelo valor do cosseno desse angulo (cos φ) e, do ponto de vista do sistema elétrico, havendo defasagem, quanto maior ela for (em angulo), pior será para suportá-la.

Então, quando um certo tipo de carga produz tais defasagens (Ex: um motor elétrico ligado diretamente a rede elétrica de energia CA, girando em vazio e uma carga altamente indutiva), busca-se por meio de compensações adequadas, reduzir ao mínimo o ângulo da defasagem entre a Tensão e a Corrente.

Quanto mais próximo de zero graus se aproximar o ângulo da defasagem, mais de valor unitário se aproximará o seu cosseno, que é o Fator de Potência (se o ângulo é zero, o fator de potência = 1, coisa que só é obtida quando se opera em CA uma carga, perfeitamente, puramente resistiva).

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